“Alma Gêmea” é uma telenovela brasileira produzida e exibida pelo SBT.
Novela de Walcyr
Carrasco.
Colaboração: Thelma Guedes.
Direção: Fred
Mayrink e Pedro Vasconcelos.
Direção-geral e artística: Jorge Fernando.
Exibição original
Período: 15 de setembro de 2008 – 5 de junho
de 2009.
Horário: 18h30 (66ª novela da faixa).
Duração: 227 capítulos.
Vale a Pena Ver de Novo (primeira
reprise)
Período: 9 de julho – 16 de novembro de 2011.
Horário: 15h15.
Duração: 113 capítulos.
Vale a Pena Ver de Novo (segunda
reprise)
Período: desde 9 de setembro de 2024.
Horário: 15h30.
TRAMA PRINCIPAL
“Alma
Gêmea” conta a história do amor eterno de um homem e uma mulher,
tragicamente separados e que, cerca de 20 anos depois, voltam a se encontrar
quando ela reencarna em um novo corpo. Além do tema central, a trama tem tons
de comédia neorrealista italiana na abordagem dos conflitos familiares, e
também enfoca o resgate de valores, as relações afetivas e o misticismo.
A novela está dividida em duas fases. No início
da década de 1920, o botânico Rafael
(Eduardo Moscovis) e a bailarina Luna (Liliana Castro) apaixonam-se à primeira vista e, em pouco tempo,
casam-se e têm um filho. Esse amor é invejado pela amargurada Cristina (Flávia Alessandra), a governanta do casal, que se acha injustiçada
porque sua prima Luna, além de rica e casada com Rafael, a quem sempre desejou,
também herda as joias da avó, Adelaide
(Walderez de Barros). O amor de
Rafael por Luna é tão grande que ele cria uma rosa branca em sua homenagem, à
qual dá o nome da esposa. Revoltada com a felicidade da prima, Cristina arma
uma trama com seu admirador Guto (Alexandre Barillari) para que ele roube
as joias, usadas por Luna no dia de sua primeira apresentação como bailarina
principal no Teatro Municipal de São Paulo. À saída do espetáculo, Rafael e
Luna são surpreendidos por dois bandidos, e o botânico reage ao assalto, sendo
salvo pela esposa, que se coloca a sua frente e leva o tiro disparado pela arma
de Guto, um dos assaltantes. Ela é levada para o hospital, mas não resiste ao
ferimento.
No instante em que Rafael se desespera com a
morte confirmada de Luna, em um distante casebre a índia Jacira (Luciana Rigueira)
dá à luz uma menina, que ganha o nome de Serena. A criança é filha da índia com
um garimpeiro, e cresce na aldeia indígena seguindo os valores e costumes de
sua tribo. Já uma moça feita, Serena
(Priscila Fantin) às vezes vê uma
rosa branca refletida nas águas de um lago e, em outros momentos, desenha casas
grandes que não existem na região. O mistério chama a atenção da professora da
aldeia, Cleyde (Júlia Lemmertz), e do pajé (Francisco Carvalho), que explica à
mestiça que ela tem um sonho e terá de buscá-lo. Serena é pedida em casamento
pelo índio José Aristides (André Gonçalves), mas, após a morte da
mãe e a invasão e destruição da aldeia por garimpeiros – sendo que um deles é
seu pai –, ela parte atrás de seu sonho. Leva apenas uma trouxa, algum dinheiro
dado por Cleyde e uma carta de recomendação, com o endereço de uma prima da
professora que mora em São Paulo.
Serena corre vários riscos até chegar a São
Paulo, onde conhece Terê (David Lucas), um menino de rua que
rouba sua trouxa em busca de dinheiro. A mestiça enfrenta um grupo de garotos
para defender a vida dele, os dois ficam amigos e viajam para a cidade de
Roseiral em companhia do vira-lata Joli. Durante toda a trama, Serena protege Terê,
tornando-se uma das responsáveis pela educação do menino.
