domingo, 14 de setembro de 2008

ALMA GÊMEA (2008)


Alma Gêmea é uma telenovela brasileira produzida e exibida pelo SBT.

Novela de Walcyr Carrasco.
Colaboração de Thelma Guedes.
Direção de Fred Mayrink e Pedro Vasconcelos.
Direção geral de Jorge Fernando.
Núcleo de Jorge Fernando.

Exibida no horário das 18 horas entre 15 de setembro de 2008 e 5 de junho de 2009, em 227 capítulos, substituindo “Como Uma Onda” e sendo substituída por “Sinhá Moça”. Foi a 66ª “novela das seis” exibida pela emissora.

Reapresentada na sessão “Vale a Pena Ver de Novo”, às 15h15, entre 9 de julho e 16 de novembro de 2012, em 113 capítulos, substituindo “Maria do Bairro” e sendo substituída, novamente, por “Sinhá Moça”.

Contou com Eduardo Moscovis, Priscila Fantin e Liliana Castro como protagonistas, Drica Moraes, Malvino Salvador, Fernanda Souza, Erik Marmo, Nívea Stelmann como co-protagonistas, e Flávia Alessandra, Ana Lúcia Torre, Alexandre Barillari, Fernanda Machado, e Luigi Baricelli como antagonistas principais da história.

TRAMA PRINCIPAL

Alma Gêmea” conta a história do amor eterno de um homem e uma mulher, tragicamente separados e que, cerca de 20 anos depois, voltam a se encontrar quando ela reencarna em um novo corpo. Além do tema central, a trama tem tons de comédia neorrealista italiana na abordagem dos conflitos familiares, e também enfoca o resgate de valores, as relações afetivas e o misticismo.

A novela está dividida em duas fases. No início da década de 1920, o botânico Rafael (Eduardo Moscovis) e a bailarina Luna (Liliana Castro) apaixonam-se à primeira vista e, em pouco tempo, casam-se e têm um filho. Esse amor é invejado pela amargurada Cristina (Flávia Alessandra), a governanta do casal, que se acha injustiçada porque sua prima Luna, além de rica e casada com Rafael, a quem sempre desejou, também herda as joias da avó, Adelaide (Walderez de Barros). O amor de Rafael por Luna é tão grande que ele cria uma rosa branca em sua homenagem, à qual dá o nome da esposa. Revoltada com a felicidade da prima, Cristina arma uma trama com seu admirador Guto (Alexandre Barillari) para que ele roube as joias, usadas por Luna no dia de sua primeira apresentação como bailarina principal no Teatro Municipal de São Paulo. À saída do espetáculo, Rafael e Luna são surpreendidos por dois bandidos, e o botânico reage ao assalto, sendo salvo pela esposa, que se coloca a sua frente e leva o tiro disparado pela arma de Guto, um dos assaltantes. Ela é levada para o hospital, mas não resiste ao ferimento.

No instante em que Rafael se desespera com a morte confirmada de Luna, em um distante casebre a índia Jacira (Luciana Rigueira) dá à luz uma menina, que ganha o nome de Serena. A criança é filha da índia com um garimpeiro, e cresce na aldeia indígena seguindo os valores e costumes de sua tribo. Já uma moça feita, Serena (Priscila Fantin) às vezes vê uma rosa branca refletida nas águas de um lago e, em outros momentos, desenha casas grandes que não existem na região. O mistério chama a atenção da professora da aldeia, Cleyde (Júlia Lemmertz), e do pajé (Francisco Carvalho), que explica à mestiça que ela tem um sonho e terá de buscá-lo. Serena é pedida em casamento pelo índio José Aristides (André Gonçalves), mas, após a morte da mãe e a invasão e destruição da aldeia por garimpeiros – sendo que um deles é seu pai –, ela parte atrás de seu sonho. Leva apenas uma trouxa, algum dinheiro dado por Cleyde e uma carta de recomendação, com o endereço de uma prima da professora que mora em São Paulo.

Serena corre vários riscos até chegar a São Paulo, onde conhece Terê (David Lucas), um menino de rua que rouba sua trouxa em busca de dinheiro. A mestiça enfrenta um grupo de garotos para defender a vida dele, os dois ficam amigos e viajam para a cidade de Roseiral em companhia do vira-lata Joli. Durante toda a trama, Serena protege Terê, tornando-se uma das responsáveis pela educação do menino.

A morte de Luna transformou Rafael em um homem amargurado, taciturno e rude. Desleixado até na aparência, não se interessa por nada que não sejam suas rosas, e mantém um relacionamento distante até com o filho, o tímido e amedrontado Felipe (Sidney Sampaio). Cristina se aproveitou dessa situação para, ao longo dos anos, apossar-se da administração da casa, com a desculpa de ajudar Rafael a criar o filho. Ela se finge de delicada e bondosa, mas não hesita em prejudicar os que atrapalham seu objetivo: casar-se com o botânico. Para isso, conta com a ajuda do comparsa Guto; da mãe – a ardilosa Débora (Ana Lúcia Torre); do inescrupuloso Raul (Luigi Baricelli) e de sua amante, Dalila (Fernanda Machado), alpinista social que tem vergonha da família humilde; e de Ivan (Thiago Luciano), irmão da empregada Zulmira (Carla Daniel) e motorista da casa, a quem ela seduz para realizar seus planos.

Serena vai trabalhar como empregada na casa de Rafael. A jovem sente uma estranha emoção assim que chega ao casarão, que aumenta quando ela se depara com a rosa branca de suas visões. Felipe provoca nela impulsos de mãe e, ao ver Rafael, ela tem a sensação de que já o conhece, mas não consegue explicar seus sentimentos. O botânico também se perturba com a presença da jovem, que protagoniza estranhos fenômenos, como tocar ao piano a música preferida de Luna – Clair de Lune, de Claude Debussy (1862-1918) –, embora nunca tenha aprendido a tocar o instrumento; dançar exatamente como a bailarina, apesar de nunca ter feito balé; e ver-se refletida no espelho com a imagem de Luna. Além disso, com a chegada de Serena à casa, a roseira de Luna volta a florescer. Adelaide, a avó de Luna e Cristina, fica convencida de que a falecida neta voltou, principalmente após confirmar que Serena tem um sinal de nascença no mesmo lugar onde Luna levou o tiro que a matou. Já a descrente Agnes (Elizabeth Savala), mãe de Luna e filha de Adelaide, acha que Serena é uma golpista. Agnes é “envenenada” pela irmã, Débora, e a sobrinha Cristina, que fazem de tudo para desacreditar a moça. Com sua sinceridade e inocência, porém, Serena faz muitos amigos, sempre ajudando as pessoas de forma indiscriminada e desprendida. Ela se aproxima de Vera (Bia Seidl), irmã de Rafael; ajuda Felipe em seu namoro com a jovem Mirella (Cecília Dassi) e torna-se confidente de Olívia (Drica Moraes), antiga melhor amiga de Luna.

Rafael se encanta com Serena e se convence de seu amor ao acreditar que a mestiça é mesmo a reencarnação da amada Luna. Sua vida se transforma e ele cria uma rosa azul em homenagem à empregada, a quem pede em casamento. Desesperada, Cristina arma um plano com a colaboração de Guto e Ivan, e faz Rafael acreditar que Serena o trai com Guto. O botânico fica transtornado e não dá chances à noiva de se defender. Ela, indignada com a desconfiança, rompe o noivado. No mesmo dia, seguindo conselhos da mãe, Cristina oferece a Rafael uma poção de ervas que o faz olhar para ela e ver Serena, caindo na armadilha da vilã. Dias depois, pressionado pelas encenações da governanta, que se diz ultrajada por ser rejeitada após os dois terem passado uma noite juntos, Rafael a pede em casamento e, fragilizado, fica em suas mãos. Cristina ainda simula uma gravidez para efetivar o casamento. Quem faz o exame em seu lugar, porém, é Dalila, que está grávida de Raul. Cristina, finalmente, consegue casar-se com Rafael, mas como é rejeitada pelo marido, continua a fazer maldades para se vingar, ao mesmo tempo em que faz tudo para manter Rafael longe de Serena. Mais tarde, inventa que perdeu o bebê.

