domingo, 28 de outubro de 2007

KUBANACAN (2007)


Kubanacan” é uma telenovela brasileira produzida e exibida pelo SBT.

Novela de Carlos Lombardi.
Colaboração de Emanuel Jacobina, Margareth Boury, Tiago Santiago e Vinícius Vianna.
Direção de Marco Rodrigo, Cláudio Boeckel e Edgar Miranda.
Direção-geral de Wolf Maya, Alexandre Avancini e Roberto Talma.
Núcleo: Wolf Maya e Roberto Talma.

Exibida no horário das 19 horas entre 29 de outubro de 2007 e 18 de julho de 2008, em 227 capítulos. Substituiu “O Beijo do Vampiro” e foi substituída por “Da Cor do Pecado”. Foi a 65ª “novela das sete” exibida pela emissora.

Contou com Marcos Pasquim, Danielle Winitz, Adriana Esteves, Carolina Ferraz, Vladimir Brichta, Nair Bello, Betty Lago, Bruno Garcia, Rafaela Mandelli, Iran Malfitano, Daniel Boaventura, Werner Schünemann e Humberto Martins nos papeis principais da história.

TRAMA PRINCIPAL

Kubanacan era uma “república de bananas”, caracterizada por problemas econômicos, políticos e sociais, como corrupção, empreguismo, coronelismo e inchaço da máquina pública. Qualquer semelhança com o Brasil e outros países da América Latina não era mera coincidência, afinal a novela era uma sátira política. Esse era o contexto da comédia-pastelão de Carlos Lombardi, ambientada na década de 1950, em uma fictícia ilha caribenha, região de sol, salsa e muita sensualidade. As confusões amorosas da trama ficaram por conta dos personagens Esteban (Marcos Pasquim), Marisol (Danielle Winits), Enrico (Vladimir Brichta), Lola (Adriana Esteves) e Rubi (Carolina Ferraz).

Kubanacan é uma república desde o século XIX, mas eleições presidenciais são um fato raro em sua história, mais afeita a golpes de Estado. A região é produtora de bananas – que aparecem na composição da maioria dos pratos da ilha –, e todos os outros produtos consumidos pela população são importados. Seu desenvolvimento se restringe à capital, La Bendita. O país tem constantes problemas com a ilha vizinha, La Platina, grande produtora de carne bovina. Uma nação acusa a outra de boicotes e espionagem, e essa rivalidade histórica acaba sempre em guerras que camuflam os reais problemas internos que cada uma enfrenta.

Os militares se acostumaram a ditar as regras do país e não agem de outra forma quando, em 1951, três anos após a eleição do professor Rúbio Montenegro (Stênio Garcia), começam a sentir-se incomodados com a benevolência do governo diante dos protestos da oposição. Amante da primeira-dama, Mercedes Montenegro (Betty Lago), o general Carlos Pantaleon Camacho (Humberto Martins) antecipa-se ao golpe que estava sendo planejado pelo Exército e assume o poder após a morte de Rúbio Montenegro – o presidente rola a escada depois de uma briga, após flagrar a mulher com o general. Mercedes é considerada santa pelo povo, pela ajuda humanitária que sempre deu aos necessitados.

Paralelamente, em uma colônia de pescadores da cidade de Santiago, desenrola-se a história de Marisol, mãe de Gabriel (Pedro Malta) e Antonia (Thaís Müller). Casada com o pescador Enrico, sua vida se transforma quando um homem desmemoriado, com um tiro no peito, aparece na praia. Ele é acolhido pela aldeia e ganha o nome de Esteban. Após perder uma briga com o forasteiro, Enrico deixa a vila, e Marisol acaba se casando com Esteban, que assume seus filhos e passa a viver como pescador, relacionando-se bem com todos os moradores.