A morte de Luna transformou Rafael em um homem
amargurado, taciturno e rude. Desleixado até na aparência, não se interessa por
nada que não sejam suas rosas, e mantém um relacionamento distante até com o
filho, o tímido e amedrontado Felipe
(Sidney Sampaio). Cristina se
aproveitou dessa situação para, ao longo dos anos, apossar-se da administração
da casa, com a desculpa de ajudar Rafael a criar o filho. Ela se finge de
delicada e bondosa, mas não hesita em prejudicar os que atrapalham seu
objetivo: casar-se com o botânico. Para isso, conta com a ajuda do comparsa
Guto; da mãe – a ardilosa Débora (Ana Lúcia Torre); do inescrupuloso Raul (Luigi Baricelli) e de sua amante, Dalila (Fernanda Machado),
alpinista social que tem vergonha da família humilde; e de Ivan (Thiago Luciano),
irmão da empregada Zulmira (Carla Daniel) e motorista da casa, a
quem ela seduz para realizar seus planos.
Serena vai trabalhar como empregada na casa de
Rafael. A jovem sente uma estranha emoção assim que chega ao casarão, que
aumenta quando ela se depara com a rosa branca de suas visões. Felipe provoca
nela impulsos de mãe e, ao ver Rafael, ela tem a sensação de que já o conhece,
mas não consegue explicar seus sentimentos. O botânico também se perturba com a
presença da jovem, que protagoniza estranhos fenômenos, como tocar ao piano a
música preferida de Luna – Clair de Lune, de Claude Debussy (1862-1918) –, embora
nunca tenha aprendido a tocar o instrumento; dançar exatamente como a
bailarina, apesar de nunca ter feito balé; e ver-se refletida no espelho com a
imagem de Luna. Além disso, com a chegada de Serena à casa, a roseira de Luna
volta a florescer. Adelaide, a avó de Luna e Cristina, fica convencida de que a
falecida neta voltou, principalmente após confirmar que Serena tem um sinal de
nascença no mesmo lugar onde Luna levou o tiro que a matou. Já a descrente Agnes (Elizabeth Savala), mãe de Luna e filha de Adelaide, acha que Serena
é uma golpista. Agnes é “envenenada” pela irmã, Débora, e a sobrinha Cristina,
que fazem de tudo para desacreditar a moça. Com sua sinceridade e inocência,
porém, Serena faz muitos amigos, sempre ajudando as pessoas de forma
indiscriminada e desprendida. Ela se aproxima de Vera (Bia Seidl), irmã
de Rafael; ajuda Felipe em seu namoro com a jovem Mirella (Cecília Dassi)
e torna-se confidente de Olívia (Drica Moraes), antiga melhor amiga de
Luna.
Rafael se encanta com Serena e se convence de
seu amor ao acreditar que a mestiça é mesmo a reencarnação da amada Luna. Sua
vida se transforma e ele cria uma rosa azul em homenagem à empregada, a quem
pede em casamento. Desesperada, Cristina arma um plano com a colaboração de
Guto e Ivan, e faz Rafael acreditar que Serena o trai com Guto. O botânico fica
transtornado e não dá chances à noiva de se defender. Ela, indignada com a
desconfiança, rompe o noivado. No mesmo dia, seguindo conselhos da mãe, Cristina
oferece a Rafael uma poção de ervas que o faz olhar para ela e ver Serena,
caindo na armadilha da vilã. Dias depois, pressionado pelas encenações da
governanta, que se diz ultrajada por ser rejeitada após os dois terem passado
uma noite juntos, Rafael a pede em casamento e, fragilizado, fica em suas mãos.