No decorrer da trama, Guto morre envenenado por Débora – antes de revelar a todos que Cristina foi responsável pela morte da prima. Como espírito, ele passa a perturbar Alexandra (Nívea Stelmann) para que ela encontre as joias de Luna, que ele roubou de Cristina e guardou em um esconderijo, após dar-se conta de que estava sendo novamente enganado pela vilã. Ele, que havia sido perdoado por Serena antes de sua morte na prisão, volta ainda como fantasma para aterrorizar Cristina: a vilã passa a ver e ouvir o antigo comparsa, levando as pessoas a acharem que está ficando louca. Guto só recupera a paz depois que Alexandra consegue encontrar as joias e devolvê-las à sua verdadeira dona. Alexandra é ajudada pelo terapeuta Julian (Felipe Carmago), que também trata de Serena e, através de regressões, tenta ajudá-la a entender sua missão e descobrir a razão da dor no peito que volta e meia a acomete.

A discussão sobre misticismo também é enfocada na trama através do embate entre o estudioso espiritualista Elias (Umberto Magnani) e a incrédula Agnes. Elias é o porta-voz dos que acreditam em reencarnação, e dá várias explicações sobre o espiritismo ao longo da trama. Agnes, por sua vez, só se convence de que Serena é Luna depois que a mestiça revela a ela um segredo do passado: Luna respondeu a um inquérito policial por ter ferido um namorado de Agnes que tentara aproximar-se dela. Arrasada pelas lembranças, Agnes confessa que sempre se culpou por ter se envolvido com um homem que causou tanto sofrimento à filha, e que sua mudança para Roseiral foi para que tudo ficasse esquecido. Serena, para consolar a mãe da bailarina, diz que a alma de Luna nunca a culpou, e Agnes a abraça, chamando-a de filha.

Mesmo após todos terem certeza de que Serena é mesmo Luna reencarnada, ela continua a sofrer por amor a Rafael. Casado com Cristina, ele não pode assumir um compromisso com Serena. Enfurecida por continuar sendo desprezada pelo marido, Cristina põe fogo no ateliê que era de Luna. Rafael, atingido por um lustre, cai desacordado e sofre várias queimaduras, ficando entre a vida e a morte. O índio José Aristides que, a essa altura, reencontrou Serena em Roseiral, salva a vida do botânico com ervas e um ritual aprendido em sua tribo. Rafael volta para a casa, mas é obrigado a ficar sob os cuidados de Cristina, que faz pose de esposa devotada. Em estado catatônico e incapaz de fazer qualquer movimento, Rafael sofre nas mãos da mulher, que aproveita para maltratá-lo o quanto pode, dificultando sua recuperação. Certa de que ele não pode vê-la nem ouvi-la, Cristina beija o motorista Ivan em sua frente e confessa que está envolvida na morte de Luna.Com a ajuda dos amigos, Serena consegue resgatar o amado e escondê-lo no sítio de Bernardo (Emiliano Queiroz), onde passa a cuidar dele com todo o seu amor. Rafael, então, consegue recuperar-se, lembra tudo o que Cristina fez e a expulsa do casarão. Mesmo sem a separação oficial, ele e Serena se casam em uma cerimônia simbólica e passam a viver juntos na casa. Débora, então, tenta envenenar o ex-genro, para que Cristina herde sua fortuna antes de assinar um acordo de separação, mas é ela quem bebe o refresco com o veneno, morrendo em seguida. Enlouquecida, Cristina promete uma nova vingança. No último capítulo, após ter sequestrado a rival, a vilã acaba atingindo Rafael com um tiro no peito, depois que ele se coloca à frente de Serena para protegê-la. No instante em que está socorrendo o amado, Serena tem um infarto fulminante e entende sua missão. Os dois se beijam antes de morrer e percebem que estarão unidos por toda a eternidade. Em uma sucessão de imagens, Rafael e Serena aparecem com feições diferentes, vestidos de acordo com a época de suas vidas passadas. O casarão pega fogo, e Cristina, usando as joias de Luna, é envolta em sombras e atraída para dentro de um espelho, onde só há trevas.

Há muitas uniões no fim da novela. Felipe termina com Mirella; Agnes assume o romance com Ciro (Michel Bercovitch), que havia sido contratado por Rafael para investigar a morte de Luna. Julian se casa com Vera, que fica curada de um tumor no cérebro. Hélio descobre que sua ligação com Serena vem de outras vidas – ele foi seu irmão em outra encarnação – e acaba se casando com Sabina (Aisha Jambo).

Há uma passagem de 15 anos no último capítulo, e todos que ainda estão vivos se reencontram, com seus filhos e netos, no lançamento do livro de Terê (Ângelo Paes Leme). A última cena da novela se passa em 2006, quando um menino chamado Rafael conhece uma menina chamada Serena.

TRAMAS PARALELAS

Pensão da Divina
Serena (Priscila Fantin) vai parar em um dos núcleos mais bem-humorados da trama, a pensão do sapateiro Osvaldo (Fulvio Stefanini) e de sua mulher, Divina (Neusa Maria Faro). O casal mora com os filhos Hélio (Erik Marmo), Dalila (Fernanda Machado), Nina (Tammy Di Calafiori) e Vitório (Malvino Salvador), e a rabugenta sogra de Osvaldo, Ofélia (Nicette Bruno), que implica o tempo todo com o genro. A mestiça é recebida de braços abertos por Divina, mulher de bom coração que não é nenhum prodígio de beleza, mas se acha linda. Seu marido também acha, e provoca várias confusões por ciúmes da esposa.

Na pensão também moram o nordestino Alaor (Marcelo Barros), que vive correndo o risco de ser expulso por estar sempre desempregado; a cafona Terezinha (Andrea Avancini); o simplório Roberval (Rodrigo Phavanello), que é apaixonado por Dalila; e o orgulhoso Jorge (Marcelo Faria), que tenta ser elegante escondendo os remendos de suas roupas – o personagem entra por volta do capítulo 50. Alguns meses antes do fim da novela, o marido falecido de Ofélia reaparece, interpretado por Ankito, um dos grandes nomes da comédia brasileira nos anos 1950. Ofélia fazia todos acreditarem que ele havia morrido para não admitir que fora abandonada. O “falecido” traz ainda mais humor à novela.

A pensão vira a nova casa de Serena, que logo desperta o interesse de Hélio. O rapaz, encantado, ajuda-a na adaptação à língua e aos costumes de sua nova sociedade. Já a ambiciosa Dalila, irritada por ter de dividir o quarto com a nova moradora, é quem a indica para trabalhar como empregada na casa de Rafael, pois Zulmira (Carla Daniel) e o copeiro Eurico (Ernesto Piccolo), lá há muitos anos, estão precisando de uma ajudante.

Sob a influência de espíritos
O misticismo está presente na novela não só nos fenômenos que ocorrem com Serena (Priscila Fantin), mas também através da personagem Alexandra (Nívea Stelmann), esposa do médico Eduardo (Ângelo Antônio). Ela sofre de esquizofrenia e chega a Roseiral acompanhada pela enfermeira Nair (Rosane Gofman), após receber alta do hospital onde estava internada. Com a orientação do terapeuta Julian (Felipe Camargo) e de sua assistente Sabina (Aisha Jambo), Alexandra descobre que seu problema é espiritual: a voz que a manda praticar agressões e suas premonições estão relacionadas à aproximação de espíritos. O tratamento com Julian ajuda Alexandra a voltar a ser feliz, o que salva seu casamento com Eduardo – antes de sua volta a Roseiral, o médico havia tido um envolvimento com Vera (Bia Seidl), a irmã de Rafael.

