“Mulheres
Apaixonadas” é uma telenovela brasileira produzida e exibida pelo SBT.
Novela de: Manoel
Carlos.
Colaboração: Maria Carolina, Fausto
Galvão e Vinícius Vianna.
Direção: Ary
Coslov e Marcelo Travesso.
Direção-geral: Ricardo Waddington, Rogério
Gomes e José Luiz Villamarim.
Direção artística: Ricardo Waddington.
Exibição original
Período: 16 de novembro de 2009 – 9 de julho
de 2010.
Horário: 21h15.
Duração: 203 capítulos.
Vale a Pena Ver de Novo (primeira
reprise)
Período: 11 de março – 5 de julho de 2013.
Horário: 15h15.
Duração: 101 capítulos.
Vale a Pena Ver de Novo (segunda
reprise)
Período: desde 21 de outubro de 2024.
Horário: 17h00.
TRAMA
PRINCIPAL
A personagem central da trama é Helena (Christiane Torloni), uma mulher que resolve viver uma nova paixão
após 15 anos de casada. Ela até tem uma vida estável com o músico Téo (Tony Ramos), mas o casamento entrou em uma rotina que ela não
suporta mais. Os dois têm um filho adotado, Lucas (Victor Curgula),
e Helena é diretora de uma escola de segundo grau do Rio de Janeiro, a Escola
Ribeiro Alves (ERA), que pertence ao marido e à cunhada, Lorena (Susana Vieira).
Téo tem uma banda, onde toca saxofone, e também é pai de Luciana (Camila Pitanga),
filha da crooner Pérola (Elisa Lucinda), com quem ele se
relacionou no passado e que, hoje, é casada com o músico Ataulfo (Laércio de Freitas).
Pérola e Ataulfo têm outro filho, Jairo
(Diego Gonçalves), e tocam na banda
de Téo. As famílias têm uma ótima relação.
Téo, com medo de perder o amor de Helena,
esconde dela um grande segredo: Lucas é seu filho com Fernanda (Vanessa Gerbelli),
uma ex-garota de programa, mãe também da menina Salete (Bruna Marquezine).
O músico não tem nenhum envolvimento amoroso com Fernanda, mas é a ele que ela
sempre recorre para pedir ajuda. Além disso, Salete é muito apegada a Téo e a
Lucas, que conhece por acaso. Em determinada altura da trama, já separado de
Helena, Téo decide contar a verdade a ela. Mas antes de fazê-lo, ele e Fernanda
são vítimas de balas perdidas durante uma troca de tiros no Leblon, bairro da
zona sul do Rio de Janeiro, onde se passa a trama. Téo é atingido na cabeça e
sobrevive depois de uma cirurgia; Fernanda não resiste, após alguns dias
internada em estado grave. Antes de morrer, ela revela tudo à Helena. Sem a
mãe, Salete fica sob a guarda da avó Inês
(Manoelita Lustosa), que só pensa em
usufruir do dinheiro de Téo. No final da novela, o músico e a menina fazem
exames de DNA, e Téo descobre que também é pai de Salete, o que lhe garante a
guarda da menina.
Os questionamentos de Helena sobre sua vida
conjugal ganham força quando ela reencontra César (José Mayer),
ex-namorado que ela abandonou para se casar com Téo. César é um conceituado
neurocirurgião, que trabalha na mesma clínica onde Luciana faz residência em
Medicina, e é pai de Marcinha (Pitty Webo), aluna da escola de Helena,
e Rodrigo (Leonardo Miggiorin), com quem tem um relacionamento difícil, porque
o jovem o responsabiliza pela morte da mãe. O médico fica viúvo no começo da
história. César tem um caso com sua assistente, Laura (Carolina Kasting),
e depois começa a namorar Luciana. A relação com Helena só tem início na metade
da trama, e os dois terminam juntos. Após muitas reviravoltas, Téo e Laura
descobrem que têm muitas afinidades e engatam um romance.
TRAMAS
PARALELAS
As irmãs
de Helena
Em torno de Helena (Christiane Torloni)
circulam suas confidentes e conselheiras em assuntos sobre casamento, amor,
traição, família e paixões: as suas irmãs Hilda
(Maria Padilha) e Heloísa (Giulia Gam), e a cunhada Lorena
(Susana Vieira). Hilda é a mais
realizada das irmãs: é dona de uma delicatessen e tem uma relação feliz com o
marido Leandro (Eduardo Lago) e a filha Elisa
(Giselle Policarpo), com os quais
troca risos e confidências. Sua felicidade é abalada pela descoberta de um
câncer de mama. Heloísa, por sua vez, sofre com o ciúme doentio que sente pelo
marido, Sérgio (Marcello Antony), e suas atitudes e descontrole emocional acabam
por destruir o casamento. Como
agravante, ela esconde do marido que não pode ter filhos. Entre outras ações
ensandecidas, Heloísa picota as roupas de Sérgio, provoca escândalos,
acusando-o constantemente de infidelidade, e até o fere com uma faca durante
uma discussão. A irmã caçula de Helena chega a ser internada após envolver-se
em um acidente de carro, em mais uma situação de desequilíbrio emocional.
