Depois de quarenta
e três anos, o revolucionário Raimundo
Mendes Falcão, ou simplesmente “Mundinho
Falcão”, como é amplamente conhecido, reaparece na TV. Dessa vez, encarnado
por ninguém menos que Mateus Solano.
O ator viajou até Canavieiras, na Bahia, lugar em que gravou a chegada do
personagem à “Gabriela”, nova novela
das 22h, e onde também conversou com o site sobre o novo trabalho. “É uma grande honra estar fazendo parte
desse projeto com um personagem tão bacana e decisivo para a trama”, afirma
Mateus, que, na entrevista abaixo, revela ainda um pouco da conversa que teve
com o ator José Wilker, que fez o papel do progressista em 1975.
Como é participar de uma trama que já está no
imaginário do público há mais de trinta anos, comemorando também o centenário
de Jorge Amado?
“É um grande prazer estar participando de ‘Gabriela’.
Uma história que faz parte até do imaginário do brasileiro que não viu, que não
sabe do que se trata, que acha que é uma história só entre Gabriela e Nacib e,
na verdade, é muito mais que isso. Eu também não sabia. Então, fui buscar ler o
livro, saber sobre o que se tratava e percebi que se tratava realmente de uma
obra prima de Jorge Amado, que estaria completando mais um centenário esse ano.
É uma grande honra para mim estar fazendo parte desse projeto com um personagem
tão bacana e decisivo para a trama. Estou superanimado.”
Por se tratar de uma releitura, você está compondo
o seu Mundinho Falcão, assim como a Ju Paes está compondo a Gabriela dela. Como
está o processo de composição de seu personagem?
“Raimundo Mendes Falcão, o Mundinho Falcão, vem do
Rio de Janeiro, já tem a vida ganha e descende de uma família de políticos, mas
quer, como ele mesmo afirma, vencer na vida por si mesmo. Ele vem a Ilhéus
também, porque quer esquecer um amor proibido (apaixonou-se pela esposa do
próprio irmão), para se redescobrir e acaba querendo reinventar também essa
cidade, essa Ilhéus dos anos 1920. A cidade, que respira o coronelismo, vai
contra isso tudo. Então ele já chega um pouco como oposição à sociedade vigente
daquele lugar. Mundinho vem com todo esse espírito de mudança, essa juventude.
Ao mesmo tempo, vejo que ele é um jovem muito petulante. Ao chegar na cidade,
por exemplo, bate de frente com o Coronel Ramiro Bastos (Antônio Fagunes), que
já tem seus 82 anos e não se intimida. Promete acabar com o rival.”
Você está fazendo um personagem que já foi vivido
por José Wilker na primeira versão. Vocês chegaram a conversar sobre o assunto?
“No primeiro workshop nós conversamos e ele me
falou muito mais sobre o que foi aquela versão de Gabriela de 1975 do que
propriamente sobre o Mundinho, porque cada um tem que reler seu próprio
personagem e adaptá-lo ao mundo de hoje, que é muito importante. Um assunto
muito interessante que ele (Wilker) me contou foi que antes de o Mundinho
chegar, em 1975, as câmeras todas viviam paradas sobre seus tripés. Quando ele
chega, de balsa, a imagem começa a balançar, o que considero uma característica
do (Walter) Avancini (diretor da primeira versão, em 1975) de mostrar que a
coisa toda iria mudar. O Mundinho é o cara que traz esse movimento à cidade,
que sempre pareceu inerte.”
Você não pode
perder “Gabriela”, a nova trama das
22h, que estreia nesta segunda-feira, dia 2
de julho. Escrita por Walcyr
Carrasco, a novela tem direção de núcleo de Roberto Talma e direção geral de Mauro Mendonça Filho.
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