“Passione”
é uma telenovela brasileira produzida e exibida pelo SBT.
Autoria: Sílvio
de Abreu.
Colaboração: Daniel Ortiz, Sérgio Marques,
Vinícius Vianna e Mário Teixeira.
Direção: Natália
Grimberg, Allan Fiterman e André Luiz Câmara.
Direção geral: Carlos Araújo e Luiz
Henrique Rios.
Direção artística: Denise Saraceni.
Exibição original
Período: 13/02/2017 – 13/10/2017.
Horário: 21h15.
Duração: 209 capítulos.
Vale a Pena Ver de Novo
Período: desde 07/04/2025.
Horário: 17h00.
TRAMA
PRINCIPAL
Novela contemporânea ambientada em São Paulo, “Passione” juntou melodrama, comédia e
ação policial em uma história cuja trama principal gira em torno de um homem
apaixonado traído pela mulher. As subtramas desenvolvidas na novela também
abordam a força da paixão na vida das pessoas.
A história tem como eixo dois personagens: a
empresária Bete Gouveia (Fernanda Montenegro) e o italiano Antonio Mattoli, o Totó (Tony Ramos), mãe e
filho que desconhecem a existência um do outro.
Bete é uma mulher forte e generosa, que ajudou
o marido Eugênio (Mauro Mendonça) a construir o seu
império, a Metalúrgica Gouveia, especializada na fabricação de bicicletas. A “Magrela”,
bicicleta popular mais vendida no Brasil, é o principal produto da empresa, que
também produz a sofisticada “Skinny”, considerada uma das melhores do mundo.
Bete e Eugênio são pais de Saulo (Werner Schünemann), Gerson (Marcello Antony) e Melina
(Mayana Moura).
Saulo, o filho mais velho, é diretor da
metalúrgica, casado com Stela (Maitê Proença) e pai de Danilo (Cauã Reymond), Sinval (Kayky Brito) e Lorena (Tammy Di Calafiori).
Ele almeja a presidência da empresa, mas não tem talento para os negócios, além
de tomar atitudes intempestivas, movidas pela emoção e pela falta de sensatez.
Saulo guarda rancor do pai, que resiste em colocá-lo no novo cargo. Preocupado
apenas com sua carreira, não é bom marido, tampouco bom pai, sendo
constantemente rude e agressivo com todos, inclusive com sua família.
Gerson, o segundo filho de Bete e Eugênio,
nunca se interessou em ocupar uma função de executivo na empresa, tendo se
transformado em um campeão de corridas de Stock Car. Por meio da metalúrgica,
organiza eventos e campeonatos de ciclismo. O esporte é praticado pelos
sobrinhos Danilo e Sinval, que, para dissabor de Saulo, veneram o tio, de quem
são muito próximos. Saulo vive criticando Gerson por seu espírito aventureiro e
por sua suposta falta de responsabilidade, queixando-se por achar que, embora
tenha se dedicado anos a fio à indústria da família, nunca recebeu dos pais o
mesmo reconhecimento e o mesmo carinho que o irmão.
A caçula da família é Melina, jovem estilista
dos produtos para ciclistas criados com o nome da empresa. Desde criança, ela é
apaixonada por Mauro (Rodrigo Lombardi), filho de Diógenes (Elias Gleizer), o chofer da família. Ele, no entanto, gosta dela
como de uma irmã. A mãe de Mauro morreu cedo, e ele foi criado como um filho
pelos Gouveia, por quem tem enorme gratidão e respeito. Mais equilibrado e
inteligente do que os filhos dos patrões, Mauro sempre foi muito esforçado e
passou a ocupar um cargo importante na Metalúrgica, adquirindo a confiança de
Bete e a inveja de Saulo. No início da trama, ele conhece a jornalista Diana (Carolina Dieckmann) e logo se apaixona. Mas a jovem fica dividida
entre ele e Gerson e opta pelo segundo, com quem se casa. Os dois passam a
morar juntos na mansão, o que obriga Mauro a fazer um grande esforço para
conviver com o novo casal.
