“Órfãos da Terra” é uma telenovela brasileira produzida e exibida
pelo SBT.
Autoria: Duca Rachid
e Thelma Guedes.
Escrita com: Dora
Castellar, Aimar Labaki e Carolina Ziskind.
Colaboração: Cristina
Biscaia.
Direção: Alexandre
Macedo, Bruno Safadi, Pedro Peregrino e Lúcio Tavares.
Direção geral: André
Câmara.
Direção artística: Gustavo
Fernandez.
Exibida na faixa das
18h30 entre 25 de julho de 2022 e 20 de janeiro de 2023, em 155 capítulos,
sucedendo “Espelho da Vida” e antecedendo “Éramos Seis”. Foi a
93ª “novela das seis” exibida pela emissora.
TRAMA PRINCIPAL
Fardús significa
“paraíso” em árabe. O nome da fictícia cidade do interior da Síria traduz o
clima de alegria e paz de seus moradores, apesar do conflito que assola o país.
Lá, vive a família do engenheiro Elias Faiek (Marco Ricca) e da
cozinheira Missade (Ana Cecília Costa), dona de um bem-sucedido
restaurante na região. Eles são pais de Laila (Julia Dalavia) e Khaléd
(Rodrigo Vidal), que irá completar cinco anos com uma grande festa.
Missade conta com a ajuda das mulheres da família para preparar os quitutes
sírios do banquete.
O aniversário do menino
é um sucesso, e todos celebram com alegria, dançando o dabke, uma dança tradicional
síria. Até que rebeldes invadem o local, assustando a todos. Fardús é alvejada
por bombas aéreas, causando destruição por toda parte, inclusive na casa dos
Faiek. Elias, Laila e Missade não são atingidos pelo bombardeio, mas Khaléd
fica gravemente ferido na perna. Com a cidade em ruínas e depois de perderem
tudo, Laila e sua família atravessam a fronteira da Síria em direção ao Líbano.
Eles buscam abrigo em um campo de refugiados, na capital Beirute, para cuidar
da saúde de Khaléd.
Centenas de pessoas
vindas de todas as partes da Síria vivem em situação de contingência. Sem
perspectiva de futuro e lamentando tudo o que deixou para trás, a família Faiek
tenta se organizar para buscar refúgio no Brasil. A ideia de Elias é usar todo
o dinheiro que conseguiu recuperar dos escombros de sua casa para comprar
passagens para São Paulo, onde mora Rania (Eliane Giardini),
prima de Missade.
Aziz Abdallah: o
poderoso sheik árabe
Em Beirute está
localizada a suntuosa mansão de Aziz Abdallah (Herson Capri), um
poderoso sheik árabe, radicado no Líbano. Multimilionário e dono de inúmeros
negócios, ele vive com suas três esposas e filhas. Soraia (Letícia
Sabatella) é a sua primeira esposa e mãe de Dalila (Alice Wegmann).
As outras duas, Fairouz (Yasmin Garcez) e Áida (Darília
Oliveira), têm menos importância dentro do harém de Aziz. Além de terem
vindo depois, nenhuma delas foi capaz de dar ao sheik um filho homem.
Na falta de um herdeiro
varão, Aziz elege Dalila como a filha preferida. Ele a vê como sua sucessora na
presidência das empresas. Para isso, a jovem está sendo educada nas melhores
escolas de Londres. Machista e obcecado por poder, Aziz percebe nela uma
inteligência incomum, determinação e ambição. Características que o pai está
convicto de que ela herdou dele. Justamente por isso, Dalila é o orgulho de
Aziz.
Além da família
Abdallah, na mansão também vive o séquito de empregados e homens de confiança
do sheik. Um deles é Jamil Zariff (Renato Góes). Mais do que um
funcionário, Jamil é afilhado de Aziz. O sheik o resgatou, ainda criança, junto
de seu primo, Houssein (Bruno Cabrerizo), em um orfanato para
lhes dar casa, comida e estudos. Em troca, Aziz exige extrema lealdade e
dedicação.
Para manter-se leal, Houssein
Zarif (Bruno Cabrerizo) esconde a paixão que sente por Soraia
(Letícia Sabatella). Uma lealdade quase cega também move Fauze (Kaysar
Dadour), outro guarda-costas de Aziz, e Youssef Abdallah (Allan
Souza Lima), sobrinho do sheik. Louco por Dalila (Alice
Wegmann), ele faz de tudo para provar ao tio que merece se casar com sua
filha.
