“Porto
dos Milagres” é uma telenovela brasileira produzida e exibida pelo SBT.
Novela de Aguinaldo
Silva e Ricardo Linhares.
Baseada nos romances “Mar Morto” e “A Descoberta
da América pelos Turcos” de Jorge
Amado.
Colaboração: Filipe Miguez, Maria Elisa
Berredo, Nelson Nadotti e Glória Barreto.
Direção: Fabrício
Mamberti e Luciano Sabino.
Direção geral: Marcos Paulo e Roberto Naar.
Núcleo: Marcos
Paulo.
Exibição original
Período: 5 de novembro de 2007 – 27 de junho
de 2008.
Horário: 21h15.
Duração: 203 capítulos.
Vale a Pena Ver de Novo
Período: desde 13 de maio de 2024.
Horário: 17h00.
TRAMA
PRINCIPAL
Livre adaptação de “Mar Morto” e “A Descoberta
da América Pelos Turcos”, do escritor Jorge
Amado, “Porto dos Milagres” se
sustenta em uma trama política que contrapõe o simplório pescador Guma (Marcos Palmeira), um representante do povo, ao poder exercido pelo
inescrupuloso Félix (Antonio Fagundes) e sua ambiciosa
mulher, Adma (Cassia Kis). A história contemporânea transcorre na fictícia cidade
de Porto dos Milagres, localizada na região do Recôncavo Baiano e formada por
duas classes sociais distintas: a burguesia porto-milagrense com suas famílias
tradicionais, instaladas na parte alta da cidade, e os moradores pobres do cais
do porto, habitantes da parte baixa. A base da economia local é a pesca, mas a
cidade também é uma das entradas de contrabando do país. A mitologia e a
religiosidade estão presentes na trama através da figura de Iemanjá, a “rainha
do mar”, padroeira de Porto dos Milagres e que, de forma fantástica, exerce
influência na vida dos habitantes. Como outras histórias de Aguinaldo Silva e Ricardo
Linhares, a novela tem muitas cenas de realismo fantástico.
Félix e Adma são vigaristas que vivem foragidos
na Espanha desde que Félix vendeu ilegalmente parte das terras do pai, deixadas
como herança para ele e seu irmão gêmeo Bartolomeu
(também Antonio Fagundes). Durante
uma fuga, após aplicar mais um de seus golpes, Félix encontra uma cigana, que
profetiza que ele vai atravessar o mar e ser rei. Ele e Adma concluem que tal
profecia só pode se concretizar no Brasil e decidem voltar ao país. Quando
chegam a Porto dos Milagres, descobrem que Bartolomeu se transformou no homem
mais poderoso da cidade. Adma, então, envenena o cunhado à revelia do marido, e
Félix assume o lugar do irmão. O que os dois ignoram é que Bartolomeu tem um
herdeiro. Ele teve um filho com a prostituta Arlete (Letícia Sabatella),
que procura Félix para lhe apresentar o menino. Adma recebe Arlete e, sem
contar nada ao marido, manda o capataz Eriberto
(José de Abreu) matar a prostituta e
seu filho. Eriberto vira o braço direito de Adma, por quem é apaixonado, e, a
mando dela, mata outras pessoas ao longo da trama.
Eriberto leva Arlete e o menino para alto-mar,
mas, antes que possa fazer alguma coisa, a mãe coloca o cesto com o bebê na
água e se atira. Uma forte onda faz com que o cesto navegue nas águas revoltas,
protegido por forças sobrenaturais, sendo guiado até outro barco. Nesta
embarcação, estão o pescador Frederico
(Maurício Mattar) e sua mulher Eulália (Cristiana Oliveira), que está prestes a dar à luz. Frederico é um
dos pescadores que, para melhorar o sustento da família, está envolvido nos
negócios de contrabando de Bartolomeu. O filho de Eulália nasce morto, e
Frederico, ao ver o cesto e ouvir o choro da criança, pega o bebê e mostra à
mulher, como se ele fosse seu filho. Eulália diz que ele vai se chamar
Gumercindo e morre em seguida. Desolado, Frederico promete o menino a Iemanjá –
assim como Arlete já fizera –, e é dessa forma que o filho de Bartolomeu,
herdeiro legítimo de sua fortuna, vai parar na comunidade de pescadores. Anos
depois, Frederico entra no mar para tentar salvar o irmão, o pescador Francisco (Tonico Pereira), e desaparece. Gumercindo acaba sendo criado por
Francisco e a mulher, Rita (Joana Fomm). Conhecido como Guma (Marcos Palmeira), e ignorando sua verdadeira origem, ele se
transforma em um líder respeitado na cidade baixa.
Outra história que remonta ao passado é a da
menina Lívia (Flávia Alessandra), sobrinha de Augusta Eugênia Proença de Assunção (Arlete Salles), a mulher mais influente da alta sociedade de Porto
dos Milagres. Lívia é filha de Laura
(Carolina Kasting), que abriu mão do
dinheiro da família para viver com o pescador Leôncio (Tuca Andrada).