Irmãos caipiras
Um dos pontos altos da novela é o núcleo dos irmãos caipiras Crispim (Emilio Orciollo Netto) e Mirna (Fernanda Souza). Os dois moram com o tio Bernardo (Emiliano Queiroz) em um sítio localizado junto à plantação de rosas de Rafael (Eduardo Moscovis). Enquanto o irmão e o tio trabalham no roseiral, a romântica Mirna cuida da casa, sonhando arranjar um noivo para casar. Crispim, porém, morre de ciúmes da irmã e não deixa que nenhum pretendente se aproxime, botando todos para correr, entre eles Pedro Charreteiro (Francisco Fortes), Roberval (Rodrigo Phavanello) e o policial Arthur (Adilson Girardi). Uma de suas marcas é jogar o pretendente no chiqueiro.

Desolada por não arranjar um marido, Mirna faz confidências à sua pata Doralice, para a qual arruma até um casamento na trama, com direito a bolo e marcha nupcial. Crispim também conversa de igual para igual com seu burrico, e é com ele que desabafa quando se apaixona perdidamente pela estonteante Kátia (Rita Guedes), a quem passa a chamar de “anja”, depois que ela o salva de se afogar na piscina do clube da cidade. Kátia é filha de Elias (Umberto Magnani), mãe solteira da menina Rita (Caroline Smith), e sonha casar-se com um homem rico. A personagem vive momentos cômicos quando vai morar por uns tempos no sítio e é obrigada a tirar leite de vaca e dar comida aos porcos. É ela, no entanto, que frustra uma das tentativas de Mirna de arrumar um marido. No dia do casamento da caipira com Jorge (Marcelo Faria), Kátia não resiste às investidas sedutoras do rapaz, e os dois são surpreendidos por Crispim aos beijos. Mirna ainda perde Alaor (Marcelo Barros) para a madrinha Doralice (Louise Cardoso). No fim da novela, porém, tudo se resolve: a caipira se casa com Zacarias Príncipe (Rodrigo Faro), rapaz que aparece montado em um cavalo branco; e Crispim se casa com Kátia, depois que ela descobre que Jorge tem três mulheres e uma penca de filhos.

Dama de sangue azul
A novela tem muitos núcleos de humor. Além do ambiente da pensão, tem destaque a trama de Olívia (Drica Moraes), esposa de Raul (Luigi Baricelli) e mãe de Mirella (Cecília Dassi) e Carlito (Renan Ribeiro). Após descobrir que o marido possui uma amante, ela se separa, vende suas joias e vai viver com os filhos em um sobradinho alugado, ao lado da pensão de Divina (Neusa Maria Faro). A ex-madame sai de uma vida de elegância para uma vida de pobreza, o suficiente para a vilã Cristina (Flávia Alessandra) interferir no namoro de sua filha Mirella com Felipe (Sidney Sampaio), o filho de Rafael (Eduardo Moscovis). Carlito, o caçula mimado, perde a boa vida de antes, mas faz novos amigos, como Nina (Tammy Di Calafiori), a filha mais nova de Osvaldo (Fulvio Stefanini) e Divina, e Paulina (Pamella Rodrigues), filha de Abílio (Ronnie Marruda) e Clarice (Mariah da Penha), que também moram na vila da pensão. Olívia se apaixona por Vitório (Malvino Salvador), e os dois vivem um romance de idas e voltas, em cenas de muito humor, já que ela se considera uma “dama de sangue azul” e não pode assumir um caso com um pobretão. Depois de vender praticamente tudo o que tinha para sobreviver, inclusive boa parte de seus vestidos, Olívia pede socorro a Rafael, que a ajuda a montar um restaurante, onde Vitório é empregado como cozinheiro-chefe. Após muitas brigas, os dois terminam juntos.

Raul, por sua vez, revela-se um mau-caráter e não dá um tostão à ex-mulher, mais interessado em viver suas aventuras amorosas e em roubar dinheiro da empresa de Rafael, da qual é diretor. Como fez com Dalila (Fernanda Machado), ele também tenta iludir a astuta Kátia (Rita Guedes) e a modista Madalena (Bruna Di Tullio), e acaba seus dias preso, tendo de suportar as visitas de Terezinha (Andrea Avancini), a quem seduziu em determinado momento da novela só para atingir seus objetivos.

Dalila e Roberval
A ambiciosa Dalila (Fernanda Machado) chega ao fim da trama com Roberval (Rodrigo Phavanello), com quem foi obrigada a se casar após inventar que ele era o pai da criança que esperava. Ela dá à luz uma menina, e Roberval assume a criança. Com a convivência, a moça aprende a gostar de sua nova família. De ex-assistente de barbeiro, Roberval vira milionário após receber uma herança do avô, o rico fazendeiro Romeu (Luis Gustavo), que chega à cidade em busca da identidade do neto.

AUDIÊNCIA

Alma Gêmea” é dona do título de novela de maior sucesso da faixa das 18h na década de 2010. Obteve média geral de 38.6 pontos, uma audiência nunca antes vista no horário em tempos recentes – além disso, elevou em 42% os índices de “Como uma Onda”, sua antecessora.

Estreou com 36 pontos de média e viu seus índices crescerem nas semanas seguintes. No último capítulo, a trama de Walcyr Carrasco alcançou média de 53 pontos, superando as novelas posteriores exibidas no dia.

No “Vale a Pena Ver de Novo” foi novamente considerada um sucesso ao fechar com 19.5 pontos de média geral. A reestreia da trama obteve 18 pontos no IBOPE, e 27 em seu capítulo final – seu melhor desempenho à tarde.

PRODUÇÃO

Elenco e equipe de “Alma Gêmea” assistiram a palestras com o antropólogo Giovani José da Silva e Carlos Eduardo Sarmento, professor da Fundação Getúlio Vargas, respectivamente sobre cultura indígena e costumes socioeconômicos, culturais e políticos da década de 1940. O antropólogo ainda deu aulas de linguagem indígena para Priscila Fantin, André Gonçalves, Francisco Carvalho, Maria Silvia, Júlia Lemmertz e Thaíssa Ribeiro. Esses atores também contaram com a orientação da pesquisadora de prosódia Íris Gomes da Costa.

Fernanda Souza, Emilio Orciollo Netto e Emiliano Queiroz fizeram aulas de prosódia caipira com Silvia Nobre. Marcelo Barros ganhou noções de prosódia nordestina. Liliana Castro fez aulas de piano com Claudia Castelo e aprendeu passos de balé com Cissa Rondinelli. Eduardo Moscovis foi a Roselândia, em Cotia (São Paulo), conhecer as técnicas de enxertos e plantações de rosas – no local há mais de 300 espécies de roseiras. Malvino Salvador treinou em restaurantes de São Paulo o manuseio de utensílios culinários e a fabricação de pão. E Alexandre Barillari visitou o presídio Ary Franco, na zona norte do Rio de Janeiro, onde conversou com detentos para ajudar na composição do vilão Guto.

As cenas de Serena (Priscila Fantin) na comunidade indígena – incluindo seu nascimento, a morte da mãe, seu crescimento, a invasão e destruição da aldeia, até a partida para São Paulo – foram distribuídas por Bonito (Mato Grosso do Sul), Carrancas (Minas Gerais) e o bairro de Camorim (zona oeste do Rio de Janeiro). Em Bonito, a produção de cerca de 70 profissionais contou com a ajuda de bombeiros, militares do Exército e uma equipe de rapel para transportar os equipamentos.

Efeitos em 3D foram usados nas cenas da passagem de Luna (Liliana Castro) para outra dimensão, quando ela entra em um túnel de luz, cai em um labirinto e voa sobre uma cidade. O mesmo recurso foi utilizado na criação das rosas que saem do livro, já no primeiro capítulo da novela.