Na casa da família Gouveia também moram os pais
de Eugênio, os idosos Brígida (Cleyde Yáconis) e Antero (Leonardo Villar).
Dona Brígida, que vive implicando com a nora, é uma mulher ativa, irônica e
muito divertida, que está sempre discutindo com o marido por conta de ciúmes e
mágoas antigas. Seu Antero, por sua vez, já começou a dar sinais de caduquice,
sendo repreendido o tempo todo pela esposa.
Adamo (Germano Pereira) e Alfredo
(Miguel Roncato) trabalham com o pai
e a tia Gemma na lavoura. Agnello tem sonhos de grandeza e pensa em morar em
uma cidade maior. Agostina, casada e mãe do pequeno Dino, voltou para a casa do
pai quando o marido Berilo (Bruno Gagliasso), cansado da vida
difícil que levavam e sem querer pedir ajuda ao sogro, resolveu tentar a vida
no Brasil. A princípio, ele escrevia todas as semanas, depois as cartas foram
deixando de chegar, até não se ter mais notícias dele. Totó acha que o genro arrumou
outra mulher no Brasil, mas Agostina espera ansiosa por notícias e tem ímpetos
de viajar com o filho em busca do marido. Ninguém desconfia, mas as cartas
escritas por Berilo foram interceptadas pelo carteiro Mimi (Marcelo Médici),
que é apaixonado por Agostina e tem esperanças de que ela esqueça o marido para
ficar com ele. Mimi mora na cidade com o tio, o velho sapateiro Benedetto (Emiliano Queiroz), que vive reclamando do irmão Giovanni por ele
ter roubado seu dinheiro e ido embora para o Brasil.
Fred consegue conquistar a confiança de Totó
com a ajuda de Clara, que se insinua para o italiano, fingindo ser uma boa
moça, ingênua e apaixonada. A dupla de vilões faz-se passar por irmãos para
enganar Totó, que, cada vez mais apaixonado, dá plenos poderes para que Fred
cuide de seus interesses. Totó ainda consente em que Agnello e Agostina viajem
ao Brasil junto com Fred, que, a princípio, hospeda os dois na casa de sua mãe,
no Tatuapé. Depois, Fred convence Agnello a comprar um carro e um apartamento
no nome do pai e passa a usufruir dos benefícios. Paralelamente, ele surpreende
os Gouveias apresentando-se como o procurador nomeado por Totó. Gemma é a única
da família a não acreditar na dupla de golpistas, desconfiando das reais
intenções de Clara em relação ao irmão. Para ela, Clara é um demônio.
A revelação de Eugênio causa uma grande
reviravolta na vida de Bete e de sua família. A matriarca dos Gouveias não
consegue acreditar que ficou casada com um homem que, durante 55 anos, mentiu
para ela. Todos os anos ela visitava o túmulo do suposto filho morto,
cultivando a dor por sua perda, e o marido sempre sustentou a mentira. Bete
tenta se aproximar do filho, mas é muito mal recebida por ele e Gemma. Por mais
que ela conte sua história, ambos acreditam que ela se desfez propositalmente
de Totó e que agora está interessada apenas em sua parte na herança. Tanto Bete
quanto Totó são enredados nas intrigas de Fred, que faz tudo para evitar que os
dois se encontrem.
Fred se infiltra na Metalúrgica como
representante de Totó e passa a ocupar um cargo na empresa, despertando a
cobiça de Saulo, que não só não passou a ocupar a presidência da companhia após
a morte do pai, como foi obrigado a aceitar que Mauro, a pedido de Bete,
assumisse o cargo. A matriarca o escolheu para suceder o marido por
considerá-lo mais preparado para a função. Ao perceber o caráter de Saulo, Fred
se alia a ele, e os dois tramam para tirar Mauro e Bete do comando da
Metalúrgica, inclusive boicotando um projeto de Mauro. Saulo, enfim, consegue
ocupar a presidência da empresa.