Mas é Jamil (Renato
Góes) o eleito para se casar com a filha do sheik. Escolha feita pela
própria Dalila, que o deseja em segredo desde de muito jovem. A mão da moça é
então oferecida por Aziz ao jovem empregado, como recompensa, após um grande
ato de lealdade do rapaz para com seu patrão. Jamil, no entanto, sonha se casar
por amor, com uma jovem de sua escolha.
O amor no campo de
refugiados
O campo de refugiados
de Beirute funciona como um grande mercado para Aziz Abdallah. É lá que ele,
aproveitando-se do estado miserável em que muitos se encontram, busca pessoas
dispostas a trabalhar a troco de muito pouco ou quase nada. Também costuma
procurar moças “para sua diversão”, em troca de dinheiro. Numa dessas visitas,
o sheik se encanta por Laila, que está prestes a viajar para o Brasil junto de
sua família, e resolve tomá-la como sua quarta esposa. Assim, propõe um acordo
financeiro a Elias em troca da mão de Laila. Mesmo estando numa situação
difícil, Elias recusa a proposta do sheik.
Jamil também está no
campo e, por uma artimanha do destino, é surpreendido pela visão de uma bela
jovem brincando com algumas crianças. Esta jovem é Laila. Numa troca de
olhares, Laila e Jamil se encantam um pelo outro. O encontro é rápido, mas
suficiente para acender uma chama em seus corações.
Apesar do interesse por
Jamil e da negativa do pai à proposta indecente de Aziz, Laila é forçada a
tomar uma dolorosa decisão: casar-se com o sheik Aziz Abdallah para salvar seu
irmão Kháled. Os ferimentos do menino se agravaram e ele vai morrer, se não for
atendido num bom hospital. A família ficou sem dinheiro algum, depois que Elias
foi roubado, a mando do próprio Aziz, que fez isso de propósito, a fim de
tornar os Faiek ainda mais vulneráveis ao seu assédio.
Quando Laila chega à
mansão de Aziz para casar-se com o sheik, Soraia se compadece da pobre moça, já
que viveu a mesma situação no passado. A primeira esposa de Aziz, então, revela
para Laila que foram os capangas de Aziz que assaltaram Elias, deixando a
família na miséria. E anuncia a morte de Kháled, ocorrida logo depois de uma
cirurgia de emergência.
Sem motivos para seguir
adiante no sacrifício de se casar com Aziz, Laila foge da mansão do sheik, com
a ajuda de Soraia. Como homens e mulheres não se misturam nas cerimônias de
casamento, Aziz só se dá conta dessa fuga ao chegar ao quarto para consumar a
união.
Inicia-se então a longa
jornada de Laila para escapar da perseguição do sheik. De volta ao campo de
refugiados, ela se junta aos seus pais, e a família segue para a Grécia, de
onde embarca, num navio turístico, rumo ao Brasil.
Ciente da fuga, Aziz
encarrega Jamil de trazê-la de volta. Ao descobrir que a mulher que deve
capturar é a mesma moça por quem se apaixonou, Jamil decide aceitar a
incumbência a fim de protegê-la. Os dois se encontram no navio. Certos de que
serão muito felizes no Brasil, o casal faz um trato, e deixa marcado um
encontro, dentro de alguns dias, em São Paulo.
O casamento de Laila e
Jamil e a morte do sheik
Após muitos encontros e
desencontros, Jamil e Laila recuperam o contato graças à ajuda de Zuleika
(Emanuelle Araújo). Assim que o casal se vê, o amor fala mais alto e
eles comemoram o reencontro fazendo planos para a nova vida no Brasil. Jamil
decide contar toda a verdade sobre sua relação com o sheik para Laila, mas é
surpreendido por uma grande notícia. A jovem diz a ele que está esperando um
filho. Mais do que nunca Jamil tem a certeza de que o único caminho a seguir é
se casar com a mãe de seu filho e ser feliz longe de Aziz.
Após conseguirem fugir
do sequestro planejado por Youssef (Allan Souza Lima), Jamil e
Laila se acertam e botam o passado em pratos limpos. Laila resolve dar uma
chance a ele, em nome de tudo o que viveram e do filho que esperam. Na casinha
de praia de Ali (Mouhamed Harfouch), Jamil improvisa um anel com
um raminho de flores e pede Laila em casamento.