CURIOSIDADES

• “Alma Gêmea” obteve a maior audiência do horário das 18h em toda a história da teledramaturgia da emissora. Em Dezembro de 2008, já era o segundo programa mais assistido do Brasil. Por conta disso, a trama ganhou mais 24 capítulos (a sinopse original previa 203), e a novela teve mais um intervalo comercial, além dos três tradicionais.

• “Alma Gêmea” foi o segundo trabalho do diretor Jorge Fernando com o autor Walcyr Carrasco, após o sucesso de “Chocolate com Pimenta” (2006), também exibida às 18h.

Fred Mayrink, um dos diretores da novela, aparece cantando músicas de Frank Sinatra em uma participação como crooner de uma boate. A ideia foi do diretor Jorge Fernando, que já havia dirigido um show de Fred.

Betty Faria fez uma participação no último capítulo da novela, como a esposa de Alaor (Marcelo Barros), que vira um rico fazendeiro.

• “Alma Gêmea” estreou na emissora portuguesa SIC cerca de um mês após a estreia no SBT.

• Em 2010, o SBT Internacional anunciou a assinatura de um contrato com a Pappas Telecasting – rede de estações locais no Oeste dos Estados Unidos – para a exibição de “Alma Gêmea”. Inédita nos Estados Unidos, a novela começou a ser transmitida naquele país, em versão hispânica, a partir do dia 5 de julho, no horário das 19h.

• Em 16 de agosto de 2010, “Alma Gêmea” estreou na Costa Rica, exibida pelo canal Teletica. Sucesso no mercado internacional, a novela foi exibida em países como Rússia, Peru e Venezuela.

• No Brasil, “Alma Gêmea” foi reprisada no “Vale a Pena Ver de Novo” entre 09/07 e 16/11/2012.

domingo, 20 de julho de 2008

DA COR DO PECADO (2008)


Da Cor do Pecado” é uma telenovela brasileira produzida e exibida pelo SBT.

Novela de João Emanuel Carneiro.
Colaboração de Ângela CarneiroVincent Villari e Vinícius Vianna.
Supervisão de texto de Silvio de Abreu.
Direção de Maria de Médicis e Paulo Silvestrini.
Direção geral de Denise Saraceni e Luiz Henrique Rios.
Núcleo de Denise Saraceni.

Exibida no horário das 19 horas entre 21 de julho de 2008 e 20 de fevereiro de 2009, em 185 capítulos. Substituiu “Kubanacan” e foi substituída por “Começar de Novo”. Foi a 66ª “novela das sete” exibida pela emissora.

Segunda novela na história a ser reapresentada na sessão “Vale a Pena Ver de Novo” no horário das 14 horas, entre 18 de julho 28 de outubro de 2011, em 89 capítulos. Substituiu “Por Amor” e foi substituída por “Chocolate com Pimenta”.

Reapresentada pela segunda vez em “Vale a Pena Ver de Novo” no horário das 15 horas, entre 9 de julho e 30 de novembro de 2018, em 125 capítulos, substituindo “Chocolate com Pimenta” e sendo substituída por “Cama de Gato”.

Contou com Taís AraújoReynaldo GianecchiniGiovanna AntonelliSérgio MalheirosAlinne MoraesAracy BalabanianLima DuarteRosi Campos, Tuca Andrada e Guilherme Weber nos papeis principais.

TRAMA PRINCIPAL

Comédia romântica contemporânea, ambientada em São Luís, Maranhão, e no Rio de Janeiro. “Da Cor do Pecado” tem como eixo central o romance inter-racial vivido pela pobre feirante Preta (Taís Araújo) e o rico Paco (Reynaldo Gianecchini). Os dois são personagens de um triângulo amoroso formado com Bárbara (Giovanna Antonelli).

Paco e Preta se conhecem quando o botânico viaja a São Luís para realizar uma pesquisa sobre ervas medicinais. Os dois se apaixonam, e ele volta ao Rio de Janeiro decidido a terminar seu relacionamento com a noiva, a ambiciosa e interesseira Bárbara, por quem nunca foi apaixonado. Paco, no entanto, é surpreendido pela notícia de que ela está grávida. Confuso, ele não conta a verdade para Bárbara e foge para o Maranhão disposto a se casar com Preta. Bárbara vai atrás do noivo e descobre o romance dele com a feirante. Temerosa de que seu tão planejado golpe do baú fracasse – gananciosa, sempre objetivou casar-se com Paco para compartilhar sua fortuna –, ela passa a fazer tudo para separar o casal, com a ajuda de seu amante Kaíke (Tuca Andrada), que a acompanha na viagem.

Um dos planos de Bárbara dá certo. Ela põe sonífero em uma bebida de Preta e faz com que Paco a flagre na cama com Dodô (Jonathan Haagensen), ex-namorado da moça, que aceita participar da tramoia. A essa altura, Paco também já descobrira a farsa de Bárbara, após vê-la beijar Kaíke e ouvi-la dizer que só esperaria completar um ano de casada para passar a receber pensão. Desiludido, Paco decide voltar ao Rio.

Paco perdeu sua mãe aos 5 anos e foi criado pelo pai, o milionário Afonso Lambertini (Lima Duarte). Único herdeiro de uma das maiores fortunas do país, ele se recusa a receber qualquer dinheiro do pai, com quem mantém uma relação difícil porque não concorda com a falta de escrúpulos com que ele construiu seu império. O rapaz, no entanto, desconhece sua verdadeira origem. Paco é filho de Afonso e Edilásia (Rosi Campos), antiga empregada de seu pai. Os dois tiveram um caso, e ela engravidou. Como não conseguia ter filhos com a esposa, Afonso obrigou a moça a entregar-lhe a criança para ser criada por ele e a mulher. Edilásia, no entanto, deu à luz gêmeos. Sem deixar que o patrão tomasse conhecimento do fato, deu a ele apenas um dos filhos e ficou com o outro, Apolo (também interpretado por Reynaldo Gianecchini). A única que sabe da história é Germana (Aracy Balabanian), amiga de Edilásia e governanta dos Lambertini. Edilásia agora é uma viúva com cinco filhos: Apolo, Ulisses (Leonardo Brício), Thor (Cauã Reymond), Dionísio (Pedro Neschling) e Abelardo (Caio Blat).

De volta ao Rio, Paco não consegue se livrar da ardilosa Bárbara. Ela convence Afonso de que o filho está perturbado e precisa ser internado. Para escapar da internação, Paco foge em um helicóptero do pai e acaba levando Bárbara com ele. Durante uma discussão com a ex-noiva, o botânico joga a aeronave no mar. Bárbara consegue escapar e nada até uma praia. Paco desmaia e é salvo por Ulisses, que acha que ele é Apolo. Isso porque, nesse mesmo dia, Apolo havia desaparecido no mar, após sofrer um acidente de barco. Ele estava com Ulisses, que empreendeu uma busca incansável para achar o irmão.

Como o corpo de Paco não é encontrado pelas equipes de resgate, ele é dado como morto. Afonso, Germana e Edilásia, assim como Preta, choram sua morte. Sem conseguir convencer Ulisses de que não é Apolo, Paco acredita que a confusão pode ser uma oportunidade para começar uma nova vida. Ele assume essa outra identidade e passa a conviver com Edilásia e seus quatro irmãos, tentando se adaptar aos costumes da família. Ulisses, desconfiado de que aquele não é Apolo, descobre a verdade, mas passa a ajudar Paco na farsa, ensinando-o a agir como o irmão. Diferentemente do introvertido Paco, Apolo era desinibido e “cuca fresca”.

Triste com a morte de Paco, Preta encontra um motivo para celebrar a vida: ela está grávida do botânico.