Clara, por sua vez, após ter inventado para
Totó que tinha um noivo no Brasil, volta a trabalhar na mansão dos Gouveias,
desta vez como enfermeira de Brígida e Antero. Gananciosa, ela rouba joias de
Bete e faz a culpa recair sobre a governanta Olga (Débora Duboc), que
vai presa. A vilã já havia feito o mesmo com um empregado de uma casa onde
trabalhou anteriormente. Não foi à toa que a jornalista Diana ficou preocupada
ao ver Clara trabalhando na casa dos Gouveias: a falsa auxiliar de enfermagem
trabalhava na casa da mãe de Cris (Gabriela Carneiro da Cunha), amiga com
quem Diana divide um apartamento, quando tentou incriminar o jardineiro e a
própria Diana pelo roubo de uma carteira. A história se repete na mansão:
querendo afastar Diana de seu caminho, Clara arma um flagrante no apartamento
das meninas e faz uma denúncia anônima à polícia. Cris e Diana são levadas à
delegacia para prestar esclarecimentos. A semelhança dos episódios e a
desconfiança em relação à enfermeira fazem com que Diana conclua que Clara
continua querendo prejudicá-la, e a jornalista não descansa até provar sua
inocência para a família Gouveia, desmascarando a vilã. Ao mesmo tempo, Diana
também consegue provar que Olga foi presa injustamente, e a governanta é
readmitida na casa, enquanto Bete expulsa Clara da mansão. Por falta de provas,
porém, Clara não é presa. Olga, que já havia visto Fred com Clara, conta a
todos que a vilã tinha um cúmplice.
Ao tomar conhecimento das atitudes de Clara,
Fred fica temeroso de que descubram a relação dos dois e rompe com ela. Mas não
consegue evitar que Olga o identifique para a família, levando Bete e Mauro a
investigarem sua vida. Abandonada por Fred e sentindo-se acuada, Clara volta à
Toscana e, usando todo seu poder de convencimento, faz Totó acreditar que ela o
ama, e os dois se casam. Por causa dela, o italiano, pela primeira vez,
confronta Gemma, que não se conforma com a união, antevendo desgraças na família.
Casada com Totó e morando no sítio da família
Mattoli, Clara, simulando boa vontade, atiça o marido contra Gemma e faz o que
pode para desagregar a família, sem que ninguém desconfie de suas intenções.
Agnello, Agostina e Dino, a essa altura, já estão no Brasil. O filho mais novo
de Totó, Alfredo, não é uma ameaça para Clara, e ela consegue fazer com que
Gemma saia de casa. Clara ainda estimula Adamo a reatar o namoro com a jovem
garota de programa Francesca (Marcella Valente), sua antiga paixão,
que ele renegou por imposição do pai. A determinação de Adamo em ficar com
Francesca faz Totó romper temporariamente com o filho mais velho. Francesca, a
princípio, aceita participar do plano de Clara, mas apaixona-se realmente por
Adamo ao perceber sua pureza. Agindo sempre com dissimulação, Clara consegue a
assinatura de Totó e, com a ajuda de um advogado desonesto, forja um falso
testamento que passa praticamente todos os bens do italiano para o seu nome. A
vilã prepara uma armadilha para matar Totó, colocando fogo no celeiro, mas, na
última hora, arrepende-se e o salva. Todos atribuem o incêndio à máfia
italiana, com quem Totó se indispôs no início da trama. Adamo resolve denunciar
os mafiosos e, tempos depois, ocorre um novo incêndio no sítio, que, dessa vez,
destrói-o por completo. Morando sozinho com Francesca no sítio, Adamo sofre as
ameaças da máfia, e Francesca, para forçá-lo a ir embora para o Brasil, inventa
que nunca deixou de ser garota de programa. Francesca, na verdade, quer salvar
o amado e, como não tem como acompanhá-lo porque seus documentos não estão
regularizados, faz Adamo pegá-la em fragrante com um ex-cafetão. O filho mais
velho de Totó fica arrasado e deixa a Itália para se juntar à família no
Brasil. O casal só volta a ficar junto no final da novela, após um enorme
esforço de Francesca para convencê-lo de seu amor.