Augusta Eugênia nunca se conformou com a escolha da irmã e acabou provocando,
indiretamente, a morte de Laura e seu marido, ao denunciar o cunhado à polícia
por fazer contrabando. Ao saber do plano para prejudicar Leôncio, Laura foi
atrás dele, e o casal morreu em uma explosão do barco, após uma perseguição
policial. Lívia foi criada no Rio de Janeiro por Leontina (Louise Cardoso),
outra irmã de Laura. A moça volta a Porto dos Milagres em companhia do namorado
Alexandre (Leonardo Brício), filho de Adma e Félix. Na Bahia, ela conhece
Guma, e os dois se apaixonam, mas encontram muitas dificuldades de concretizar
esse amor, pois pertencem a mundos diferentes. Além de enfrentarem a
hostilidade de Alexandre, que não se conforma em perder Lívia para Guma, e
também de Augusta Eugênia, que quer ver a sobrinha casada com o herdeiro de
Félix, os dois têm que lidar com as armações da sedutora Esmeralda (Camila Pitanga),
moça da cidade baixa apaixonada pelo pescador.
Uma das personagens de destaque de Porto dos
Milagres, e cuja história se relaciona à trama principal, é Rosa Palmeirão (Luiza Tomé), irmã de Arlete e Cecília
(Luiza Curvo). Na primeira fase da
novela, no dia de seu casamento com Otacílio
(Eduardo Galvão), ela é condenada a
20 anos de prisão pelo assassinato do coronel Jurandir de Freitas (Reginaldo
Faria). A moça mata o coronel porque ele violentou Cecília, que se suicidou
em seguida. Rosa deixa a cadeia na segunda fase da novela, quando sua valentia
já a transformou em uma lendária personagem de cordel. Ela volta à cidade
disposta a descobrir o paradeiro do filho de Arlete, abre um bordel e lá
conhece e se apaixona por Félix, sem saber de seu envolvimento no
desaparecimento da irmã e do sobrinho.
Na reta final de Porto dos Milagres, Félix
tenta matar Guma, mas acaba se rendendo ao pescador, implorando que ele salve
seu filho Alexandre, que arrasta Lívia para o alto-mar, disposto a morrer com
ela. Guma, mais uma vez, enfrenta as águas do mar para salvar o primo e a
amada. Os dois são salvos, mas Guma não sobrevive. Esmeralda, então, em um
final redentor para a personagem, dá a sua própria vida a Iemanjá para salvar a
de Guma. Ela vira mãe de santo, e Guma, salvo, casa-se com Lívia, com quem tem
um filho.
Abandonada por Félix após tudo o que fez pelo
marido, Adma morre do próprio veneno: ela envenena uma bebida para dar a
Eriberto, que percebe a artimanha e troca as taças. Em seguida, o capataz
também toma a bebida, morrendo ao lado da mulher que sempre amou. Félix, eleito
governador, é morto por Rosa Palmeirão no dia da cerimônia de sua posse. Após
uma curta passagem de tempo, Guma é eleito o novo prefeito da cidade, marcando
o início de uma nova era em Porto dos Milagres.
TRAMAS
PARALELAS
Paixões
proibidas
A novela conta muitas outras histórias de
paixões proibidas, como o romance de Alfredo
Henrique (Miguel Thiré) – filho
de Otacílio e Amapola (Zezé Polessa) – e Luísa (Barbara Borges),
filha de Rita (Joana Fomm) e Francisco
(Tonico Pereira); o amor de Leontina (Louise Cardoso) pelo cunhado Oswaldo
(Fulvio Stefanini), marido de sua
irmã Augusta Eugênia (Arlete Salles); a repressão sexual de Genésia (Julia Lemmertz), que se realiza nos braços de Ezequiel (Vladimir Brichta);
e a relação da professora Dulce (Paloma Duarte) com o médico Rodrigo (Kadu Moliterno).
AUDIÊNCIA
Obteve média geral de 44,6 pontos, sendo
considerada um sucesso pela emissora. Em sua estreia, o folhetim cravou 46,6 de
média, com 50 de pico, superando a trama anterior, “Laços de Família”.
Seu maior índice foi registrado no último capítulo: 59,8 pontos, e 63 de pico.
CURIOSIDADES
• Os últimos capítulos de “Porto dos Milagres” foram marcados pela campanha eleitoral, na qual
o pescador Guma (Marcos Palmeira), que defendia as cores
do Partido das Causas Trabalhistas, se candidata à prefeitura, e Félix Guerreiro (Antonio Fagundes), do Partido da Vanguarda Democrática, ao governo
do Estado. Para divulgar a eleição, a direção da novela e a Divisão de
Propaganda da Central SBT de Comunicação desenvolveram uma campanha, inserindo
um fictício horário eleitoral gratuito no intervalo da novela e durante a
programação. Para isso foram criados filmetes, partidos, jingles, logos,
imagens de campanha e discursos.
• Victorio
Viana, o senador interpretado por Lima
Duarte, voltou a fazer uma participação em “Senhora do Destino” (2011), outra novela de Aguinaldo Silva. O mesmo recurso já havia sido usado pelo autor em “A Indomada” (2003), quando o personagem
Murilo Pontes, de “Pedra Sobre Pedra” (1998) – também
vivido por Lima Duarte – fez uma visita à fictícia cidade de Greenville. Além
disso, o deputado Pitágoras (Ary Fontoura), de “A Indomada”, voltou à cena em “Porto
dos Milagres”. Ele faria apenas uma participação especial na trama, mas a
receptividade do público foi tão grande que o personagem permaneceu na
história.
• Cassia
Kis engravidou durante a trama e teve o figurino levemente modificado para
esconder a gestação.
• O personagem Ezequiel foi o primeiro papel de destaque do ator baiano Vladimir Brichta em uma novela do SBT.
• A novela foi vendida para países como Chile,
Peru e Portugal, entre outros.
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