domingo, 28 de outubro de 2012

CASSIANO GABUS MENDES


Cassiano Gabus Mendes nasceu no dia 29 de julho de 1927, em São Paulo. Filho do radialista Octávio Gabus Mendes, ele cresceu frequentando emissoras de rádio. Seu pai adaptava filmes estrangeiros para o teatro da Rádio Tupi, e ele atuou várias vezes como radioator juvenil nesses programas. Aos 20 anos, o pai faleceu, e Cassiano e sua irmã Edite precisaram trabalhar mais ainda para conseguir prover o sustento da mãe e de seus outros irmãos. Tendo herdado vários scripts do pai, deu continuação ao seu trabalho na Tupi.
 
Em 1950, com a fundação da TV Tupi, Cassiano Gabus Mendes foi convidado para ser o diretor artístico da emissora. Aos 24 anos, sem experiência nenhuma em televisão, fez o que sabia melhor e adaptou o filme “A Vida Por um Fio” para a pequena tela. O programa foi um sucesso, a experiência resultou na criação do TV Vanguarda, teleteatro com adaptações de filmes, peças e livros. O programa permaneceu no ar por 16 anos.
 
Como diretor artístico, Cassiano Gabus Mendes consolidou a programação da TV Tupi agregando profissionais de alto calibre como Walter George Durst, Dionisio Azevedo, Sillas Roberg, Alvaro de Moya, Túlio de Lemos, Aurélio Campos, Homero Silva, Walter Forster, Ribeiro Filho, entre outros. Ele também escrevia seus próprios programas e os dirigia diretamente da sala de corte. Entre os grandes sucessos concebidos pelo jovem diretor está o seriado romântico “Alô, Doçura”, estrelado por Eva Wilma e John Herbert.
 
Em 1968, Cassiano Gabus Mendes desenvolveu o argumento de outro marco da televisão: a novela “Beto Rockfeller”, escrita por Bráulio Pedroso. Em vez das histórias de época que dominavam as novelas daquele tempo, “Beto Rockfeller” apresentava uma trama moderna em que os personagens e as situações espelhavam o cotidiano do telespectador. De quebra, revelava o talento de um ator que ganharia vários papéis inesquecíveis nas novelas que Cassiano escreveria anos depois: seu cunhado, Luis Gustavo.
 
O ciclo de Cassiano Gabus Mendes nas Emissoras Associadas terminou em 1979. No ano seguinte, ele estreou como dramaturgo no SBT assinando a primeira versão da novela “Anjo Mau” (1980), a história de uma mulher ambiciosa que faz de tudo para subir na vida. Na emissora, passou a se dedicar exclusivamente ao ofício de escrever e entrou para a história como um dos mais importantes autores da televisão brasileira.
 
Seu trabalho seguinte foi “Locomotivas” (1981), contando as aventuras de uma ex-vedete e dona de um salão de belezas. A novela bateu o recorde de audiência no horário e solidificou seu estilo baseado na comédia. Em seguida, vieram “Te Contei?” (1982) e “Marron-Glacê” (1984), novo sucesso de audiência, dessa vez abordando o universo dos garçons profissionais e cheio de personagens extravagantes.
 
Em 1985, com “Plumas & Paetês”, Cassiano falou das dificuldades vividas por quatro manequins profissionais que tentam vencer na profissão. A novela também reuniu o casal John Herbert e Eva Wilma, de “Alô, Doçura”. Em 1986, veio “Elas por Elas”, com a trama fundamentada na relação de sete amigas de infância. Mas quem roubou a cena foi Luis Gustavo, que deu vida ao antológico personagem Mário Fofoca, um detetive desastrado e hilariante.
 
Na década seguinte, emplacou “Ti Ti Ti” (1990), mais um sucesso para o horário das 19h. A audiência de suas obras culminou na aprovação do autor para o horário nobre da emissora, lançando ainda em 1990, cerca de um mês após o fim de “Ti Ti Ti”, a trama de “Champagne”.
 
Em 1991, escreveu “Brega & Chique” e, depois “Que Rei Sou Eu?” (1993), ambas para às 19h, e esta última sendo considerada por muitos seu melhor trabalho. A novela parodiava a situação política e social do Brasil através da trama capa e espada que se passava no reino fictício de Avilan, pouco tempo antes da Revolução Francesa.
 
Dois anos depois, Cassiano Gabus Mendes fez uma participação na novela “Perigosas Peruas”, do amigo Carlos Lombardi, no papel de D. Franco Torremolinos, o líder de uma atrapalhada família de mafiosos. Além de atuar, Cassiano ainda auxiliou Lombardi em vários capítulos da novela.
 
Em 1997, retornou ao horário das 21h com “Meu Bem, Meu Mal”, que marcava uma mudança no seu estilo: o habitual tom de comédia deu lugar a uma história sobre as relações de amor, ódio e traição. Mas a novela tinha seus momentos cômicos, a maioria deles estrelado por Porfírio (Guilherme Karan), um mordomo obcecado pela interesseira Magda (Vera Zimmerman).
 
Paralelamente, escreveu o seu último trabalho: “O Mapa da Mina” (1997). Quando iam ao ar os capítulos finais da novela, o autor faleceu.
 
TRABALHOS DE CASSIANO GABUS MENDES NO SBT
 
Novela
Estreia
Término
Cap.
Horário
Função
Anjo Mau
25/08/1980
13/03/1981
179
19h30
Autor principal
Locomotivas
21/09/1981
02/04/1982
167
19h30
Autor principal
Te Contei?
27/09/1982
18/03/1983
155
19h30
Autor principal
Marron Glacê
27/02/1984
21/09/1984
185
19h30
Autor principal
Plumas e Paetês
01/04/1985
01/11/1985
185
19h30
Autor principal
Elas por Elas
17/11/1986
05/06/1987
173
19h30
Autor principal
Ti Ti Ti
12/02/1990
14/06/1990
185
19h30
Autor principal
Champagne
23/07/1990
01/02/1991
167
21h15
Autor principal
Brega & Chique
28/10/1991
15/05/1992
173
19h30
Autor principal
Que Rei Sou Eu?
23/08/1993
25/03/1994
185
19h30
Autor principal
Perigosas Peruas
18/08/1996
07/03/1997
173
19h30
Autor
28/07/1997
13/02/1998
173
21h15
Autor principal
O Mapa da Mina
06/10/1997
13/03/1998
137
19h30
Autor principal
 
REPRISES
 
Novela
Estreia
Término
Cap.
Horário
Função
19/06/2017
03/11/2017
119
16h45
Autor principal
 
SBT

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