Há uma passagem de tempo de oito anos na história. Preta nunca quis saber da família nem da fortuna de Paco. Mas depois que o filho Raí (Sérgio Malheiros) se interessa em saber quem era seu pai, e sua mãe, Lita (Solange Couto), morre, Preta decide viajar para o Rio de Janeiro, disposta a apresentar o filho à família de seu pai. Bárbara, que, com a morte do biólogo, passou a receber uma pensão de Afonso para criar o filho Otávio (Felipe Latgé) – na verdade, fruto de seu relacionamento com Kaíke – sente-se ameaçada com a presença de Preta e tenta, a todo custo, evitar a aproximação do milionário e do seu verdadeiro neto e herdeiro. Mais tarde na trama, porém, Afonso e Raí desenvolvem uma afetuosa relação e esse relacionamento faz com que o avô reveja seus preconceitos e antigas convicções. Mas, o receio de passar os seus bens para um falso herdeiro faz com que ele peça um exame de DNA. Raí fica magoado, por parecer que ele e sua mãe são golpistas. Já Paco, fazendo-se passar por Apolo, reaproxima-se do pai e de Preta, que, a essa altura, está envolvida com o advogado Felipe (Rocco Pitanga), braço-direito de Afonso. Preta e Paco acabam retomando a relação, mas ele não revela à amada sua verdadeira identidade.

A vilã Bárbara passa a ter como aliado em seus planos o dissimulado Tony (Guilherme Weber). Movido pela vontade de vingar a morte de seu pai – que se suicidou após ter sido arruinado por Afonso –, Tony conquista a amizade e a confiança do empresário e acaba nomeado vice-presidente do grupo Lambertini. No desenrolar da história, Tony mata Afonso, mas os personagens só descobrem a verdade no final.

Depois de muitos encontros e desencontros, Preta entende as justificativas de Paco em fazer-se passar por Apolo, e os dois finalmente ficam juntos. Bárbara tem um fim trágico: ela se mata, não sem antes acabar com a vida do comparsa Tony. Apolo, que todos acreditavam ter morrido, reaparece no último capítulo, para alegria da família. Ele é encontrado por Ulisses após viver todo esse tempo como náufrago em uma ilha.

TRAMAS PARALELAS

Pai Helinho
Em São Luís, Preta (Taís Araújo) tem como grande amigo o falso videnteHelinho (Matheus Nachtergaele). Ele ganha a vida enganando quem deseja se comunicar com parentes falecidos, arrumar namorados ou ganhar na loteria. Para isso, conta com a ajuda do atrapalhado Cezinha (Arlindo Lopes), que faz uma pesquisa prévia sobre os clientes antes das consultas para que o vidente simule receber informações do além. No entanto, Pai Helinho começa, realmente, a ser atormentado por espíritos e passa a recorrer ao pai de santoGaudêncio (Francisco Cuoco) para tentar se livrar das assombrações. Um desses espíritos é o falecido marido de Tancinha (Vanessa Gerbelli), mulher com quem o vidente se envolve. Esse núcleo cômico rendeu boas gargalhadas com os trejeitos e reações de Pai Helinho, que teve até um bordão popularizado entre o público.

A família Sardinha
O humor é garantido, ainda, pela família Sardinha, formada por Edilásia, a Mamuska (Rosi Campos), e seus filhos – Apolo (Reynaldo Gianecchini),Ulisses (Leonardo Brício), Thor (Cauã Reymond), Dionísio (Pedro Neschling) e Abelardo (Caio Blat). A família é reconhecida e respeitada por seu estilo peculiar de lutar, desenvolvido pelos antepassados do patriarca Napoleão Sardinha (Jamil Hamdan), um reverenciado campeão. Edilásia cria os filhos com um único objetivo: tornarem-se grandes lutadores. A exceção é Abelardo que, para desgosto da mãe, quer ser maquiador. Além de exercícios diários e uma alimentação natural intragável, eles tomam uma sopa mágica que proporciona uma grande força, cuja receita é guardada a sete chaves pela matriarca. O cachorro Vitamina também faz parte dessa família.

A família aumentou com a entrada da paqueradora Tina (Karina Bacchi) e, posteriormente, com a chegada do veterano surfista Frazão (Sidney Magal). Como a família Sardinha, ele domina as artes marciais e acaba despertando o amor de Edilásia. Outras que se juntaram aos Sardinha foram as irmãs Bazaróv– as lutadoras Greta (Samara Felippo), Nieta (Fernanda Paes Leme) e Natasha (Tarciana Saad), todas elas com um visual semelhante ao de Mamuska, com um coque em cada lado da cabeça.

Os “ricos de araque” Verinha (Maitê Proença) e Eduardo (Ney Latorraca), pais de Bárbara (Giovanna Antonelli), também se destacaram na trama. Grã-finos decadentes, os dois se veem obrigados a dividir o mesmo apartamento, apesar de estarem separados, e disputam coisas materiais, como um ovo frito, um lenço de seda ou uma baixela. A pobreza – não só a econômica, mas a de espírito – é enfocada com muito humor. Becki (Graziela Moretto) se une à dupla ao longo da novela, enriquecendo ainda mais o tom humorístico do núcleo.

AUDIÊNCIA

Obteve 42.5 pontos de média geral, sendo considerada um dos maiores sucessos do SBT em todos os tempos. “Da Cor do Pecado” detém, ainda, o título de novela mais vista na faixa das 19h na década de 2000. O primeiro capítulo do folhetim alcançou média de 41 pontos, e 51 em seu desfecho – no entanto, este recorde já tinha sido alcançado anteriormente com o capítulo 152.

No “Vale a Pena Ver de Novo”, em 2011, cravou 21.4 pontos de média geral. Alcançou 20 pontos em sua estreia e despediu-se do público com recorde: 26 pontos no último capítulo. Considerada um grande sucesso pela segunda vez.

Em sua segunda reprise no “Vale a Pena Ver de Novo”, na faixa das 15h15, a novela cravou 18.9 pontos de média, consagrando a novela mais uma vez como um grande sucesso. Na estreia, alcançou 18 pontos de média. E 23 no último capítulo, sendo este seu recorde.

PRODUÇÃO

A equipe de “Da Cor do Pecado” passou um mês no Maranhão gravando cenas da novela. Lá se estabeleceu o núcleo da protagonista Preta (Taís Araújo). Foram feitas gravações nas ruínas da cidade histórica de Alcântara, na Praia Ponta d’Areia, nos Lençóis Maranhenses e em São Luís.

Da Cor do Pecado” contava com efeitos especiais e visuais em sua realização. Uma réplica do helicóptero modelo Esquilo, com uma estrutura de ferro revestida de fibra de vidro e uma cauda de alumínio, foi montada pela equipe de efeitos especiais, coordenada por Federico Farfan, para a gravação do acidente dePaco (Reynaldo Gianecchini). O interior da aeronave era igual ao do original, porém com o painel e os bancos rebaixados para facilitar o posicionamento das câmeras. Foram necessários cerca de três meses para que o helicóptero ficasse pronto e pudesse ser levado ao mar, por um guindaste, para a realização da sequência.

A transformação física dos personagens que tomam a sopa mágica de Edilásia(Rosi Campos) – seus músculos crescem absurdamente, como acontece com o clássico personagem Popeye, criação do cartunista americano E. C. Segar – foi feita em computação gráfica pela equipe de efeitos visuais, formada por Toni Cid GuimarãesChico Mauro e Renato Freitas.

CURIOSIDADES

• “Da Cor do Pecado” marcou a estreia de João Emanuel Carneiro como autor de telenovelas. A trama se destacou por apresentar a primeira protagonista negra de uma novela contemporânea e urbana, interpretada pela carioca Taís Araújo. Em 1996, Taís viveu a personagem-título da novela de época “Xica da Silva”, exibida na extinta TV Manchete.

• A novela contou com lançamentos de atores e participações especiais. Kadu Moliterno foi juiz de um campeonato de surfe por um dia. Carolina Dieckmanninterpretou Júlia, uma bióloga que se envolveu com Paco (Reynaldo Gianecchini) por alguns capítulos. Flávia Alessandra fez Lena, namorada do surfista Sal, que por sua vez foi interpretado pelo estreante em novelas Thiago Martins, depois escalado para interpretar Lídio em “Desejo Proibido” (2011).Leona Cavalli e Micaela Góes viveram, respectivamente, Edilásia e Germana em cenas de flashback. Dani Bananinha, dançarina do programa “Caldeirão do Huck”, gravou como Tayani, amiga de Tina, convocada para testar a masculinidade de Abelardo (Caio Blat).