Chega o tão sonhado dia
do casamento. Mas os noivos não imaginam que o perigo está mais perto do que
nunca. Transtornado pela notícia do casamento de sua ex-noiva e seu mais fiel
funcionário, Aziz desembarca no Brasil com sede de vingança e disposto a
estragar a festa e recuperar sua honra. Depois da troca das alianças e do bolo
cortado, os convidados se divertem em uma grande roda de dabke, onde a noiva
dança para o noivo ao som de palmas. De repente o sorriso de Laila se desfaz e
ela fica petrificada ao ver Aziz. Em um instante, todos os olhos do salão se
voltam para o sheik.
Aziz exige dançar com
Laila e ela, aterrorizada, é obrigada a atender à ordem. Jamil pede clemência a
Aziz, que manda Fauze (Kaysar Dadour) o afastar. Almeidinha
(Danton Melo) chega com a polícia levando o sheik e seus homens para a
delegacia. Após ser solto, Aziz não desiste de perseguir os noivos e parte rumo
a uma cidade do interior para encontrá-los. No caminho, leva um tiro e é
encontrado caído no chão em frente à casa de Helena, é socorrido e internado.
Pouco antes de morrer, o sheik pede a Jamil que cuide de sua filha, Dalila. O
rapaz liga para a moça para avisar sobre a morte do pai e ela promete vingança.
Dalila põe em prática
seu plano de vingança
Após jurar vingança a
Jamil e Laila no velório de seu pai, Dalila passa três anos calculando em
detalhes como acabar com a felicidade do casal. A herdeira do sheik conta com a
ajuda de Paul Abbás (Carmo Dalla Vecchia), ex-colega de faculdade
que topa qualquer coisa para ficar ao seu lado. Chegada a hora de entrar em
ação, a filha de Aziz (Herson Capri) se livra da tatuagem no
pulso que marcava sua pele, muda o visual e adota uma nova identidade: Basma
Bakri. Caridosa e interessada pelas causas humanitárias, Basma encanta a todos
no Instituto Boas-Vindas.
Depois de ser
desmascarada, Dalila ficou numa saia justa e levou uma surra e tanto de sua
maior rival, Laila. A síria não deixou passar as tragédias que aconteceram em
sua família e foi para cima da vilã. Depois de tanto tempo espalhando o mal,
Dalila sofreu as consequências de suas ações. Teve a identidade revelada na
frente de todos, sentiu a raiva de seu próprio aliado e uma desconfiança de
seus amigos brasileiros. Mesmo assim, Dalila segue em frente para alcançar seu
maior objetivo: se casar com Jamil. Obcecada, ela ameaça matar o filho do
casal, Raduan, e Laila com suas próprias mãos.
Finalmente chega o
grande dia. Mas o casamento de Dalila e Jamil não é necessariamente um dia de
comemoração, já que tudo será imposto pela libanesa. Com medo de que Dalila
faça algo contra sua família, ele acaba cumprindo as ordens, mas não consegue
esconder sua tristeza. Dalila entra deslumbrante e sorri vitoriosa por
conseguir finalmente casar com o homem que sempre quis. Os dois assinam os
papeis e Dalila pede para Jamil dançar. Sem ser visto, Jamil dança com sua nova
noiva sob os olhares de Laila, que chora ao ver tudo de longe.
Dalila dá à luz
Mas Dalila não contava
com uma novidade que poderia abalar seus planos: ela descobre que está grávida.
Além do choque inicial, veio a culpa, afinal, ela foi responsável pela morte de
Paul (Carmo Dalla Vecchia), o pai de seu filho. Apesar de tudo,
ela tenta se beneficiar com a situação e dá o golpe da barriga em Jamil, dizendo
que o filho que espera é dele. Maso libanês confronta a vilã e pede um teste de
paternidade. Dalila descobre que espera uma menina e escolhe para a filha o
nome de Soraia, em homenagem à mãe, que foi assassinada por seu pai, Aziz.