Cristina ainda simula uma gravidez para efetivar o casamento. Quem faz o exame
em seu lugar, porém, é Dalila, que está grávida de Raul. Cristina, finalmente,
consegue casar-se com Rafael, mas como é rejeitada pelo marido, continua a
fazer maldades para se vingar, ao mesmo tempo em que faz tudo para manter
Rafael longe de Serena. Mais tarde, inventa que perdeu o bebê.
No decorrer da trama, Guto morre envenenado por
Débora – antes de revelar a todos que Cristina foi responsável pela morte da
prima. Como espírito, ele passa a perturbar Alexandra (Nívea Stelmann)
para que ela encontre as joias de Luna, que ele roubou de Cristina e guardou em
um esconderijo, após dar-se conta de que estava sendo novamente enganado pela
vilã. Ele, que havia sido perdoado por Serena antes de sua morte na prisão,
volta ainda como fantasma para aterrorizar Cristina: a vilã passa a ver e ouvir
o antigo comparsa, levando as pessoas a acharem que está ficando louca. Guto só
recupera a paz depois que Alexandra consegue encontrar as joias e devolvê-las à
sua verdadeira dona. Alexandra é ajudada pelo terapeuta Julian (Felipe Carmago),
que também trata de Serena e, através de regressões, tenta ajudá-la a entender
sua missão e descobrir a razão da dor no peito que volta e meia a acomete.
A discussão sobre misticismo também é enfocada
na trama através do embate entre o estudioso espiritualista Elias (Umberto Magnani) e a incrédula Agnes. Elias é o porta-voz dos que
acreditam em reencarnação, e dá várias explicações sobre o espiritismo ao longo
da trama. Agnes, por sua vez, só se convence de que Serena é Luna depois que a
mestiça revela a ela um segredo do passado: Luna respondeu a um inquérito
policial por ter ferido um namorado de Agnes que tentara aproximar-se dela.
Arrasada pelas lembranças, Agnes confessa que sempre se culpou por ter se
envolvido com um homem que causou tanto sofrimento à filha, e que sua mudança
para Roseiral foi para que tudo ficasse esquecido. Serena, para consolar a mãe
da bailarina, diz que a alma de Luna nunca a culpou, e Agnes a abraça,
chamando-a de filha.
Mesmo após todos terem certeza de que Serena é
mesmo Luna reencarnada, ela continua a sofrer por amor a Rafael. Casado com
Cristina, ele não pode assumir um compromisso com Serena. Enfurecida por
continuar sendo desprezada pelo marido, Cristina põe fogo no ateliê que era de
Luna. Rafael, atingido por um lustre, cai desacordado e sofre várias
queimaduras, ficando entre a vida e a morte. O índio José Aristides que, a essa
altura, reencontrou Serena em Roseiral, salva a vida do botânico com ervas e um
ritual aprendido em sua tribo. Rafael volta para a casa, mas é obrigado a ficar
sob os cuidados de Cristina, que faz pose de esposa devotada. Em estado
catatônico e incapaz de fazer qualquer movimento, Rafael sofre nas mãos da
mulher, que aproveita para maltratá-lo o quanto pode, dificultando sua
recuperação. Certa de que ele não pode vê-la nem ouvi-la, Cristina beija o
motorista Ivan em sua frente e confessa que está envolvida na morte de Luna.Com
a ajuda dos amigos, Serena consegue resgatar o amado e escondê-lo no sítio de Bernardo (Emiliano Queiroz), onde passa a cuidar dele com todo o seu amor.