Sérgio não suporta as agressões da mulher e a deixa, obrigando Heloísa a
procurar ajuda em um grupo de apoio a mulheres ciumentas como ela, o Mulheres que Amam Demais Anônimas.
Lorena
Lorena, a irmã de Téo, é uma mulher vibrante
que não se furta a viver suas paixões. Foi casada com Rafael (Cláudio Marzo),
com quem teve Vidinha (Júlia Almeida) e Diogo (Rodrigo Santoro),
e não hesita em experimentar um novo relacionamento ao descobrir-se apaixonada
por Expedito (Rafael Calomeni), bem mais jovem do que ela. Ela transforma o
visual do rapaz, que acaba trabalhando como modelo. Os dois vivem uma bonita
relação até Expedito se envolver com a nora de Lorena, Marina (Paloma Duarte).
Lorena o acusa de deslealdade e não o aceita de volta. No fim da trama, ela se
interessa por um amigo de Diogo, o jovem Ricardo
(Reynaldo Gianecchini).
Os jovens
• Erros e acertos em busca do amor ideal também
estão presentes nos núcleos jovens da trama. Marina, filha de Silvia (Natália do Vale) e Afrânio
(Paulo Figueiredo), casa-se com
Diogo no início da novela. Ele foi o primeiro homem de sua vida e, apesar de
mulherengo e aventureiro, aceita as formalidades do casamento porque vai ser
pai. Mas a relação também enfrenta conflitos. Um deles é o ciúme que Marina tem
do marido com a prima Luciana (Camila Pitanga). Diogo e Luciana
tiveram um relacionamento no passado e ainda sentem atração um pelo outro. No
decorrer da história, Marina perde o filho, e o casamento entra em uma crise
ainda pior devido às cobranças e manifestações de ciúme dela. Diogo decide se
separar de Marina, e ela, tentando mostrar-se forte e independente, chega a se
envolver com Expedito. No final, Diogo e Luciana assumem que se gostam de
verdade e decidem viver juntos.
Os idosos
• Uma das histórias que mobilizou o público foi
a do casal de idosos Flora (Carmem Silva) e Leopoldo (Oswaldo Louzada),
que vivem no mesmo apartamento com o filho Carlão
(Marcos Caruso), a nora Irene (Marta Melinger) e os netos Carlinhos
(Daniel Zettel) e Dóris (Regiane Alves). Os dois foram atores e ajudam o filho no sustento
da casa e da família, mas são frequentemente maltratados pela neta, que só
consegue enxergá-los como um peso. Dóris os humilha e furta dinheiro deles para
satisfazer seus caprichos, mas os dois sofrem calados. Por sua insensibilidade,
Dóris chega a levar uma surra de cinto do pai. O problema só se resolve no
final, quando Flora e Leopoldo se mudam para o Retiro dos Artistas, uma
instituição que acolhe artistas idosos no Rio de Janeiro. Lá passam a ter uma
vida mais tranquila e feliz.
Raquel,
Marcos e Fred
• A professora Raquel (Helena Ranaldi)
vive um drama: é agredida pelo marido Marcos
(Dan Stulbach), mas não tem coragem
de denunciá-lo à polícia. Para fugir do marido, Raquel se muda de São Paulo
para o Rio de Janeiro e consegue dar aulas de Educação Física na Escola Ribeiro
Alves (ERA), mas ele descobre seu paradeiro e volta a transformar sua vida em
um inferno. Entre outros atos de violência, Marcos costuma bater na mulher com
uma raquete de tênis. Na escola, Raquel faz amizade com o aluno Fred (Pedro Furtado), e os dois vivem uma relação de afeto e
cumplicidade, apesar da contrariedade dos pais do rapaz. Marcos passa a
perseguir o garoto, e Raquel o denuncia. No final, Marcos atrai Fred para uma
emboscada, e os dois morrem. A professora termina a novela grávida do
estudante, a quem faz uma homenagem na festa de fim de ano da escola.
Outras
tramas
• A transformação da personagem Silvia, mãe de
Marina, é mais uma trama que mostra a mulher em busca da paixão. Entediada no
casamento, Silvia passa a se encontrar às escondidas com o taxista Caetano (Paulo Coronato), amante de sua empregada, Shirley (Renata Pitanga).
Caetano é casado com Rosinha (Guilhermina Guinle), que trabalha na
ERA, e com quem teve Washington (Marcel Miranda). Silvia descobre a
traição de Caetano e vira sua cúmplice e segunda amante. A “madame” e o taxista
passam a frequentar casas de forró e motéis, onde Silvia vive suas mais
reprimidas fantasias.
AUDIÊNCIA
“Mulheres Apaixonadas” foi um dos
maiores sucessos de audiência do SBT, obtendo média geral de 47,4 pontos,
superando amplamente sua antecessora, “Esperança”, que havia registrado
38,4 pontos. O primeiro capítulo marcou 45,2 de média, e o último, 60,8 com 63
de pico, consolidando o impacto do folhetim no horário nobre.