• João Emanuel Carneiro se inspirou na linguagem das histórias em quadrinhos para criar a família Sardinha. Os personagens da família fizeram muito sucesso, principalmente entre o público infantil, e viraram figurinhas de embalagens de chicletes com a marca da novela. Foi até cogitada a possibilidade de aproveitá-los em uma sitcom. Além disso, a própria novela acabou se transformando em álbum de figurinhas.

• Marcello Ferreira, por ser parecido com Gianecchini, atuou como dublê de corpo do ator, participando de cenas externas e assustando Bárbara (Giovanna Antonelli) ao se passar pelo suposto fantasma de Paco.

• O ator Jonathan Haagensen fez sua estreia em novelas no papel de Dodô, namorado de Preta (Taís Araújo) no início da trama, que é morto ao longo dos capítulos. Jonathan foi um dos destaques do filme “Cidade de Deus” (2002), de Fernando Meirelles, onde interpretou o personagem Cabeleira.

• Pai Helinho foi o primeiro personagem de Matheus Nachtergaele em uma novela. No caso de Giovanna Antonelli, a trama lhe deu a primeira vilã de sua carreira.

• Francisco Cuoco fez uma participação especial como o renomado pai de santo Gaudêncio.

• Na fase de preparação que antecedeu o início das gravações, Reynaldo GianecchiniLeonardo BrícioCaio BlatCauã ReymondPedro Neschling,Rosi Campos e Karina Bacchi tiveram aulas de artes marciais com o professorDani Hu, formado em arte cênica chinesa e com experiência em trabalhos de ação e movimentação em teatro e em filmes nacionais e internacionais. Além de ministrar aulas regulares de kung fu, ele ensinou coreografias de lutas para que os atores pudessem interpretar seus papéis com segurança e realismo. Os exercícios envolviam movimentos das artes marciais em tom de comédia. O professor utilizou as habilidades de cada ator para criar um estilo particular para cada personagem. Como Abelardo era diferente dos irmãos, por exemplo, Caio Blat teve aulas de aikido, que se diferencia das outras artes marciais por visar à autodefesa, convertendo a força do oponente contra ele próprio. Já a atriz Rosi Campos teve aulas de tai chi chuan para diferenciar suas ações das dos jovens. Alguns atores também aprenderam a conduzir motocicletas, para cenas em que seus personagens apareciam dirigindo motos.

• Para viver a sensual Preta, Taís Araújo teve aulas de tambor de crioula, dança popular maranhense em que mulheres dançam em uma roda e homens tocam tambores. A primeira vez em que Paco a vê, e fica encantado, ela está dançando em uma dessas rodas.

• O elenco participou de palestras sobre a cultura da região maranhense, uma delas ministrada pela cantora Alcione. Nascida no Maranhão, ela chegou a preparar alguns dos pratos típicos de sua terra natal para ilustrar o evento.

• Reynaldo GianecchiniCarolina Dieckmann e Leonardo Brício aprenderam regras básicas de mergulho para a realização de cenas subaquáticas, que também contaram com a participação de dublês.

• O elenco como um todo contou com a ajuda da instrutora de dramaturgiaRossella Terranova para compor seus respectivos personagens.

• A novela, lançada em janeiro de 2010 no mercado externo, foi comercializada para mais de 40 países, entre eles: Albânia, Argentina, Armênia, Azerbaijão, Bolívia, Bósnia, Bulgária, Cazaquistão, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, Eslováquia, Eslovênia, EUA, Guatemala, Israel, Macedônia, Moçambique, Moldávia, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Polônia, Portugal, Romênia, Sérvia e Montenegro, Ucrânia, Uruguai, Venezuela e República Dominicana. Na Argentina, ficou entre os programas mais vistos do país. Também alcançou índices expressivos de audiência no Peru, na Venezuela, no Equador e na República Dominicana e foi líder absoluta de audiência na faixa em que foi exibida na emissora portuguesa SIC.

• João Emanuel Carneiro recebeu o troféu da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) como autor revelação de 2008.

• “Da Cor do Pecado” foi reapresentada em 2011 no “Vale a Pena Ver de Novo”. Em 2018, ganhou uma nova reprise na sessão.

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Audiência Detalhada: O Clone (2008)


O CLONE

novela de
GLORIA PEREZ

META: 45 PONTOS

Estreia: 30 de junho de 2008
Término: 13 de março de 2009

221 capítulos

Semana 01: 30/06 a 05/07/2008 = 47 | 43 | 43 | 40 | 41 | 37 = 42.0
Semana 02: 07/07 a 12/07/2008 = 48 | 44 | 44 | 41 | 40 | 38 = 42.4
Semana 03: 14/07 a 19/07/2008 = 48 | 44 | 44 | 42 | 41 | 38 = 42.8
Semana 04: 21/07 a 26/07/2008 = 45 | 46 | 44 | 45 | 41 | 38 = 43.1
Semana 05: 28/07 a 02/08/2008 = 47 | 43 | 50 | 40 | 43 | 42 = 44.1
Semana 06: 04/08 a 09/08/2008 = 46 | 44 | 46 | 42 | 42 | 39 = 43.5
Semana 07: 11/08 a 16/08/2008 = 46 | 46 | 45 | 44 | 43 | 39 = 43.7
Semana 08: 18/08 a 23/08/2008 = 43 | 44 | 43 | 43 | 44 | 40 = 42.7
Semana 09: 25/08 a 30/08/2008 = 46 | 45 | 43 | 44 | 44 | 40 = 43.8
Semana 10: 01/09 a 06/09/2008 = 48 | 51 | 49 | 47 | 42 | 38 = 45.9
Semana 11: 08/09 a 13/09/2008 = 45 | 46 | 46 | 47 | 45 | 40 = 44.7
Semana 12: 15/09 a 20/09/2008 = 45 | 47 | 47 | 44 | 44 | 39 = 44.3
Semana 13: 22/09 a 27/09/2008 = 46 | 48 | 47 | 46 | 45 | 41 = 45.5
Semana 14: 29/09 a 04/10/2008 = 48 | 47 | 47 | 46 | 45 | 40 = 45.4
Semana 15: 06/10 a 11/10/2008 = 47 | 50 | 48 | 46 | 45 | 40 = 46.0
Semana 16: 13/10 a 18/10/2008 = 47 | 50 | 49 | 49 | 48 | 45 = 48.1
Semana 17: 20/10 a 25/10/2008 = 50 | 48 | 50 | 47 | 46 | 41 = 46.8
Semana 18: 27/10 a 01/11/2008 = 53 | 50 | 50 | 46 | 47 | 43 = 48.2
Semana 19: 03/11 a 08/11/2008 = 50 | 52 | 51 | 50 | 45 | 40 = 48.1
Semana 20: 10/11 a 15/11/2008 = 51 | 50 | 49 | 47 | 47 | 44 = 48.1
Semana 21: 17/11 a 22/11/2008 = 51 | 51 | 50 | 48 | 46 | 43 = 48.1
Semana 22: 24/11 a 29/11/2008 = 51 | 49 | 50 | 49 | 46 | 46 = 48.5
Semana 23: 01/12 a 06/12/2008 = 49 | 48 | 47 | 48 | 50 | 43 = 47.4
Semana 24: 08/12 a 13/12/2008 = 48 | 47 | 47 | 49 | 47 | 47 = 47.6
Semana 25: 15/12 a 20/12/2008 = 49 | 50 | 51 | 53 | 48 | 47 = 49.6
Semana 26: 22/12 a 27/12/2008 = 47 | 45 | 34 | 39 | 44 | 41 = 41.7
Semana 27: 29/12 a 03/01/2009 = 45 | 44 | 33 | 37 | 43 | 42 = 40.6
Semana 28: 05/01 a 10/01/2009 = 52 | 53 | 52 | 52 | 50 | 49 = 51.4
Semana 29: 12/01 a 17/01/2009 = 54 | 54 | 54 | 55 | 51 | 46 = 52.1
Semana 30: 19/01 a 24/01/2009 = 54 | 53 | 54 | 55 | 52 | 48 = 52.8
Semana 31: 26/01 a 31/01/2009 = 56 | 57 | 57 | 57 | 52 | 49 = 54.5
Semana 32: 02/02 a 07/02/2009 = 59 | 57 | 58 | 57 | 54 | 48 = 55.4
Semana 33: 09/02 a 14/02/2009 = 58 | 58 | 56 | 57 | 53 | 49 = 55.2
Semana 34: 16/02 a 21/02/2009 = 58 | 58 | 58 | 57 | 56 | 50 = 56.3
Semana 35: 23/02 a 28/02/2009 = 61 | 60 | 60 | 58 | 55 | 51 = 57.7
Semana 36: 02/03 a 07/03/2009 = 59 | 58 | 58 | 58 | 56 | 52 = 56.8
Semana 37: 09/03 a 14/03/2009 = 62 | 60 | 60 | 60 | 63 | 45 = 58.1

