“Liberdade, Liberdade” é uma telenovela brasileira produzida e exibida pelo SBT.
Novela de Mário Teixeira.
Baseada no argumento de Márcia Prates, a partir do livro “Joaquina, Filha do Tiradentes”, de Maria José de Queiroz.
Colaboração: Sérgio Marques e Tarcísio Lara Puiati.
Direção: Vinícius Coimbra, André Câmara, Pedro Brenelli, João Paulo Jabur e Bruno Safadi.
Direção artística: Vinicius Coimbra.
Exibida no horário das 22 horas entre 6 de julho e 2 de outubro de 2020, em 65 capítulos. Foi a 41ª “novela das dez” exibida pela emissora.
Contou com as participações de Andreia Horta, Bruno Ferrari, Mateus Solano, Dalton Vigh, Lília Cabral, Maitê Proença, Marco Ricca e Nathalia Dill nos papeis principais.
TRAMA PRINCIPAL
Em 1792, Joaquim José da Silva Xavier (Thiago Lacerda), conhecido como Tiradentes, quer libertar o Brasil de Portugal. Os encontros dos rebeldes acontecem no cabaré de Virgínia (Lilia Cabral), em Vila Rica, que também participa do movimento. Durante uma reunião, Rubião (Mateus Solano), companheiro de luta de Tiradentes, alerta que a Coroa portuguesa mandou acabar com a conjuração e pede para o amigo ir embora da cidade. Entretanto, eles são presos por capitão Tolentino (Ricardo Pereira).
Ao ser torturado e interrogado, Rubião confessa o nome do líder do movimento e Tiradentes é condenado por traição. Ao descobrir a condição do pai, Joaquina (Mel Maia) foge para encontrá-lo. A menina acaba testemunhando o enforcamento de Tiradentes e é amparada por Raposo (Dalton Vigh), minerador simpatizante da causa dos inconfidentes. Ao levar a criança para casa, o bando de salteadores, liderado por Mão de Luva (Marco Ricca), golpeia Raposo e sequestra Joaquina.
Com a ajuda de Virgínia, Raposo e Joaquina fogem para Portugal. Lá, ela muda de identidade e passa a se chamar Rosa, uma vez que a Coroa persegue os inconfidentes e parentes do traidor Tiradentes. Em terras lusitanas, Rosa é criada junto com André (Caio Blat), filho do minerador, e Bertoleza (Sheron Menezes), negra alforriada. Raposo se torna um importante fidalgo pelas riquezas adquiridas ao longo dos anos junto à família real.
DE VOLTA AO BRASIL
Em 1808, a Coroa portuguesa foge das ameaças do líder militar francês, Napoleão Bonaparte, e embarca para o Brasil. Apesar de temer que Rosa (Andreia Horta) tenha a identidade revelada, Raposo acompanha a corte junto com sua família. Ainda na estrada, a família é abordada por Mão de Luva e seu bando, mas consegue escapar. O criminoso reconhece a filha de Tiradentes.
A chegada dos Raposo em Vila Rica chama a atenção da cidade. A carruagem da família quebra ao desviar da liteira de Branca (Nathalia Dill). Ao ver o acidente, Xavier (Bruno Ferrari), recém-chegado da Europa, decide ajudar e se encanta por Rosa. No entanto, ele é noivo de Branca. Desde a infância, os dois foram prometidos pelos pais.
Impossibilitados de chegarem até a chácara, a família Raposo é recepcionada na casa do intendente Rubião. Sem reconhecer a filha de Tiradentes, Rubião também se encanta por Rosa. No dia seguinte, a família chega à chácara e reencontra Dionísia (Maitê Proença), irmã de Raposo que toma conta das terras do fidalgo.
OS REBELDES
Além de administrar o cabaré e jovens como Mimi (Yanna Lavigne), Vidinha (Yasmin Gomlevsky) e Gironda (Hanna Romanazzi), Virgínia torna-se um dos principais nomes da causa após a morte de Tiradentes. Xavier está entre os rebeldes e amigos de Virgínia. Apesar de ter passado seis anos na Europa, não se tornou médico e doou todo dinheiro dos estudos para o movimento dos inconfidentes.