No “Vale a Pena Ver de Novo”, a novela
manteve um desempenho acima da média para o horário vespertino, atingindo 24,0
pontos de média, um resultado superior à novela anterior, “Sinhá Moça”
(18,5). O capítulo de estreia da reprise marcou 22,5 pontos, e o desfecho
chegou a 30,4. Entre os recordes da reexibição, o capítulo 75, exibido em
05/06/2013 e que marcou a cena do atentado a Téo (Tony Ramos) e Fernanda (Vanessa Gerbelli), foi um dos mais vistos, com 28,9 de média.
PRODUÇÃO
Uma das cenas mais trabalhosas de “Mulheres Apaixonadas” foi a sequência
em que Téo (Tony Ramos) e Fernanda (Vanessa Gerbelli) foram baleados em uma
rua no Leblon, bairro da zona sul do Rio de Janeiro, onde a trama se passou. A
gravação envolveu 400 profissionais, mais de 120 carros e cinco câmeras – uma
delas panorâmica –, além de mais de 500 tiros de festim, preparados pela equipe
de efeitos especiais da novela. Tony Ramos se lembra, emocionado, da
colaboração do público. Foram cinco dias entre ensaios e gravações, até fechar
a cena. Moradores e curiosos acompanharam o transcorrer do trabalho e
aplaudiram no final da gravação. Além do mais, respeitaram os pedidos do
diretor Rogério Gomes, que solicitou que fotos não fossem tiradas, já que o
flash tiraria o realismo da cena. Para Tony Ramos, parecia que estavam em um
teatro romano.
CURIOSIDADES
• “Mulheres
Apaixonadas” foi uma novela urbana, realista e contemporânea, que tinha a
mulher e o amor como temática central. Através de uma crônica do cotidiano, o
autor Manoel Carlos apresentou uma
galeria de personagens femininos e suas paixões. Todas as histórias estavam
circunscritas ao círculo familiar, explorando as relações de pais e filhos,
irmãos, marido e mulher. Como em várias outras tramas de sua autoria, a novela
foi ambientada no Leblon, bairro da zona sul do Rio de Janeiro. A trama contou
com mais de 100 personagens e muitas tramas paralelas. Segundo Manoel Carlos,
ele fez uma novela como se ela contivesse várias minisséries, contando várias
histórias ao mesmo tempo.
• “Mulheres
Apaixonadas” foi a quinta parceria do diretor de núcleo Ricardo Waddington com o autor Manoel Carlos. Os dois fizeram juntos “História de Amor” (1998), “Por Amor” (2004), “Laços de Família” (2007) e a minissérie “Presença de Anita” (2008).
• A personagem de Christiane Torloni foi a sexta Helena
criada por Manoel Carlos em suas
novelas. Ele batizou com o mesmo nome as protagonistas de “Baila Comigo” (1988, Lilian
Lemmertz), “Felicidade” (1995, Maitê Proença), “História de Amor” (1998, Regina
Duarte), “Por Amor” (2004, Regina Duarte) e “Laços de Família” (2007, Vera
Fischer). Regina Duarte voltaria a interpretar uma Helena do autor na
novela “Páginas da Vida” (2013).
Manoel Carlos explica a escolha como sendo um nome forte, adequado a
personagens batalhadoras, que chegam a mentir por amor.
• Manoel
Carlos decidiu explorar o drama vivido pelos idosos brasileiros na novela
por ter comparado o tratamento conferido aos idosos no Brasil e nos Estados
Unidos. Ele morou em Nova York por um ano e percebeu que lá as pessoas da
terceira idade são tratadas com prioridade e respeito. A personalidade
grosseira e antipática de Dóris (Regiane Alves) foi apresentada ao
público desde o início da novela. Manoel Carlos colocou os avós da jovem, Flora (Carmem Silva) e Leopoldo
(Oswaldo Louzada), em uma situação complicada
já no capítulo de apresentação do casal, em que eles são basicamente
atropelados por uma bicicleta que passava na calçada. Dóris, ao invés de
ajudá-los, repreende-os.
• Manoel
Carlos não previu que Marcos (Dan Stulbach) espancaria Raquel (Helena Ranaldi) com uma raquete. A escolha foi circunstancial. Na
verdade, o autor precisava inserir o personagem no universo da escola e o
tornou um professor de tênis amador. Por isso ele vivia com uma raquete na mão.
Manoel Carlos sugeriu a escalação de Dan Stulbach na novela após assisti-lo na
peça “Novas Diretrizes em Tempos de Paz”,
de Bosco Brasil, em que o ator
contracenava com Tony Ramos.
• O diretor Ricardo Waddington sugeriu que a atriz Giulia Gam lesse o livro “Mulheres
que Amam Demais”, de Robin Norwood,
para se inspirar na criação da ciumenta e neurótica Heloísa. Durante as gravações, a atriz visitou o grupo de apoio “Mulheres que Amam Demais Anônimas”
(Mada). A atriz destaca a cena da internação da personagem. Ela encarnou o
drama de Heloísa de tal forma – gritou, chorou, esperneou, debateu-se tanto –
que o psiquiatra que acompanhava a cena e os familiares da atriz ficaram
chocados.
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