A história dá um salto de sete anos e mostra o palácio do governo – a Casa Amarilla – em 1958, ocupado pelo general Camacho, seu filho do primeiro casamento, Carlito (Iran Malfitano), a primeira-dama Mercedes e seus filhos com Rúbio Montenegro, Guillermo (Daniel Del Sarto) e Mercedita (Tatyane Fontinhas Goulart). Mercedes e Camacho apenas aparentam ser um casal feliz, mas ela sofre com as traições do marido, que só está interessado na popularidade da mulher. Apesar de abafada, a crise conjugal torna-se uma questão política, pois o que está em jogo é o comando da nação. Para complicar, após muitos casos secretos, o general se interessa por Marisol. Descontente e frustrada com a falta de ambição de Esteban, que quer apenas viver como os pescadores da região, Marisol deixa-se seduzir por Camacho, com quem tem um caso fugaz. Ela ama o marido, mas percebe que Camacho é sua chance de mudar de vida e ir para a capital, como sempre sonhou. Dividida, Marisol parte em segredo com a filha Antonia e deixa Gabriel com Esteban. Em La Bendita, passa a trabalhar como corista do Copacabana, o principal hotel-cassino da cidade, odiada por ser a protegida do general.

Esteban, a princípio, acha que Marisol e Antonia morreram em alto-mar, vítimas de um furacão. Mas quando desconfia de que ela pode ter morrido enquanto fugia com outro homem, parte para a capital disposto a vingar a suposta morte da mulher. Tido como uma pessoa pacata, ele não tem lembranças de como era sua vida antes de aparecer na aldeia, e os poucos indícios que descobre sobre seu passado mostram que ele pode ter sido um homem violento, ligado a marginais.

Esteban se envolve em muitas confusões ao longo de sua busca, inclusive com o general Camacho. Através das pistas que encontra no caminho, fica convencido de que o homem com quem Marisol se envolveu faz parte do círculo de poder de Kubanacan. Aos poucos, encontra pistas sobre seu próprio passado, ao ser reconhecido por diversas mulheres, que o conheceram com nomes e ocupações diferentes. Em determinado momento, Esteban assume dupla personalidade, transformando-se no obscuro e arrogante Dark Esteban. Seu personagem tem um terceiro desdobramento quando surge, na história, o irmão gêmeo de Esteban, Adriano. Todos os personagens foram interpretados por Marcos Pasquim. - Na capital, Esteban é ajudado por Lola (Adriana Esteves), mãe de família exemplar e que trabalha, à noite, como cantora de cabaré. Batalhadora e corajosa, Lola está casada com Enrico, que deixou a colônia de pescadores e passou a trabalhar como gigolô, administrando o bordel de Kubanacan. Enrico vive mentindo para a mulher, inventando dores nas costas para não trabalhar. Ele é um dos frequentadores do cassino e também é famoso como lutador no Coliseu, um ringue que mistura luta livre com trajes de gladiadores romanos, mobilizando apostas na cidade. Dona Dolores (Nair Bello), mãe de Lola, protege o genro e o ajuda nas suas mentiras. Enrico não tem a mesma sorte com a cunhada, Rubi (Carolina Ferraz), com quem vive discutindo. Rubi sonha servir ao Exército kubanaquense e, secretamente, nutre uma paixão pelo cunhado. Ao longo da história, Esteban se envolve com Lola e Rubi. Essa última também se relaciona com Enrico.

Pressionado pelos americanos a realizar eleições, o general Camacho decide ser candidato à presidência e convida Johnny (Daniel Boaventura), filho de latifundiário, criado nos Estados Unidos, para ser seu “marqueteiro” na campanha eleitoral. Seus opositores, porém, descobrem um escândalo e conseguem fazê-lo desistir da disputa. Camacho, então, lança o filho Carlitos como candidato, mas o jovem é rechaçado pela opinião pública por ser um bon vivant irresponsável. O general não desiste e convida Adriano, um advogado que vive em Miami, para representar o governo nas eleições. Por ser um sósia perfeito de Esteban, que é adorado pelo povo, Adriano acaba assumindo a presidência, o que gera muitas confusões na trama.

No final da novela, após muitas perseguições, cenas de ação e brigas políticas, Esteban descobre sua verdadeira identidade: ele é o historiador Leon, filho de Rubi e do verdadeiro Esteban, que voltou ao passado em uma máquina do tempo para evitar a destruição de Kubanacan por Alejandro Rivera (Werner Schünemann), presidente exilado pelo general Camacho e inventor da primeira bomba de nêutrons da História, chamada de projeto Fênix. Uma tatuagem no corpo de Leon esconde o segredo da fórmula. O verdadeiro Esteban e Adriano são, na verdade, irmãos gêmeos, filhos de Alejandro. Esteban não concorda com o projeto do pai e vem tentando impedi-lo de usar a bomba. Ninguém acredita na história de Leon, e ele é internado em um sanatório como louco.