Com a volta de Rosa, Virgínia retoma a esperança da luta contra a Coroa portuguesa. Apesar de Raposo ser contra a aproximação entre a filha e a dona do cabaré, as duas passam a se encontrar. Ao constatar as péssimas condições de vida das pessoas do subúrbio e os ideais dos rebeldes, Rosa adere ao movimento, que também ganha o reforço de Alexandra (Juliana Carneiro da Cunha). Vinda da França, a tia de Branca afirma ser mecenas da causa.
O QUARTETO
Desde a chegada de Rosa em Vila Rica, Rubião corteja a jovem. Apesar de não estar apaixonada pelo intendente, Rosa aceita os galanteios e fica noiva dele. Enquanto isso, Xavier e Branca mantém relações sexuais antes do casamento.
Durante as reuniões dos rebeldes, Rosa e Xavier se interessam um pelo outro. A personalidade e a causa os aproxima e eles se apaixonam. Ambos decidem terminar seus noivados para ficarem juntos. No entanto, Xavier descobre que Branca está grávida e decide se casar com ela. Rosa prefere ficar sozinha.
SUMIÇO DO OURO
Dias após chegar em Vila Rica, Raposo descobre que o guarda-livros Inácio Taveira (Julio Levy), que administrava suas contas, roubou seu ouro. O fidalgo tenta fazer justiça com as próprias mãos, mas Rubião prende Inácio. O guarda-livros é morto e Raposo fica sem saber onde está sua fortuna.
Raposo não desiste de encontrar o ouro. Por conta disso, ele contrata Mão de Luva para ajudá-lo na busca. Paralelamente, Bertoleza é sequestrada pelo negreiro Gaspar (Romulo Estrela) e Rubião se oferece para pagar seu resgate. Desconfiado, Raposo passa a investigá-lo e descobre que o vilão escondeu sua fortuna. O fidalgo vai até o local onde o ouro foi guardado, mas é assassinado pelo intendente.
REVIRAVOLTAS
Interventor em Vila Rica enviado pela Coroa para desvendar o assassinato do fidalgo Raposo, Duque de Ega (Gabriel Braga Nunes) é, na verdade, um conspirador. Aliado da Princesa Carlota Joaquina (Susana Ribeiro) e de Alexandra, o Duque pretende derrubar Dom João VI (Beto Vandesteen).
Logo após a chegada do interventor, André, acusado de sodomia, é preso. Para impressionar Rosa, Rubião consegue intervir e soltar o jovem da cadeia. Com o gesto, ele reata o noivado com a filha de Tiradentes. No dia de seu casamento, que conta com a presença da Corte, Rubião ainda desmascara os conspiradores Duque de Ega e Alexandra. Ambos são presos e condenados à forca.
O matrimônio de Rubião e Rosa ainda é marcado pela morte de Branca e o sequestro de Virgínia. Inconformada com o fim do casamento com Xavier, que descobriu sua falsa gravidez, Branca tenta envenenar a rival com uma bebida, mas se confunde e morre ao ingerir o próprio veneno.
Filho de Virgínia, Rubião nunca assumiu a dona do cabaré como mãe. No entanto, ele revela o segredo para Rosa a fim de comovê-la. A farsa termina no dia de seu casamento quando o intendente aproveita a data para mandar o coronel Tolentino (Ricardo Pereira) assassinar Virgínia. Ao descobrir que a cafetina é mãe de Rubião, o militar desiste da execução. Desnorteada, Virgínia entra em confronto com Tolentino e é ferida com um tiro no ombro. Ela recebe o amparo da curandeira Ascensão (Zezé Polessa) e do bando de Mão de Luva.
DESMASCARADO
Após o casamento com Rubião, Rosa começa a descobrir as armações do marido. Xavier vai atrás da amada para avisá-la que o intendente mandou matar a própria mãe. Rubião flagra o rebelde em sua casa e manda prendê-lo. Rosa tenta intervir sem sucesso.
Dias depois, Anita (Joana Solnado), governanta e amante de Rubião, encontra o livro Declaração de Independência da América, de Tiradentes, entre os pertences de Rosa e o entrega para o patrão. Ao descobrir a verdadeira identidade da mulher, o intendente a agride e a estupra. Com a intenção de arruinar com o casamento de Rosa, Anita revela para a patroa que Rubião matou seu pai Raposo.