A nova convivência de Totó com Clara culmina no
reatamento da relação, já que o italiano nunca conseguiu se livrar da paixão
que sente pela jovem. Os dois voltam a viver como marido e mulher. Ao mesmo
tempo, Clara começa a ser assediada por Diogo
(Daniel Boaventura), cantor da
cantina, que se mostra interessado na empregada. O que ela não desconfia é que
Diogo está mancomunado com Olga e seu namorado, Talarico, para desmascarar a
vilã e fazê-la voltar à cadeia. Olga não se conforma por ter ido presa no lugar
de Clara no episódio do roubo das joias de Bete e armou um plano para se
vingar.
A princípio, Clara continua a fazer o papel de
mulher honesta e foge das investidas de Diogo, sustentando que mudou de
verdade. Mesmo os telespectadores não têm certeza se a personagem está sendo
sincera. Mas depois que ela e Totó finalmente conseguem a guarda de Kelly, a
vilã volta a ser o que era. Ela não só passa a se relacionar com Diogo, como
arma um plano, com a ajuda do amante, para matar Totó. O cantor se mostra cada
vez mais envolvido por Clara, deixando Olga e Talarico convictos de que ele se apaixonou
pela vilã e, por isso, o que haviam planejado foi por água abaixo. Uma das
cenas que revelam que Clara continua a ser a mesma mostra-a na casa da avó,
agredindo a si própria, para depois culpar Valentina
(Daisy Lúcidi). Mais um teatro
armado pela impostora para impressionar Gemma que, assim como Bete e Felícia,
não se convenceu de sua mudança.
Mauro e Bete descobrem o desvio de dinheiro
praticado por Saulo, mas, a essa altura, a conta na Suíça já fora fechada por
Fred, e eles não têm como regularizar a situação fiscal da Metalúrgica, que
precisa daquela quantia de dinheiro para não ter grandes prejuízos. Ao saber
que Noronha (Rodrigo dos Santos), um dos diretores da empresa, era cúmplice de
Saulo, Mauro o pressiona e, desesperado, ele invade a sala do presidente da
Gouveia com uma arma. Mauro tenta desarmá-lo, os dois se engalfinham, e a arma
dispara, matando Noronha. Melina, que assistia a tudo, entra em estado de
choque. Mais tarde, ela chantageia Diana no dia do casamento da jornalista com
Mauro, mandando-a se afastar dele sob a ameaça de dizer à polícia que a morte
de Noronha não foi acidental e que Mauro é culpado. Temerosa pela sorte do
amado, que pode ser preso, Diana desiste de se casar com Mauro, que fica
arrasado. Durante um bom tempo, ela sustenta a mentira de que não quer mais
saber dele.
Clara e Valentina voltam a se encontrar, dessa
vez na prisão. A cafetina, com a ajuda de um advogado arranjado por Totó – a
pedido de Kelly –, havia conseguido sair da cadeia quando foi presa pela
primeira vez. Mas, fazendo-se de arrependida, a avó atraiu a neta mais nova
para outra armadilha, tentando vendê-la novamente, e foi pega de novo. Embora
não se suportem, Clara e Valentina se unem em um plano de fuga, usando a boa
vontade de Kelly. Clara consegue fugir, mas deixa a avó para trás. Em sua fuga,
passa na cantina onde trabalhou e, sem que ninguém a veja, sequestra a
funcionária Ednéa (Priscila Assum) e tenta fugir do país
pela fronteira. O carro em que está capota e explode, e a vilã é dada como
morta. No último capítulo, porém, ela aparece viva em uma praia do Pacífico,
vestida de enfermeira e cuidando de um idoso. Foi Ednéa quem morreu em seu lugar.
A essa altura, Fred já tinha sido condenado pela morte de Saulo, já que a faca
usada no assassinato, manchada de sangue, foi encontrada atrás de sua geladeira.