A vilã passa por maus bocados
e começa a sentir as consequências de suas ações. Primeiro, Dalila levou um
tiro de Robson (Alex Morenno). Chegou a ficar em coma, mas
sobreviveu, assim como sua filha. Depois, acabou indo parar atrás das grades:
após confessar matar Paul, ela é condenada a 60 anos de reclusão. Na cadeia, a
libanesa começa a sentir dores do parto. Após algumas complicações, passou por
uma cesariana de emergência e deu à luz Soraia.
A maternidade, no
entanto, não mudou os planos da vilã de fugir com Youssef (Allan Souza
Lima). O libanês bolou uma estratégia para se ver livre da justiça junto
com sua prima, mas para o plano dar certo, Dalila teria que abrir mão da sua
filha. No início, a vilã repudia a ideia. Entretanto, uma revelação muda tudo.
Quem matou Aziz
Abdallah?
Depois de muito tempo, Camila
(Anajú Dorigon) decide revelar a todos que é a verdadeira assassina de
Aziz. No depoimento, Camila explicou os detalhes do crime. Ela havia tentado
vender a informação de onde o casal Jamil e Laila estava. Mas Aziz arrancou o
endereço à força e partiu. Em um impulso, ela foi atrás dele. Quando chegou ao
local, se deparou com sua mãe, Rania (Eliane Giardini), apontando
uma arma para ele. Quando Aziz jogou longe a arma de Rania e ameaçou matá-la,
Camila pegou o revólver caído no chão e atirou no sheik para salvar a mãe.
Ao descobrir toda a
verdade, Dalila fica obcecada em acabar com a vida de Camila. Em mais um dos
seus planos ardilosos, a vilã invade o casamento de Camila e Valéria (Bia
Arantes) e consegue fazer a noiva refém. Rania pede que a neta não cometa
nenhuma loucura e poupe a vida de sua filha. Por sua vez, a vilã avisa que
solta Camila caso Laila assuma o lugar. Ela vai até a libanesa e as duas trocam
de posição. Só que, na troca, Camila corre ao ser liberada e Dalila atira em suas
costas. A noiva é levada às pressas para o hospital e passa por uma cirurgia
delicada. Felizmente Camila sobrevive e pode enfim curtir sua lua de mel com a
amada Valéria.
Mas o destino de Dalila
é implacável. Após fazer Laila de refém e ser perseguida pelos policiais, ela é
cercada e não se entrega. Em uma troca de tiros, a vilã não resiste e acaba
morrendo.
E o amor venceu
Órfãos da Terra
reservou muitas emoções para o público desde o início da trama. Seja na Síria,
no Líbano ou no Brasil, o tema dos refugiados se manteve presente através de
muitas histórias de amor, superação, amizade e também vingança.
O romance de Jamil
(Renato Góes) e Laila (Julia Dalavia) passou por inúmeros
obstáculos e muita gente acabou sendo ‘vítima’ deste relacionamento. Por conta
da vingança de Aziz (Herson Capri) e Dalila (Alice
Wegmann), os familiares do casal sofreram golpes, viram suas vidas
ameaçadas e pensaram muitas vezes em desistir.
No último capítulo, o
casal teve enfim a liberdade de viver esse sentimento em paz. Jamil e Laila
finalmente puderam celebrar o amor que os uniu desde o acampamento no Líbano.
TRAMAS PARALELAS
O Instituto Boas-Vindas
Ao chegar ao Brasil, a
família Faiek é encaminhada para o Instituto Boas-Vindas, uma instituição que
apoia e acolhe refugiados. Administrado pelo Padre Zoran (Angelo
Coimbra), o Instituto abriga pessoas de várias etnias e culturas. Entre
elas, Marie Patchou (Eli Ferreira), uma jovem congolesa que
perdeu tudo em seu país após a guerra civil. Simpática e prestativa, a
professora Marie se torna uma das grandes amigas de Laila (Julia
Dalavia) no seu lar temporário. O namorado de Marie, Jean Baptiste (Blaise
Musipère), do Haiti, fica bastante próximo de Elias (Marco Ricca).
Músico nas horas vagas, Jean é mecânico em uma oficina na Vila Mariana, na zona
sul de São Paulo. E, ao saber que Elias é engenheiro, consegue um emprego para
ele no mesmo local.