Rafael, então, consegue recuperar-se, lembra tudo o que Cristina fez e a
expulsa do casarão. Mesmo sem a separação oficial, ele e Serena se casam em uma
cerimônia simbólica e passam a viver juntos na casa. Débora, então, tenta
envenenar o ex-genro, para que Cristina herde sua fortuna antes de assinar um
acordo de separação, mas é ela quem bebe o refresco com o veneno, morrendo em
seguida. Enlouquecida, Cristina promete uma nova vingança. No último capítulo,
após ter sequestrado a rival, a vilã acaba atingindo Rafael com um tiro no
peito, depois que ele se coloca à frente de Serena para protegê-la. No instante
em que está socorrendo o amado, Serena tem um infarto fulminante e entende sua
missão. Os dois se beijam antes de morrer e percebem que estarão unidos por
toda a eternidade. Em uma sucessão de imagens, Rafael e Serena aparecem com
feições diferentes, vestidos de acordo com a época de suas vidas passadas. O
casarão pega fogo, e Cristina, usando as joias de Luna, é envolta em sombras e
atraída para dentro de um espelho, onde só há trevas.
Há muitas uniões no fim da novela. Felipe
termina com Mirella; Agnes assume o romance com Ciro (Michel Bercovitch),
que havia sido contratado por Rafael para investigar a morte de Luna. Julian se
casa com Vera, que fica curada de um tumor no cérebro. Hélio descobre que sua
ligação com Serena vem de outras vidas – ele foi seu irmão em outra encarnação
– e acaba se casando com Sabina (Aisha Jambo).
Há uma passagem de 15 anos no último capítulo,
e todos que ainda estão vivos se reencontram, com seus filhos e netos, no
lançamento do livro de Terê (Ângelo Paes Leme). A última cena da
novela se passa em 2006, quando um menino chamado Rafael conhece uma menina
chamada Serena.
TRAMAS
PARALELAS
Pensão da
Divina
Serena (Priscila Fantin) vai parar em um dos núcleos mais bem-humorados da
trama, a pensão do sapateiro Osvaldo
(Fulvio Stefanini) e de sua mulher, Divina (Neusa Maria Faro). O casal mora com os filhos Hélio (Erik Marmo), Dalila (Fernanda Machado), Nina
(Tammy Di Calafiori) e Vitório (Malvino Salvador), e a rabugenta sogra de Osvaldo, Ofélia (Nicette Bruno), que implica o tempo todo com o genro. A mestiça é
recebida de braços abertos por Divina, mulher de bom coração que não é nenhum
prodígio de beleza, mas se acha linda. Seu marido também acha, e provoca várias
confusões por ciúmes da esposa.
Na pensão também moram o nordestino Alaor (Marcelo Barros), que vive correndo o risco de ser expulso por estar
sempre desempregado; a cafona Terezinha
(Andrea Avancini); o simplório Roberval (Rodrigo Phavanello), que é apaixonado por Dalila; e o orgulhoso Jorge (Marcelo Faria), que tenta ser elegante escondendo os remendos de
suas roupas – o personagem entra por volta do capítulo 50. Alguns meses antes
do fim da novela, o marido falecido de Ofélia reaparece, interpretado por
Ankito, um dos grandes nomes da comédia brasileira nos anos 1950. Ofélia fazia
todos acreditarem que ele havia morrido para não admitir que fora abandonada. O
“falecido” traz ainda mais humor à novela.
A pensão vira a nova casa de Serena, que logo
desperta o interesse de Hélio. O rapaz, encantado, ajuda-a na adaptação à
língua e aos costumes de sua nova sociedade. Já a ambiciosa Dalila, irritada
por ter de dividir o quarto com a nova moradora, é quem a indica para trabalhar
como empregada na casa de Rafael, pois Zulmira
(Carla Daniel) e o copeiro Eurico (Ernesto Piccolo), lá há muitos anos, estão precisando de uma
ajudante.
Sob a
influência de espíritos
O misticismo está presente na novela não só nos
fenômenos que ocorrem com Serena (Priscila Fantin), mas também através da
personagem Alexandra (Nívea Stelmann), esposa do médico Eduardo (Ângelo Antônio). Ela sofre de esquizofrenia e chega a Roseiral
acompanhada pela enfermeira Nair (Rosane Gofman), após receber alta do
hospital onde estava internada. Com a orientação do terapeuta Julian (Felipe Camargo) e de sua assistente Sabina (Aisha Jambo),
Alexandra descobre que seu problema é espiritual: a voz que a manda praticar
agressões e suas premonições estão relacionadas à aproximação de espíritos. O
tratamento com Julian ajuda Alexandra a voltar a ser feliz, o que salva seu
casamento com Eduardo – antes de sua volta a Roseiral, o médico havia tido um
envolvimento com Vera (Bia Seidl), a irmã de Rafael.
