“Gravar nessa região não é só legal e exótico, mas
fundamental para tentar entender a personagem”. Com essas palavras, Juliana
Paes define sua experiência pelo nordeste do Brasil, onde as primeiras
cenas da nova novela das 22h começaram a ser gravadas. Acompanhamos os quinze
dias de trabalho da atriz entre os estados de Pernambuco, Piauí e Bahia que
deram à atriz um novo olhar em relação à vida na caatinga, lugar em que os
habitantes vivem uma realidade extrema em comparação aos cidadãos das grandes
metrópoles.
O fato é que
Juliana transformou-se, literalmente, em uma “mulher da terra”, embrenhando-se
pela a caatinga com a equipe da trama, vivendo o dia a dia das pessoas que
moram por ali e, ainda, aprendendo os segredos da culinária local.
Abaixo, em
entrevista exclusiva no restaurante do hotel onde a equipe da novela se
hospedou, a atriz contou como foi a experiência de passar um tempo no “berço”
de Gabriela.
Como é gravar no sertão?
“Gravar nessa região não é só legal e exótico, mas
fundamental para tentar entender a personagem. Muito se fala sobre a
sensualidade de Gabriela, mas a verdade é que a Gabriela é uma mulher
retirante, uma sertaneja. Ela vem de uma vida sofrida, dura. E, chegando nesse
lugar, dá realmente para perceber como as pessoas viviam naquele tempo. Até as
árvores são agressivas, espinhosas. Não existe aquela coisa de ‘vamos recostar
à sombra daquela árvore’. Elas estão cheias de espinhos, o chão é cheio de
cactus... É inóspito, mesmo. Difícil de se ficar, de se caminhar. Então, serviu
até para entender a fala dessas pessoas, que é um pouco mais dura em função
dessa vida difícil que elas deviam levar. Foi fundamental poder passar esse
tempo no sertão, sentir como é difícil e, finalmente, perceber que Gabriela,
apesar de tudo, é uma pessoa que tem a alegria de viver, porque é uma
sobrevivente.”
Disseram que você é uma atriz que “mergulha” no
set: sente a terra, caminha pelo local, anda sobre a caatinga... Qual é a
importância disso para você?
“Meu entendimento de Gabriela é que ela é uma
mulher conectada com a natureza. Ela gosta de bicho, de planta, do vento, do
céu, do sol... Então, em todos os momentos em que estou no set, tento
estabelecer esses contatos. Acho que isso vai servir para momentos futuros.”
O que mais lhe atrai em Gabriela?
“Acho que a característica da Gabriela mais
fascinante e que também é um pouco inusitada para as pessoas, é a força dela.
Não é uma maluquinha qualquer que procura achar as coisas. Ela é forte e tem a
noção de que sobreviveu para chegar onde chegou. Quando chega à cidade, por
exemplo, onde a vida é mais fácil, a comida é mais fácil, a água é mais fácil,
aí sim ela se sente no paraíso, porque já passou por muita necessidade como:
fome, sede, falta de lugar para dormir... Esse passado difícil é o que faz dela
a mulher forte que é agora.”
Como foi a preparação para viver a personagem em um
primeiro momento?
“Uns dois dias antes do começo das gravações, a
gente se embrenhou pela caatinga. Conheci uma senhora, D. Luzia, que foi de uma
generosidade tremenda. Passei o dia com ela e percebi que ela tem uma neta, a
Taiane, que é uma ‘Gabrielinha’. A menina é totalmente da terra, tem um jeito
de pegar as coisas, de subir em árvores e faz isso com tanta naturalidade...
Fiquei só de olho nela. Então, passei esse tempo experimentando a natureza,
esse calor, esse sol que pega fundo na pele, que deixa a gente curtido, mesmo.
Acho que tem algo de divino no processo que também acaba transparecendo depois.
Alguma força que é inconsciente, que depois acaba ficando impresso na personagem.”
E sobre a preparação física? Teve alguma dieta
especial? Malhação?
“As pessoas daqui são pessoas fortes, que vivem com
o essencial, com muito pouco. Estou muito tranquila em criar a minha Gabriela.
Ela não é uma mulher muito abastada de comida, por exemplo. Então, não consigo
ver a personagem muito farta. Acho que ela é magra. Não porque corre e se
exercita com isso. Mas porque, em vários momentos, faltaram proventos a ela
como a farinha, a carne de sol... Minha preparação foi muito nesse sentido: criar
uma figura rígida, seca, que tivesse a ver com essa paisagem. Fui para a
academia mesmo, corri bastante e não vou mentir para vocês: não sei fazer dieta
e não fiz regime, porque também não sei. Então, tive que suar a camisa.”
Você fez um workshop de culinária baiana. Já tinha
algum conhecimento sobre como preparar esse tipo de prato?
“Sempre fui muito fã de comida baiana. Adoro um
acarajé, um abará, ô... (risos). Mas não tinha noção de como se preparava essas
comidas. Por isso, o workshop de culinária foi muito interessante e gostaria de
mandar um beijo para a Cida (Baiana), que foi quem me ensinou tudo isso. A
comida baiana não é só pegar a receita e fazer. Tem um jeitinho de se preparar
também. E esse jeitinho aprendi com uma baiana legítima! Agora sei que já posso
convidar as pessoas para comer uma moqueca lá em casa, porque sei fazer!
(Risos).”
Um recado para o público que vai assistir à novela:
“Internautas do meu coração: vocês não podem perder
Gabriela! A gente está caprichando com cenários lindos, figurino e maquiagem
maravilhosos, o elenco está todo entregue à trama, com um supertesão de fazer.
Acho que vocês vão se surpreender com a poesia que a gente está colocando em
tudo. Espero vocês. Beijo!”
Você não pode
perder “Gabriela”, a nova trama das
22h, que será exibida de segunda a sexta-feira a partir do dia 2 de julho. Escrita por Walcyr Carrasco, a novela tem direção
artística de Roberto Talma e direção
geral de Mauro Mendonça Filho.
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