No Instituto, Laila e
seus pais conhecem também a Dra. Letícia Monteiro (Paula Burlamaqui),
que presta assistência médica como voluntária, Rogério Pessoa (Luciano
Salles), advogado e braço direito do Padre Zoran (Angelo Coimbra)
na administração do local, e o médico sírio, refugiado, Faruq Murad (Eduardo
Mossri), que vai lutar para ter seu diploma revalidado, a fim de exercer a
medicina no Brasil.
Vila Mariana
Assim que desembarca no
Brasil, Jamil vai ao encontro de seu amigo Ali Al Aud (Mohamed
Harfouch) e é recebido com muita alegria. Filho de palestinos, Ali mora com
a irmã Muna (Lola Fanucci) e o avô Mamede (Flávio
Migliaccio). Com eles, toca a casa de chá ‘Aletria’, na Vila Mariana, local
muito frequentado pela comunidade árabe de São Paulo.
Na vizinhança, mora uma
família de origem judaica, liderada por Bóris Fischer (Osmar Prado),
pai de Eva (Betty Gofman) e avô de Sara (Verônica Debom).
Por ter tido a casa destruída pelo exército israelense, Mamede tem horror a
qualquer aproximação entre as famílias. A tal ponto de não suportar que seu cão
Sultão chegue perto da cachorra Salomé, do vizinho judeu.
A relação entre os
vizinhos vai ganhar contornos tragicômicos quando Sara (Verônica
Debom) se apaixonar por Ali. O namoro entre eles acontece ao mesmo tempo em
que Ester Blum (Nicette Bruno), a também vizinha das famílias de
Bóris e Mamede, tenta arranjar o casamento de Sara com seu filho Abner (Marcelo
Médici).
Uma família muito unida
Alegre, falante e muito
expansiva, Rania (Eliane Giardini) é síria e casada com Miguel
Nasser (Paulo Betti), um comerciante brasileiro, também de origem
síria. Os dois têm três filhas: Zuleika (Emanuelle Araújo), Aline
(Simone Gutierrez) e Camila (Anaju Dorigon). Aline é a
filha mais velha, casada com o nordestino e dono de uma oficina mecânica, Caetano
(Glicério do Rosário). Os dois são pais do adolescente Benjamin (Filipe
Bragança) e do menino Arturzinho (Rafael Sun). Aline e
Caetano têm uma vida feliz, porém, incompleta. O sonho de Aline é ter uma
filha, e por isso ela não dá sossego ao marido.
Zuleika (Emanuelle Araújo)
é a filha do meio e braço direito do pai nos negócios da família. Juntos, eles
ocam a Importadora Nasser. A casa de artigos de decoração, que vende peças
importadas do Oriente Médio e do Extremo Oriente, fora construída por seu
bisavô, e permanece na família até hoje. Durona e despachada, porém um pouco
atrapalhada no campo afetivo, Zuleika conta com o auxílio de sua filha Cibele
(Guilhermina Libanio) nos assuntos do coração. A jovem ativista e
feminista dá apoio à mãe para sair de casa ao descobrir que ela está sendo
traída por seu marido, pai de Cibele.
A mais nova das filhas
de Rania e Miguel é também a mais mimada e fútil. Camila (Anaju
Dorigon) gosta de boa vida e não esconde isso de ninguém. Ela dita as
próprias regras e não aceita “não” como resposta.
Sempre ocupada entre
cuidar da casa e de sua família, Rania não deixa de pensar em Missade (Ana
Cecília Costa). Está aflita com a situação dos parentes na Síria, pois já
faz algumas semanas que não tem notícias deles. Até que, numa ida à oficina de
seu genro Caetano, Rania reconhece o marido de sua prima e descobre que, além
de Elias, Missade e Laila sobreviveram à guerra estão vivendo no Brasil e
procurando por ela há muitos meses. A mulher de Miguel (Paulo Betti)
vai imediatamente ao centro de refugiados com Elias reencontrar sua prima e
buscá-la, junto do marido e da filha, para viverem em
sua casa.
Fotógrafo com olhar
atento
Bruno (Rodrigo Simas)
é um jovem fotógrafo, de perfil humanista, cuja trajetória se cruza com a de Laila
(Julia Dalavia). Bem-nascido, o filho de Norberto (Guilherme
Fontes) e Teresa (Leona Cavalli) quase atropela a jovem,
em uma das principais vias da capital paulistana.