Irmãos
caipiras
Um dos pontos altos da novela é o núcleo dos
irmãos caipiras Crispim (Emilio Orciollo Netto) e Mirna (Fernanda Souza). Os dois moram com o tio Bernardo (Emiliano Queiroz)
em um sítio localizado junto à plantação de rosas de Rafael (Eduardo Moscovis).
Enquanto o irmão e o tio trabalham no roseiral, a romântica Mirna cuida da
casa, sonhando arranjar um noivo para casar. Crispim, porém, morre de ciúmes da
irmã e não deixa que nenhum pretendente se aproxime, botando todos para correr,
entre eles Pedro Charreteiro (Francisco Fortes), Roberval (Rodrigo Phavanello)
e o policial Arthur (Adilson Girardi). Uma de suas marcas é
jogar o pretendente no chiqueiro.
Desolada por não arranjar um marido, Mirna faz
confidências à sua pata Doralice, para a qual arruma até um casamento na trama,
com direito a bolo e marcha nupcial. Crispim também conversa de igual para
igual com seu burrico, e é com ele que desabafa quando se apaixona perdidamente
pela estonteante Kátia (Rita Guedes), a quem passa a chamar de “anja”,
depois que ela o salva de se afogar na piscina do clube da cidade. Kátia é
filha de Elias (Umberto Magnani), mãe solteira da menina Rita (Caroline Smith), e
sonha casar-se com um homem rico. A personagem vive momentos cômicos quando vai
morar por uns tempos no sítio e é obrigada a tirar leite de vaca e dar comida
aos porcos. É ela, no entanto, que frustra uma das tentativas de Mirna de
arrumar um marido. No dia do casamento da caipira com Jorge (Marcelo Faria),
Kátia não resiste às investidas sedutoras do rapaz, e os dois são surpreendidos
por Crispim aos beijos. Mirna ainda perde Alaor
(Marcelo Barros) para a madrinha Doralice (Louise Cardoso). No fim da novela, porém, tudo se resolve: a
caipira se casa com Zacarias Príncipe
(Rodrigo Faro), rapaz que aparece
montado em um cavalo branco; e Crispim se casa com Kátia, depois que ela
descobre que Jorge tem três mulheres e uma penca de filhos.
Dama de
sangue azul
A novela tem muitos núcleos de humor. Além do
ambiente da pensão, tem destaque a trama de Olívia (Drica Moraes),
esposa de Raul (Luigi Baricelli) e mãe de Mirella
(Cecília Dassi) e Carlito (Renan Ribeiro). Após descobrir que o marido possui uma amante, ela
se separa, vende suas joias e vai viver com os filhos em um sobradinho alugado,
ao lado da pensão de Divina (Neusa Maria Faro). A ex-madame sai de
uma vida de elegância para uma vida de pobreza, o suficiente para a vilã Cristina (Flávia Alessandra) interferir no namoro de sua filha Mirella com Felipe (Sidney Sampaio), o filho de Rafael
(Eduardo Moscovis). Carlito, o
caçula mimado, perde a boa vida de antes, mas faz novos amigos, como Nina (Tammy Di Calafiori), a filha mais nova de Osvaldo (Fulvio Stefanini)
e Divina, e Paulina (Pamella Rodrigues), filha de Abílio (Ronnie Marruda) e Clarice
(Mariah da Penha), que também moram
na vila da pensão. Olívia se apaixona por Vitório
(Malvino Salvador), e os dois vivem
um romance de idas e voltas, em cenas de muito humor, já que ela se considera
uma “dama de sangue azul” e não pode assumir um caso com um pobretão. Depois de
vender praticamente tudo o que tinha para sobreviver, inclusive boa parte de
seus vestidos, Olívia pede socorro a Rafael, que a ajuda a montar um
restaurante, onde Vitório é empregado como cozinheiro-chefe. Após muitas
brigas, os dois terminam juntos.