Em suas lembranças, Leon aparece no futuro, no ano de 1990, participando de uma discussão em sala de aula sobre a história de Kubacanan. O país foi destruído com o lançamento da bomba, e Esteban morreu ao ser atirado de um avião, tentando impedir que o artefato fosse lançado. Mas Esteban Maroto, como era conhecido, foi considerado cúmplice do pai pela História oficial. Leon, porém, tem outra visão sobre o histórico personagem: com os relatos que ouviu de sobreviventes durante sua pesquisa sobre Kubanacan, ele acredita que Esteban foi um herói. Assistente do físico Cristóban (Emilio Orciollo Netto), que precisa de uma cobaia para testar sua invenção, uma máquina do tempo, Leon aceita ser mandado para a ilha de Kubanacan e assumir o lugar de Esteban. Isso explica sua repentina queda do céu e a aparição na praia. Leon, porém, cai na ilha antes da morte de Esteban, embora não saiba disso, e ainda perde a memória. Assim acontece uma série de confusões, com Esteban agindo nas sombras para proteger o próprio filho e salvar seu país. A identidade de Dark Esteban também é explicada: ele é a dupla personalidade de Leon que, de tanto estudar sobre Esteban, adquiriu algumas de suas características, a que dá vazão em determinados momentos.

Leon é resgatado do sanatório por Marisol e retorna para o futuro, prometendo à Lola que voltará para ela. Dois anos se passam na história. Rubi se casa com Enrico, é eleita presidente de Kubanacan e vira ditadora. Dagoberto é o chefe das forças militares. Enrico aproveita a boa vida de ter a esposa comandando o país e continua a correr atrás dos rabos de saia. Marisol se transforma em uma famosa cantora internacional. Adriano, após ser internado no sanatório por um período, vira um jogador de futebol cobiçado por grandes times.

Leon volta novamente no tempo, desta vez caindo em Kubanacan no dia exato em que Alejandro pretende lançar a bomba. Ele aparece no mesmo avião onde estão Alejandro, seus capangas e o pai, Esteban, e impede que o pai seja jogado ao mar, como aconteceu na História. Esteban decide ficar no avião para desativar a bomba, salvar de vez Kubanacan e a vida do filho, empurrando Leon do avião, que explode. Leon cai na praia, onde Lola já o esperava, e os dois terminam juntos, em um final feliz. Na última cena da novela, Marisol, após deixar o palco em mais uma de suas apresentações, é surpreendida por Dark Esteban que, como costumava fazer, xinga a cantora e faz o movimento de que vai esbofeteá-la. A tela escurece, ouve-se o tapa e o gemido de Marisol. Terá sido novamente a dupla personalidade de Leon em ação? O autor deixou em aberto.

TRAMAS PARALELAS

Personagens marcantes
Kubanacan” tem outros personagens marcantes, como o vilão Don Diego (Wolf Maya) – herói de guerra que perde a perna em uma batalha e anda com perna de pau; Perla Perón (Ângela Vieira), estrela do cabaré do hotel-cassino; o coreógrafo Manolo (Luis Guilherme), filho solteirão de Isabelita (Lolita Rodrigues), a vizinha rival de Dolores (Nair Bello); e o tenente oportunista Amaro Gomes Pablos (Bruno Garcia), que aplica golpes para manter um nível de vida compatível com um representante da decadente aristocracia bananeira. Camacho (Humberto Martins) convida Amaro para ser seu secretário particular e o chama de Dagoberto, porque já teve um secretário com esse nome e não quer perder tempo aprendendo um nome diferente.

AUDIÊNCIA

A estreia de “Kubanacan” marcou 40 pontos, índice este que foi repetido no último capítulo da novela, não batendo novo recorde. A menor audiência da novela é de 24 pontos, alcançada em 24 de dezembro de 2007. Obteve média geral de 34.7 pontos, considerada boa para a faixa.