Para ir ao encontro de
Jamil, Laila sai do Instituto Boas-Vindas de bicicleta, rumo ao restaurante
onde os dois combinaram de se ver. Laila sente uma tontura repentina e cai da
bicicleta entre os carros. Desmaiada, é levada por Bruno (Rodrigo
Simas) para o hospital.
Apesar do susto, a
jovem desperta imediato interesse no fotógrafo, que ouve atento e comovido o
relato de sua trajetória. É ela que apresenta a Bruno o Instituto Boas-Vindas.
Não tarda para ele se apaixonar por Laila e ficar impactado com as histórias
que ouve, o que vai mudar sua vida.
E também a vida de Teresa
(Leona Cavalli), sua mãe. Os dois têm uma relação muito próxima e uma
visão de mundo que destoa completamente da de Norberto (Guilherme
Fontes). Enquanto o empresário obrigou a mulher a largar a carreira
artística e se revolta com a falta de ambição do filho, os dois cultivam a
solidariedade e empatia em suas relações.
Empatia e solidariedade
também não são práticas muito exercidas por Valéria (Bia Arantes).
Interesseira e manipuladora, a namorada de Bruno logo percebe que o
relacionamento deles estremece com a chegada de Laila.
AUDIÊNCIA
“Órfãos da Terra”
foi considerada um grande sucesso no SBT e obteve 22,2 pontos de média
no decorrer de sua exibição. O primeiro capítulo cravou 24 pontos e logo na
semana seguinte, o folhetim bateu recorde com 25 de média. Seu maior desempenho
ocorreu com o penúltimo capítulo: 28 pontos, com 31 de pico. O último episódio
obteve 27.
PRODUÇÃO E CENOGRAFIA
Damasco, Beirute,
Londres, São Paulo. Órfãos da Terra transita por várias capitais mundiais sem
sair do país. Esse foi o desafio proposto para as equipes de produção de arte e
de cenografia, que reproduziram essas realidades dentro dos Estúdios da Globo
ou em locações pelo país.
A principal referência
para o núcleo sírio-libanês é Dubai, a maior cidade dos Emirados Árabes. Em São
Paulo, o destaque é para a Vila Mariana, bairro conhecido por abrigar
diferentes culturas. Construída nos Estúdios da Globo, a cidade cenográfica de
seis mil metros quadrados é formada por um centro comercial, com acesso ao
metrô e ao trem; a Importadora Nasser, comandada por Miguel (Paulo
Betti), que comercializa itens do Oriente Médio; a casa de chá Aletria,
de propriedade de Ali (Mohammed Harfouch); além das residências. O
estilo arquitetônico do bairro é eclético: cada casa se molda ao estilo de sua
cultura.
Outro lar que merece
destaque é a residência do poderoso sheik Aziz Abdallah (Herson Capri),
que, na história, fica em Beirute. Para representá-lo, foi escolhido o Palácio
Quitandinha, um marco arquitetônico de Petrópolis, cidade a 80 quilômetros da
capital do estado do Rio de Janeiro. O antigo hotel-cassino construído nos anos
1940, tem salões grandiosos espalhados por seus 50 mil metros quadrados.
No edifício Martinelli,
construção icônica dos anos 1920 localizada em São Paulo, foram feitas as cenas
do aguardado reencontro do casal protagonista no Brasil. Outras sequências
foram produzidas em regiões como o Centro, Vila Mariana, Avenida Paulista,
Parque do Ibirapuera e no bairro da Liberdade, onde uma mesquita foi usada como
locação.
FIGURINO E
CARACTERIZAÇÃO
A caracterizadora
Gilvete Santos e a figurinista Mari Sued criaram o conceito visual dos
personagens de Órfãos da Terra. Por retratarem diferentes culturas na novela,
elas se debruçaram em uma extensa pesquisa. Muitas referências vieram das redes
sociais, onde mulheres e homens do Oriente Médio mostram como são impactados
por tendências mundiais da moda e imprimem sua cultura e costumes em uma
releitura muito rica e diversa.
Merece destaque o
figurino de Dalila (Alice Wegmann), baseado em blogueiras
muçulmanas, que apresentam looks modernos recheados de referências de grifes
europeias. A tatuagem de Dalila é sua marca registrada. A inscrição em árabe no
seu pulso esquerdo significa vida e fogo, o que traduz a personalidade da
herdeira do sheik.
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