LIBERDADE
Ao fugir de casa, Joaquina encontra Virgínia, Ascensão e Mão de Luva. Eles lideram os rebeldes para libertar Xavier da prisão. Entretanto, ela não sabe que André foi novamente preso por sodomia e Rubião espera que a mulher volte para seus braços para salvar o irmão.
Durante o embate contra os militares, Joaquina vê André ser enforcado. Xavier consegue escapar e a ampara. De volta ao esconderijo e desesperada pela morte do irmão, outra notícia abala Joaquina: o delator de Tiradentes foi Rubião. Decidida a se vingar do marido, Joaquina invade a casa do intendente, mas o encontra morto.
Inconformada com as humilhações do patrão, Anita mata o intendente. Entretanto, Joaquina é encontrada no local do crime e é presa acusada pelo assassinato do marido. Antes de ir para forca, ela dá um grito: “Liberdade!”. O povo faz coro com a filha de Tiradentes e os rebeldes liderados por Virgínia, Mão de Luva e Xavier surgem para salvá-la. O casal foge para Lisboa. Lá, eles pretendem encontrar aliados e o filósofo José Bonifácio para continuar a luta por um Brasil livre.
TRAMAS PARALELAS
O DRAMA DE ANDRÉ
Filho de Raposo (Dalton Vigh), André (Caio Blat) é um homem sensível e confidente da irmã Joaquina (Andreia Horta). O jovem advogado não consegue se relacionar com mulheres. No cabaré de Virgínia, ele conhece Mimi (Yanna Lavigne) e pede para ela não revelar que os dois são apenas amigos. A prostituta engravida de um cliente e André decide assumir a criança como seu filho.
Outro amigo de André é o coronel Tolentino (Ricardo Pereira). Ambos passam a frequentar o cabaré e outros locais de Vila Rica. A amizade dá lugar ao amor e eles têm sua primeira relação sexual. No entanto, uma prostituta, com ciúmes de Tolentino, acusa André de sodomia e o rapaz é preso. Para reconquistar Rosa (Andreia Horta), Rubião (Mateus Solano) consegue libertar o irmão da amada.
Mais uma vez, Tolentino e André ficam juntos. Mas o militar fica com ciúmes de um amigo do advogado e o acusa de sodomia. André é enforcado. Tolentino se arrepende e, durante uma rebelião, é morto por Rosa.
O AMOR DE BERTOLEZA
Negra alforriada, Bertoleza (Sheron Menezes) foi criada como filha de Raposo (Dalton Vigh) e cresceu ao lado de André (Caio Blat) e Joaquina (Andreia Horta). Ao chegar no Brasil, ela fica chocada com a realidade dos escravos e sofre preconceito pela sociedade de Vila Rica.
Durante uma visita à Rubião (Mateus Solano), Bertoleza conhece o irmão do intendente, Ventura (Vitor Thiré), que é cego. O interesse entre os dois é imediato, mas ao descobrir que Bertoleza é negra, Ventura a expulsa de casa. Desnorteada, a jovem se perde em Vila Rica, e é sequestrada e traficada como escrava.
Ao escapar do negreiro Gaspar (Romulo Estrela), Bertoleza volta para casa traumatizada. Ventura procura pela jovem e pede perdão. Os dois se reaproximam e se apaixonam. Entretanto, Rubião é contra o romance e o casal foge para Portugal.
AS MARCAS DE DIONÍZIA
Irmã de Raposo (Dalton Vigh) e tia de André (Caio Blat) e Joaquina (Andreia Horta), Dionísia (Maitê Proença) é uma mulher rude e carrega as marcas da violência sofrida pelo marido Terenciano (Jackson Antunes). Para defender a família, ela é capaz de qualquer coisa.
O único medo de Dionísia é reencontrar Terenciano, que desapareceu há anos. Ao ser surpreendida pelo marido em casa, ela é agredida e estuprada, mas reage matando-o. Dionísia empareda o corpo do agressor na senzala com a ajuda dos escravos Saviano (David Junior) e Blandina (Mariana Nunes).