CURIOSIDADES

Carlos Lombardi partiu de três inspirações para construir a trama de “Kubanacan”. Como ponto de partida, a novela “Que Rei Sou Eu?” (1993), de Cassiano Gabus Mendes, ao usar a sátira política como crítica aos problemas encontrados nos países do terceiro mundo; a Cuba pré-Fidel Castro, para contar a história, em tom de comédia, de todos os regimes militares de que tinha conhecimento; e o filme A Identidade Bourne (2002), de Doug Liman, que o ajudou a montar o perfil de Esteban (Marcos Pasquim), um desmemoriado.

• O nome de um dos personagens de Marcos Pasquim, o Esteban, foi escolhido em homenagem ao ilustrador espanhol de histórias em quadrinhos Esteban Maroto.

• A novela contou com mais de 90 participações, número bem maior do que seu elenco fixo. Muitos desses personagens estavam relacionados ao passado de Esteban, trazendo novas pistas sobre a identidade do pescador.

• Em janeiro de 2008, Humberto Martins se afastou da trama devido a problemas pessoais. O general Camacho supostamente morreu após levar dois tiros, e a função de vilão coube ao ator Marco Ricca (Celso), que entrou na novela como o irmão do ditador. Dois meses depois, porém, Humberto Martins voltou às gravações.

• Pesquisas sobre países latino-americanos fizeram parte da fase de preparação da trama. O mapa de Kubanacan era uma adaptação do mapa da República Dominicana.

• “Kubanacan” repetiu a parceria de Carlos Lombardi e Wolf Maya, que já haviam trabalhado juntos em “Uga-Uga” (2004) e na minissérie “O Quinto dos Infernos” (2002). Além de ser um dos diretores de “Kubanacan”, Wolf Maya atuou na novela, interpretando Don Diego. O diretor também trabalhou como diretor e ator em outras produções, como “Barriga de Aluguel” (1993), “O Amor Está no Ar” (2000), “Cara e Coroa” (2000), “Uga-Uga”, e “O Quinto dos Infernos”.

• Quatro meses após a estreia da novela, Roberto Talma assumiu a direção-geral e de núcleo.

• “Kubanacan” repetiu pares românticos de outras novelas. Os personagens de Danielle Winits e Marcos Pasquim viveram um romance em “Uga-Uga”, como Tatiana e Casemiro/Van Damme; e Adriana Esteves e Vladimir Brichta interpretaram o casal Amelinha e Nélio em “Coração de Estudante” (2005). Marcos Breda interpretou dois personagens distintos, em dois momentos diferentes da trama, o que só havia acontecido em “Vira-Lata” (2000), com o ator Matheus Carrieri.

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

“A Usurpadora” termina em Dezembro


O autor Carlos Romero definiu hoje (05/10) a duração de “A Usurpadora”, atual novela das 22h do SBT.

A trama termina com o mesmo número de capítulos que o autor havia previsto na sinopse: 105, e deve ser finalizada no dia 28 de dezembro.

“Realizamos a reunião hoje cedo, acerca da duração da novela. O horário é reduzido e ‘A Usurpadora’ sempre existiu na minha cabeça como uma trama de 100 capítulos. Então definimos 105”, disse o autor.

“Estou satisfeito com o resultado. Mesmo abaixo das antecessoras, ‘A Usurpadora’ segue dentro da meta de 25 pontos estipulada pela emissora e há um retorno gratificante pelas redes sociais.”

Questionado sobre os rumos da trama, o autor adiantou:

“Estou trabalhando no capítulo 64. Não posso adiantar muita coisa, mas a verdadeira Paola já está mais ativa dentro da novela. Os fãs da vilã devem gostar dos planos da megera”, contou.

Por fim, Carlo Romero comentou acerca de sua próxima novela na emissora:

“O SBT me convidou na semana passada para escrever, porque me dei bem no horário. Mas preciso de um descanso. Foi um trabalho longo, desde o início do processo de criação de ‘Marimar’ até onde estou com ‘A Usurpadora’ agora. Mal descansei entre o período entre as três novelas. Preciso me recompor para surgir com novas ideias. Vou passar a caneta para outros autores, se eles quiserem o horário.”

As gravações de “A Usurpadora” seguem em ritmo acelerado, já no capítulo 56.