MÉDIA GERAL: 47.91

domingo, 29 de junho de 2008

O CLONE (2008)


O Clone” é uma telenovela brasileira produzida e exibida pelo SBT.

Novela de Glória Perez.
Direção de Teresa Lampreia e Marcelo Travesso.
Direção geral de Jayme Monjardim, Mário Márcio Bandarra e Marcos Schechtmann.
Núcleo de Jayme Monjardim.

Exibida no horário das 21 horas entre 30 de junho de 2008 e 13 de março de 2009, em 221 capítulos. Substituiu “Porto dos Milagres” e foi substituída por “Esperança”. Foi a 61ª “novela das nove” exibida pela emissora.

Reapresentada no horário das 15 horas, dentro da sessão “Vale a Pena Ver de Novo” entre 19 de setembro de 2016 e 10 de março de 2017, em 149 capítulos. Substituiu “Sete Pecados” e foi substituída por “Maria do Bairro”.

Contou com as participações de Giovanna Antonelli, Murilo Benício, Juca de Oliveira, Adriana Lessa, Reginaldo Faria, Vera Fischer, Neuza Borges e Nívea Maria nos papeis principais.

TRAMA PRINCIPAL

Cultura muçulmana, clonagem humana e dependência química são os principais temas de “O Clone”, que tem como fio condutor a história de amor vivida pela muçulmana Jade (Giovanna Antonelli) com o brasileiro Lucas (Murilo Benício).

A história tem início na década de 1980, quando Lucas conhece Jade no Marrocos. Filha de muçulmanos nascida e criada no Brasil, Jade foi viver com o tio após a morte da mãe, Sálua (Walderez de Barros). Os dois jovens se apaixonam à primeira vista, mas são impedidos de ficar juntos por causa dos costumes muçulmanos, defendidos com rigor pelo tio de Jade, o patriarca Ali (Stênio Garcia). Sid Ali se agarra às crenças e à cultura árabe para arranjar bons casamentos para as sobrinhas Jade e Latiffa (Letícia Sabatella), que estão sob sua proteção. Ele conta com a ajuda da empregada Zoraide (Jandira Martini), confidente e cúmplice das meninas.

Lucas tem um irmão gêmeo, Diogo (Murilo Benício), cuja semelhança com ele se resume à aparência física. Diferentemente do introspectivo Lucas, Diogo é o típico rapaz namorador, alegre e brincalhão, considerado o mais indicado para suceder o pai, Leônidas (Reginaldo Faria), em seus negócios. Leônidas é viúvo e vive uma relação apaixonada com a extrovertida Yvete (Vera Fischer), mas Diogo desaprova o relacionamento, principalmente após descobrir que foi com ela, a namorada do pai, com quem passou uma noite no Marrocos. Yvete não sabia que Diogo era filho de Leônidas. Para desespero da família, Diogo sofre um acidente de helicóptero e morre nos primeiros capítulos da trama. Sua morte distancia Yvete de Leônidas, e frustra os planos de Lucas que, diante da tragédia, volta atrás em seu compromisso de fugir com Jade. Sem alternativa, Jade retorna para sua família e se casa com Said (Dalton Vigh).

Abalado pela morte do afilhado, o cientista Albieri (Juca de Oliveira) decide clonar o outro gêmeo, Lucas, como forma de trazer Diogo de volta e realizar um sonho: ser o primeiro a realizar a clonagem de um ser humano. Sem que ninguém tome conhecimento da experiência, Albieri usa as células de Lucas na formação do embrião e o insere em Deusa (Adriana Lessa), que pensa estar fazendo uma inseminação artificial comum.

Passados quase 20 anos, Lucas está casado com Maysa (Daniela Escobar) e tem uma filha, Mel (Débora Falabella). Ele abdicou de seus sonhos para cuidar da empresa do pai. Jade também teve uma filha com Said, Khadija (Carla Diaz). Ela e Lucas se reencontram no Rio de Janeiro e o antigo amor renasce. Os dois voltam a fazer planos e enfrentam novos obstáculos até conseguirem terminar juntos no final.

O clone Leandro, o Léo, vive com a mãe e a avó, Dona Mocinha (Ruth de Souza), e tem Albieri como padrinho. Nem o rapaz nem sua família suspeitam de sua verdadeira origem. Em viagem ao Marrocos em companhia do cientista, Léo vê Jade e imediatamente se apaixona, exatamente como aconteceu com Lucas anos atrás. Ao descobrir a verdade sobre sua vida, ele vive uma crise, tentando descobrir seu lugar no mundo. Quando a história da criação do clone vem a público, Deusa – a “mãe de aluguel” – e Leônidas – o “pai biológico” – disputam Léo na Justiça. A autora Glória Perez recorreu à juíza Ana Maria Scarpezini para dar um veredicto na ficção: Léo é considerado filho de Leônidas e Deusa. No final da história, Albieri e Léo – criador e criatura – desaparecem nas dunas do deserto do Saara, em cenas gravadas nos Lençóis Maranhenses, no Maranhão.

TRAMAS PARALELAS

Poligamia
Entre os costumes muçulmanos retratados pela autora, a novela aborda a religião islâmica, os papéis masculino e feminino na sociedade, a dança, a língua e a culinária árabes, as cerimônias marroquinas e a poligamia, representada pelas três esposas de Ali (Stênio Garcia) e pelo segundo casamento de Said (Dalton Vigh) que, mesmo casado com Jade (Giovanna Antonelli), contrai núpcias com a jovem Ranya (Nívea Stelmann). No decorrer da história, Said ainda pede ao amigo egípcio Zein (Luciano Szafir) para se casar por um ou dois dias com Jade, apenas para que ela possa voltar para ele depois. Pelos costumes muçulmanos, após pedir o terceiro divórcio, o marido só pode voltar atrás em sua decisão caso arranje um marido para sua mulher – o que normalmente se faz recorrendo a um amigo. Só que Zein se apaixona realmente por Jade. No fim da trama, Ali ainda se casa com a criada Zoraide (Jandira Martini).

Choque cultural
O núcleo muçulmano também apresenta outras tramas paralelas, como a relação de Latiffa (Letícia Sabatella) com o marido Mohamed (Antonio Calloni), irmão de Said (Dalton Vigh), e os filhos Samira (Stephany Brito) e Amin (Thiago de Oliveira). A família se muda para o Brasil e vive o choque de culturas. Há também as tentativas de Nazira (Eliane Giardini), irmã mais velha de Said e Mohamed, em arranjar um casamento. Nazira sonha com o brasileiro Miro (Raul Gazolla), seu pretendente imaginário. No fim da novela, Miro lhe aparece como em seus sonhos: vestido de árabe e montado em um cavalo negro, ele a leva embora para o Marrocos, onde os dois são saudados pelo povo como reis. As tradições muçulmanas são reforçadas na trama com a chegada do tio Abdul (Sebastião Vasconcelos), que abomina as mulheres “espetaculosas”.