Dias depois, Dionísia passa a ser cortejada por Mão de Luva (Marco Ricca), que se torna parceiro de Raposo. Apesar de recusar alguns galanteios do bandoleiro, ela cede aos encantos dele e os dois ficam juntos.
AUDIÊNCIA
“Liberdade, Liberdade” obteve média geral de 28,9 pontos, sendo o segundo maior sucesso da faixa das 22h desde o lançamento de novas produções a partir de 2017, atrás apenas de sua antecessora, “Verdades Secretas”. A trama estreou com 26,7 pontos. O último capítulo rendeu 35,3 de média e 38,7 de pico.
PRODUÇÃO
Em dezembro de 2019 e após anos atuando como colaboradora para várias produções do SBT, a autora Márcia Prates entregou à direção de dramaturgia da emissora o argumento de sua primeira novela a ser produzida para a faixa das 22h, dando segmento à concepção de tramas originais para o horário. No dia 2 de janeiro de 2020, Prates foi convocada e anunciada como a responsável pela faixa no segundo semestre do ano. “Será uma adaptação de um livro, mas uma novela original. Teremos a ambientação no século 18 e vamos contar uma história real que muitos ainda desconhecem”, anunciou na época.
No dia 17 de fevereiro, Prates entregou a sinopse completa do folhetim, e adiantou: “Filha de Tiradentes, Joaquina foge para Portugal, mas volta para o Brasil e se torna símbolo da luta contra a Coroa portuguesa”. Dez dias depois, a autora anunciou “Joaquina” como título provisório: “Simples e objetivo, ‘Joaquina’. Iremos contar a trajetória da filha de Tiradentes”.
Em 04/03, Vinícius Coimbra foi anunciado como diretor geral e artístico da novela, junto de seus assistentes e também colaboradores de texto.
No dia 13 de março, uma reviravolta ocorreu nos bastidores. Insatisfeita com a qualidade artística e histórica da novela, a direção do SBT decidiu afastar Márcia Prates da autoria da trama e imediatamente anunciou Mário Teixeira como seu substituto, escalado às pressas. O autor havia acabado de finalizar o roteiro de “I Love Paraisópolis”, trama exibida às 19h e escrita com Alcides Nogueira. A partir deste dia, “Joaquina” se tornou uma novela de Mário Teixeira, baseada em argumento de Márcia Prates.
Três dias depois, em 16 de março, Teixeira começou a escrever os capítulos da trama: “Esses últimos dias foram de trabalho muito árduo, nem ao menos em ‘Paraisópolis’ tive tanta dor de cabeça”, revelou. “Tive que atender às exigências da emissora para o tratamento da sinopse, me adequar à trama, e aos personagens em tempo recorde. O argumento da Márcia é fascinante, e temos uma trama muito rica em mãos. É um desafio, ainda estou respirando os ares de Paraisópolis, mudar de uma hora pra outra para um período histórico, real e importante do nosso país é arriscado, mas estou indo de cabeça”.
Em 23/03, o elenco começou a ser oficialmente escalado. No dia 28 de abril, Teixeira anunciou o título oficial da novela: “Liberdade, Liberdade”, e justificou: “É mais apropriado. Embora tenhamos Joaquina, filha de Tiradentes como protagonista, não é bom resumir a novela inteira somente à ela, pois temos personagens e tramas igualmente fortes”. Em 4 de maio, o elenco completo foi apresentado em uma coletiva promovida pelo SBT. As gravações do folhetim tiveram início na semana seguinte, no dia 11.
No dia 14 de julho, Mário Teixeira colocou a palavra “fim” no texto do último capítulo da novela. “Eu nunca experenciei algo assim na minha vida artística. Pular de uma novela para outra em menos de uma semana, pegar o bonde andando praticamente. Foi tudo muito inédito pra mim. No início, sofrido. Mas compensador, pois adorei escrever essa novela e os resultados estão sendo todos positivos, bastante satisfatórios. Temos um grande final para uma história tão forte e tão importante para o nosso país”, declarou o roteirista em uma rede social.
Em 13 de agosto de 2020, as gravações de “Liberdade, Liberdade” foram oficialmente finalizadas. O último episódio só foi exibido quase dois meses depois, em 2 de outubro.
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