Raul, por sua vez, revela-se um mau-caráter e
não dá um tostão à ex-mulher, mais interessado em viver suas aventuras amorosas
e em roubar dinheiro da empresa de Rafael, da qual é diretor. Como fez com Dalila (Fernanda Machado), ele também tenta iludir a astuta Kátia (Rita Guedes) e a modista Madalena
(Bruna Di Tullio), e acaba seus dias
preso, tendo de suportar as visitas de Terezinha
(Andrea Avancini), a quem seduziu em
determinado momento da novela só para atingir seus objetivos.
Dalila e
Roberval
A ambiciosa Dalila (Fernanda Machado)
chega ao fim da trama com Roberval (Rodrigo Phavanello), com quem foi
obrigada a se casar após inventar que ele era o pai da criança que esperava.
Ela dá à luz uma menina, e Roberval assume a criança. Com a convivência, a moça
aprende a gostar de sua nova família. De ex-assistente de barbeiro, Roberval
vira milionário após receber uma herança do avô, o rico fazendeiro Romeu (Luis Gustavo), que chega à cidade em busca da identidade do neto.
AUDIÊNCIA
“Alma Gêmea” foi considerada um grande
sucesso pelo SBT, sendo a maior audiência da década de 2000 na faixa das 18h. A
trama registrou números impressionantes desde o primeiro capítulo, obtendo 38,0
pontos na estreia. Esse número inicial ficou atrás apenas de “Chocolate com
Pimenta” (39,5), “Estrela-Guia” (40,0) e “Cabocla” (42,6).
O último capítulo da trama de Walcyr
Carrasco consolidou o sucesso, com uma impressionante marca de 55,2 pontos
de média, a maior dentre todas as novelas exibidas na década. Esse desempenho a
colocou à frente de grandes sucessos como “Chocolate com Pimenta” (50,1)
e “Cabocla” (48,2).
Além disso, a média geral da novela também foi
expressiva, fechando com 40,8 pontos. Esse número superou a média
de outras produções de destaque, como “Chocolate com Pimenta” (39,5), “Cabocla”
(38,6) e “Anjo Mau” (36,7).
Vale a Pena Ver de Novo
Em sua primeira reprise, “Alma Gêmea” foi
novamente considerada um sucesso pela emissora, alcançando bons índices de
audiência ao longo de sua exibição. Em sua reestreia, a novela registrou 19,5
pontos, um desempenho bastante positivo, superando a reprise de “Maria
do Bairro” (18,7) e “Chocolate com Pimenta” (17,2) e ficando
atrás apenas de novelas como “Por Amor” (22,9) e “Da Cor do Pecado”
(20,7).
O último capítulo do folhetim manteve o
sucesso, com 26,7 pontos de média, um número sólido, comparável a outras
grandes reprises, como “Da Cor do Pecado” (27,1) e “Maria do Bairro”
(28,8), e muito superior a “Chocolate com Pimenta” (23,0).
A média geral da reprise também foi
significativa, com 19,8 pontos. Embora tenha ficado atrás de “Por
Amor” (22,3), “Da Cor do Pecado” (21,9) e “Maria do Bairro”
(21,7), “Alma Gêmea” superou “Chocolate com Pimenta” (17,9),
consolidando-se como uma das tramas de maior destaque no horário.