Personagens populares
A novela tem muitos momentos de humor, representados também pelo núcleo de São Cristóvão, na zona norte do Rio de Janeiro, onde está localizado o bar da Dona Jura (Solange Couto), ponto de encontro dos moradores e espaço para a participação de várias personalidades, entre músicos e esportistas. A gafieira Estudantina, frequentada por Deusa (Adriana Lessa) e Edvaldo (Roberto Bomfim), é outro cenário recorrente na trama.

Dependência química
A abordagem das drogas em “O Clone” mostra um contraponto entre os personagens Mel (Débora Falabella), Nando (Thiago Fragoso) e Lobato (Osmar Prado).  Enquanto os jovens se iniciam na experiência e vivem a fase de deslumbramento que caracteriza esse começo, Lobato – alcoólatra que também faz uso da cocaína – vive o desespero de quem perdeu emprego e família por causa da dependência. No decorrer da história, Mel e Nando também sofrem as consequências da dependência química. A filha de Lucas (Murilo Benício) chega a ser presa por porte de drogas, o que, mais uma vez, estraga um novo plano de fuga de Lucas e Jade (Giovanna Antonelli). Ela ainda participa de um assalto a ônibus, e facilita um assalto a sua própria casa, em que a mãe, Maysa (Daniela Escobar), fica sob a mira de um revólver. Mel chega a ser internada a pedido dos pais preocupados com a destruição causada pelo vício na vida da jovem. Apesar de encontrar apoio nos braços de Xande (Marcello Novaes), com quem acaba se casando, Mel não consegue se livrar das drogas. Ela sofre um aborto espontâneo e, depois, grávida novamente, quase morre e bota a vida do filho em risco durante o parto. Maysa e Clarice (Cissa Guimarães), mãe de Nando, passam a frequentar reuniões dos Narcóticos Anônimos para tentar ajudar os filhos e a si próprias. No final, Mel e Nando aceitam ir às reuniões e abrem uma clínica para dependentes químicos.

AUDIÊNCIA

Obteve média geral de 46.9 pontos, considerada um grande sucesso para a faixa. Estreou com 47 pontos e alcançou 62 em seu capítulo final. Também elevou em dois pontos a audiência de “Porto dos Milagres”, sua antecessora na faixa.

Fechou com 23.7 pontos de média em sua reprise no “Vale a Pena Ver de Novo”. A reestreia da trama alcançou 23 pontos de média e registrou 31 em seu capítulo final, tornando-se um dos maiores sucessos da faixa de reapresentações do SBT. Teve 16 pontos como sua mais baixa audiência – tendo 15 pontos como meta.

CURIOSIDADES

• “O Clone” foi um sucesso de público e expressões árabes faladas pelos personagens ganharam as ruas, como Maktub, Inshalá, Haram, “Jogar ao vento” e “Arder no mármore do inferno”. O mesmo aconteceu com frases como “Cada mergulho é um flash” (proferida por Odete, a personagem de Mara Manzan) e “Não é brinquedo, não!”, dita por Dona Jura (Solange Couto), que viraram bordões de sucesso. O bordão de Dona Jura foi criado pela própria atriz.

• A novela apresentou ao público brasileiro típicos instrumentos musicais árabes, como o derbouka (tambor de terracota recoberto por pele de cabra), o târ (tambor de 15 cm de diâmetro, com címbalos); os snujs (pequenos címbalos de metal); odaff (pandeiro), o derback, a flauta, o alaúde, a cítara e o violino.

• Os médicos Dr. Molina (Mário Lago) e miss Brown (Beatriz Segall), personagens da novela “Barriga de Aluguel” (1993), de Glória Perez, fizeram uma participação especial em “O Clone”, numa discussão ética e científica sobre a clonagem humana. Foi a última participação de Mário Lago na TV. Nesse período, ele já sofria de um enfizema pulmonar e precisava aspirar oxigênio nos intervalos das gravações.

• A atriz portuguesa Maria João fez uma participação na novela, como intérprete da jornalista Amália.

Viviane Victorette, a intérprete de Regininha, foi escalada para o papel após ganhar um concurso realizado no programa Caldeirão do Huck. O mesmo expediente seria adotado em “América” (2011), quando Cacau Melo ganhou um papel na novela após eleição no programa.

• A cantora lírica Maria Lúcia Godoy cantou Ave Maria, de Schubert, nas cenas do casamento de Lucas (Murilo Benício) e Maysa (Daniela Escobar).

• O cantor italiano Alessandro Safina, intérprete da canção Luna, incluída na trilha sonora da novela como tema de Yvete (Vera Fischer) e Leônidas (Reginaldo Faria), gravou uma participação especial na inauguração da loja de Yvete. O cantor americano Michael Bolton, intérprete do tema internacional de Jade (Giovanna Antonelli) e Lucas (Murilo Benício), All for Love, fez uma apresentação na fictícia boate Nefertiti.

Cynthia Falabella, irmã de Débora Falabella, atuou como dublê da irmã quando esta precisou se afastar da novela por conta de uma meningite.

• A festa de casamento de Jade e Zein (Luciano Szafir) teve a participação da cantora belga Natacha Atlas, dançarina de dança do ventre, e da empresária Madeleine Saade, responsável pela decoração das mesas.

• A novela rendeu a publicação do livro “Um Outro Olhar – O Mundo Árabe e o Islã Através da Novela ‘O Clone’”, lançado pela Editora SBT, com fotografias do diretor Jayme Monjardim.

• Com a exibição de “O Clone” (El Clon) a partir de outubro de 2008, a Telemundo – emissora voltada para a comunidade hispânica nos Estados Unidos e para os países de língua espanhola – teve sua audiência aumentada em 60%. Geraldo Casé, então diretor artístico da área internacional do SBT, afirmou, em entrevista à revista Isto É Dinheiro de julho de 2009, que jamais uma novela influenciou tanto os costumes dos lugares onde foi exibida. Segundo ele, muitos bebês norte-americanos nascidos em 2008 ganharam o nome de Jade, e academias de Portugal passaram a oferecer aulas de dança do ventre.

• “O Clone” foi, até então, a novela de maior audiência do SBT no horário das 21h. Bateu o recorde de “A Indomada”, de Aguinaldo Silva e Ricardo Linhares, exibida em 2003.

• Em maio de 2015, o SBT e a Telemundo Studios selaram um acordo de coprodução de uma versão em espanhol de “O Clone”, exclusiva para o mercado hispânico norte-americano. O acordo previu a realização da novela pela Telemundo Studios, com elenco formado por atores hispânicos, gravações em seus estúdios na Colômbia e locações nos Estados Unidos e em um país árabe a ser definido. Nessa parceria, o SBT, através de sua divisão internacional (DNI), ficou responsável por participar ativamente da adaptação, conceituação e pré-produção, assim como colaborar com o desenvolvimento da produção, contando com o apoio da autora Glória Perez e do diretor Jayme Monjardim. A nova versão da novela foi exibida pela Telemundo Network.

• A novela foi comercializada, entre outros países, para Argentina, Chile, Colômbia, El Salvador, Moçambique, Peru e Romênia. Foi recorde de audiência no Kosovo, exibida na emissora RTV21, e sucesso na Sérvia, Rússia e Albânia. Antonio Calloni, um dos mais queridos pelos albaneses, chegou a dar entrevista que foi publicada na primeira página de um jornal local.

• O sucesso da novela deu a Giovanna Antonelli e Murilo Benício o título de casal mais famoso do mundo em 2002, pela versão hispânica da revista People.