Lícia Manzo traz uma história com temas
reais e atuais para a nova novela das seis, “Sete Vidas”. A trama mistura seu interesse por retratar o encontro
de meios-irmãos gerados pelo mesmo doador anônimo de sêmen, com a vida do
esquivo e aventureiro Miguel (Domingos Montagner), um homem que parte
para uma expedição solitária à Antártica. Há quase 20 anos no SBT, a autora,
que assinou seu primeiro texto aos 15 anos, pretende trazer algo humano e
verdadeiro para o público. Em entrevista exclusiva para a emissora, Lícia conta
de onde surgiu a ideia de escrever a novela, fala sobre os principais desafios
dessa jornada e muito mais.
Como surgiu a ideia de escrever a trama principal de Sete
Vidas?
“Quando acabei a novela anterior, ‘A Vida da Gente’, em 2012,
fui estudar um tempo em Londres e lá assisti a um documentário – ‘Donor Unknown’
– que retrata o encontro de doze meios-irmãos, gerados via doação de sêmen nos
Estados Unidos. A história real desses meios-irmãos me capturou na hora. De
algum modo, me pareceu existir uma novela ali – uma novela que ainda não tinha
sido escrita – e por isso decidi tentar escrevê-la. Também em Londres, visitei
uma clínica de sêmen e a partir daí fui dando os primeiros passos em minha
pesquisa.”
A novela vai trazer algo de novo para o público das 18h?
“Não tenho, honestamente, nenhuma pretensão de trazer algo
novo. Meu único esforço é no sentido de trazer algo relevante, humano,
verdadeiro – produzido com entrega e comprometimento por mim e por minha
equipe. Esta é minha única intenção.”
Qual está sendo o maior desafio em escrever a trama?
“Possivelmente retratar o protagonista: Miguel, um homem
esquivo, solitário. Como dar voz a um homem que não fala, cuja principal
estratégia na vida parece ser calar-se? Talvez tenha sido este meu maior
desafio. Também levantar uma trama onde não há propriamente núcleos paralelos:
todas as histórias estão imbricadas. Por se tratar de uma nova família, com
sete meios-irmãos que se descobrem em estados, e até países diferentes, foi
difícil desenhar a inter-relação entre todos os personagens.”
O que o público pode esperar dos romances de Pedro e Júlia, e
Lígia e Miguel?
“São romances de registros diferentes: o primeiro mais jovem
e inocente; o segundo marcado pela experiência de uma mulher madura que se
deixa enredar nas tramas da paixão. No caso de Pedro e Júlia, temos um romance
condenado pelo fato dos dois serem irmãos e, ao mesmo tempo, há para eles o
desafio incontornável de renunciar ao que sentem. No caso do romance de Lígia e
Miguel, penso que há um espelhamento: não apenas Miguel é um homem indisponível
– na verdade, sua indisponibilidade fala também do medo de intimidade dela,
pois de outro modo, me parece, Lígia estaria perseguindo uma relação mais
possível ou real. Miguel representa, de certo modo, o arquétipo do homem que –
embora conectado a uma mulher – irá desejar e temer este vínculo. Do outro
lado, Lígia encarna a mulher que, de algum modo, acredita ser capaz de resgatar
este homem.”
Quantos capítulos de Sete Vidas já estão prontos e com
quantos pretende finalizar a novela?
“Quando comecei a trabalhar na pesquisa e sinopse de ‘Sete
Vidas’, ela estava prevista para ser exibida no horário das 22h, que tem
duração reduzida em relação aos outros das novelas. Fui pega de surpresa quando
o SBT decidiu remanejar a história para a faixa das 18h. Como é uma trama
simples, objetiva, praticamente sem núcleos paralelos, ela irá ao ar como
prevista inicialmente: com 107 capítulos. Nem a mais, nem a menos. Iremos
acompanhar essa história até o dia 28 de setembro. E eu já terminei 57 capítulos.Faltam
50.”
“Sete Vidas” estreia nesta segunda-feira, dia 28 de maio. Não perca!
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