PRODUÇÃO
Elenco e equipe de “Alma Gêmea” assistiram a palestras com o antropólogo Giovani José da Silva e Carlos Eduardo Sarmento, professor da
Fundação Getúlio Vargas, respectivamente sobre cultura indígena e costumes
socioeconômicos, culturais e políticos da década de 1940. O antropólogo ainda
deu aulas de linguagem indígena para Priscila
Fantin, André Gonçalves, Francisco Carvalho, Maria Silvia, Júlia Lemmertz e Thaíssa
Ribeiro. Esses atores também contaram com a orientação da pesquisadora de
prosódia Íris Gomes da Costa.
Fernanda
Souza,
Emilio Orciollo Netto e Emiliano Queiroz fizeram aulas de
prosódia caipira com Silvia Nobre. Marcelo Barros ganhou noções de
prosódia nordestina. Liliana Castro
fez aulas de piano com Claudia Castelo
e aprendeu passos de balé com Cissa
Rondinelli. Eduardo Moscovis foi
a Roselândia, em Cotia (São Paulo), conhecer as técnicas de enxertos e
plantações de rosas – no local há mais de 300 espécies de roseiras. Malvino Salvador treinou em
restaurantes de São Paulo o manuseio de utensílios culinários e a fabricação de
pão. E Alexandre Barillari visitou o
presídio Ary Franco, na zona norte do Rio de Janeiro, onde conversou com
detentos para ajudar na composição do vilão Guto.
As cenas de Serena (Priscila Fantin) na comunidade indígena – incluindo seu nascimento,
a morte da mãe, seu crescimento, a invasão e destruição da aldeia, até a
partida para São Paulo – foram distribuídas por Bonito (Mato Grosso do Sul),
Carrancas (Minas Gerais) e o bairro de Camorim (zona oeste do Rio de Janeiro).
Em Bonito, a produção de cerca de 70 profissionais contou com a ajuda de
bombeiros, militares do Exército e uma equipe de rapel para transportar os
equipamentos.
Efeitos em 3D foram usados nas cenas da
passagem de Luna (Liliana Castro)
para outra dimensão, quando ela entra em um túnel de luz, cai em um labirinto e
voa sobre uma cidade. O mesmo recurso foi utilizado na criação das rosas que
saem do livro, já no primeiro capítulo da novela.
CURIOSIDADES
• “Alma
Gêmea” obteve a maior audiência do horário das 18h em toda a história da teledramaturgia
da emissora. Em dezembro de 2008, já era o segundo programa mais assistido do
Brasil. Por conta disso, a trama ganhou mais 24 capítulos (a sinopse original
previa 203), e a novela teve mais um intervalo comercial, além dos três
tradicionais.
• “Alma
Gêmea” foi o segundo trabalho do diretor Jorge Fernando com o autor Walcyr
Carrasco, após o sucesso de “Chocolate
com Pimenta” (2006), também exibida às 18h.
• Fred
Mayrink, um dos diretores da novela, aparece cantando músicas de Frank
Sinatra em uma participação como crooner de uma boate. A ideia foi do diretor Jorge Fernando, que já havia dirigido
um show de Fred.
• Betty
Faria fez uma participação no último capítulo da novela, como a esposa de
Alaor (Marcelo Barros), que vira um
rico fazendeiro.
• “Alma
Gêmea” estreou na emissora portuguesa SIC cerca de um mês após a estreia no
SBT.
• Em 2010, o SBT Internacional anunciou a
assinatura de um contrato com a Pappas
Telecasting – rede de estações locais no Oeste dos Estados Unidos – para a
exibição de “Alma Gêmea”. Inédita
nos Estados Unidos, a novela começou a ser transmitida naquele país, em versão
hispânica, a partir do dia 5 de julho, no horário das 19h.
• Em 16 de agosto de 2010, “Alma Gêmea” estreou na Costa Rica,
exibida pelo canal Teletica. Sucesso no mercado internacional, a novela foi
exibida em países como Rússia, Peru e Venezuela.
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