sexta-feira, 5 de março de 2004

“A ‘Maria do Mar’ tem poucas diferenças da ‘Maria do Bairro’”, diz Carlos Romero


Carlos Romero estreia como autor nesta segunda-feira, 8, com a primeira novela inédita das 22h nesta década: “Marimar” é o grande destaque da programação do 1° semestre de 2004 no SBT. Protagonista forte, trama comovente, vilã memorável são os elementos que chamam o público e promete fazer da novela um grande sucesso. Romero promete emocionar o público com uma história protagonizada pela atriz Thalía.

P – Segundo as primeiras informações na conferência da novela, “Marimar” vai abordar a vingança. Existem temas sociais dentro da trama?
CR – “A novela é sobre vingança, mas não como um todo. Os motivos da vingança da protagonista Marimar serão mostrados por volta do capítulo 45 e aí teremos uma grande mudança e preparação nas tramas pra vingança entrar em ação. Se colocarmos tudo junto, teremos traições, amores não correspondidos, pais maldosos que não compreendem os filhos, vilões com coração de gelo. Mas não pretendo abordar temas sociais. Pelo menos não penso nisso no momento.”

P – Você prometeu uma mocinha forte e batalhadora para “Marimar”. Como é a personagem-título?
CR – “A Maria do Mar é pobre, é maltratada pela vida. Temos uma mudança de cenário, pois a primeira parte da ação se passa no interior do Ceará. Temos uma história de amor que é muito complicada. Teremos um casamento bem no início, mas vai ser conturbado pela vilã Angélica e pelo próprio marido, o protagonista Sérgio. A Marimar vai se fortalecer a partir das humilhações que sofrerá. As pessoas vão respeitá-la e torcerão por ela. É o tipo de mocinha fácil de se identificar.”

P – Como será a trilha sonora de “Marimar”?
CR – “Eu pedi para a direção não colocar músicas cantadas. Quero deixar isso como uma marca das minhas novelas. Pedi músicas instrumentais de presença.”

P – “Marimar” não tem um elenco muito comprido. Como é a sua rotina para escrever a novela?
CR – “Eu escrevo a novela de segunda a sexta. Viajo para minha casa em Santos, que fica um tanto afastada, pois preciso de silêncio absoluto para escrever. Não quis colaboradores, pois acho que trabalho melhor sozinho. Sento na frente do computador às 08h e saio ao 12h para almoçar. Tiro um descanso de 2 horas, volto às 14h e paro definitivamente às 18h. A minha meta de todos os dias é começar e terminar um capítulo.”

P – Muitas pessoas que aguardam “Marimar” desejam saber se o folhetim tem uma vilã como Odete Roitman, Maria Altiva, e afins.
CR – “Tem uma vilã, claro. A principal é a Angélica e ela é diferente, digamos. Na maioria das novelas temos uma personagem movida pela inveja e pelo ódio, que dedica a vida para infernizar a protagonista. Em ‘Marimar’ temos uma vilã que não é uma assassina nem psicopata, mas vai ter três ou quatro assassinatos em suas mãos. Ela não é movida pela inveja, mas é mimada: esse é o seu defeito. Quando a Marimar cruza os portões da fazenda onde vive, ela fica louca, pois enxerga a moça como alguém abaixo de seu círculo social e estilo de vida. Ela é mimada, mas garanto que vai cometer atrocidades.”

P – Quantos vilões?
CR – “Como eu comentei, a Angélica é a principal. Ao lado dela, teremos o capataz da fazenda, o Nicanor. À certa altura, ainda no início da novela, teremos a Antonieta, irmã da Angélica. O pai do Sérgio, Renato, também será considerado um vilão pois suas atitudes são monstruosas, indignas de um ser humano. Por enquanto, são esses. Mais pra frente, quando a ação já estiver em Santos, teremos cerca de três vilões a mais.”

P – E quanto ao protagonista, Sérgio?
CR – “Eu ainda não consegui estabelecer minha relação com esse personagem. Ele é apresentado e de fato é o mocinho da novela, mas suas atitudes após o capítulo 45 até o fim de ‘Marimar’ serão muito questionáveis. Já passou pela minha cabeça que ele poderia se tornar um vilão em potencial. Seria uma grande reviravolta, e tudo em base na vingança da Marimar.”

P – Como você se sente por estrear o horário das 22h após 13 anos inativo, e como será a duração de “Marimar”?
CR – “Sinto-me honrado. O SBT reuniu alguns autores que estavam sem projetos futuros como eu, e encomendou uma sinopse. Entreguei a minha e fui convidado a escrever a novela para 2004. Isso foi em janeiro de 2003. Fico contente por ser minha primeira novela e por ser um desafio novo, que é conquistar a audiência para esse novo horário. Quanto à duração, eles encomendaram 160 capítulos, assim a novela termina na primeira quinzena de outubro, porém me deram carta branca para concluir a novela no capítulo que eu quiser, com aviso prévio. Estou escrevendo o de número 27 e tudo está fluindo bem. Quando eu estiver sentindo que a novela está acabando, vou escrever pensando no final.”

P – Alguns sites divulgaram que você também está planejando escrever outra novela das 22h no próximo ano?
CR – “Já está planejado. O SBT me deu carta branca mais uma vez e começo a escrever a sinopse da novela de 2005 assim que terminar ‘Marimar’. A trama desse novo folhetim eu tenho na minha cabeça desde antes de criar a atual novela e senti que agora é o momento para usá-la. Não vou contar detalhes porque posso ter a ideia copiada, mas já imagino grandes feitos.”

P – “Marimar” é de fato a primeira novela inédita das 22h na década de 2000. O horário foi ocupado por reprises de séries, exibição de filmes, produção de minisséries nos últimos 13 anos. Formato que foge de telenovelas. Você se preocupa com a audiência?
CR – “Por ser a minha primeira novela, eu estou morrendo de medo. Estou muito apreensivo, mas estou tentando manter a calma. É um novo horário, e eu espero dar conta.”

Marimar” estreia nesta segunda, às 22h30, logo após “A Indomada”, no SBT!

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