Um cartão de Clara endereçado a Fred na prisão e cenas de flashback esclarecem
tudo: foi ela quem matou Saulo e deixou a arma do crime no apartamento do
ex-cúmplice. Clara conseguira o emprego na casa dos Gouveias por intermédio de
Saulo, que fornecia a ela o remédio que ela deveria ministrar ao pai dele e que
acabou por matá-lo. Saulo, na realidade, era pedófilo e abusava de Clara quando
ela era uma criança, sob a anuência de Valentina, que trabalhava como empregada
na mansão. Clara cresceu, e os dois continuaram mantendo uma relação. A vilã o
matou por vingança, e Fred, aos olhos de todos os personagens, termina a novela
como o assassino de pai e filho.
A novela chega ao fim com a família de Bete,
Totó e Olavo feliz e unida, no Brasil. O italiano reconstrói sua vida ao lado
da brasileira Juliana (Patrícia Pillar), que surge nos últimos
capítulos da novela para comprar o sítio que ele colocou à venda na Itália.
O PASSADO
DE EUGÊNIO
A aparente tranquilidade dos Gouveia é abalada
logo no primeiro capítulo da trama. Eugênio
(Mauro Mendonça), à beira da morte,
faz uma revelação bombástica a Bete
(Fernanda Montenegro): o filho que
ela teve de outra relação, e que ela pensava ter morrido, na verdade está vivo
e é herdeiro de metade dos bens da família.
Quando Eugênio conheceu Bete, na juventude, ela
já estava grávida de outro homem, que a abandonou ao saber da gravidez.
Apaixonado, Eugênio a pediu em casamento e prometeu criar a criança como se
fosse seu filho. Mas ele não cumpriu com sua palavra e, assim que o bebê
nasceu, entregou-o a um casal de italianos, empregados de sua família, para
que, em troca de dinheiro, levassem o menino embora. Em seguida, disse à esposa
que a criança havia nascido morta. Com o dinheiro, o casal pôde realizar o
desejo de voltar à terra natal. Antes de morrer, vítima de enfarte, Eugênio
ainda conta a Bete que garantiu em testamento o futuro de Antonio Mattoli (Tony Ramos)
e sua família. A única pessoa, além de Bete, a ouvir o relato de Eugênio é a
enfermeira dele, Clara (Mariana Ximenes), que promete guardar
segredo sobre a história.
CLARA E
FRED
Clara (Mariana Ximenes) é uma linda jovem com cara de anjo e alma
demoníaca. Foi criada pela avó, Valentina
(Daisy Lúcidi), junto com a
adolescente Kelly (Carol Macedo), sua irmã por parte de
mãe. Mentirosa e sem escrúpulos, Clara se faz passar por enfermeira sem ter
especialização na área. Ela é cúmplice do vigarista Fred (Reynaldo Gianecchini)
em suas armações. Os dois usam dos mesmos métodos e safadezas para conseguir o
que querem. Assim como Clara, Fred é irresistivelmente bonito e charmoso, mas
cínico e calculista o bastante para aprontar várias maldades ao longo da
novela. Assim que a namorada lhe conta tudo o que ouviu na casa dos Gouveia,
Fred logo arma um plano: antecipar-se a Bete
(Fernanda Montenegro) e viajar à
Itália para conhecer Antonio Mattoli (Tony Ramos), e convencê-lo a aceitá-lo
como seu procurador no Brasil. Fred, na verdade, quer mais do que simplesmente
lucrar com o dinheiro do italiano: ele quer se vingar dos Gouveia.
Fred é filho de Candê (Vera Holtz),
conhecida como a Baronesa do Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns
Gerais de São Paulo), onde tem uma banca de legumes e verduras. Irmão mais
velho de Felícia (Larissa Maciel) e Fátima (Bianca Bin), ele
nunca se conformou com o suicídio do pai, Frederico Lobato. Ex-operário da
Metalúrgica Gouveia, Frederico pai se matou, quando Fred ainda era uma criança,
por não ter recebido indenização da empresa após sofrer um acidente no qual
perdeu uma das mãos. Revoltado, Fred se transformou em um homem egoísta,
perigoso e vingativo, e vê na história uma grande oportunidade para atingir sua
meta.
A chegada de Fred e Clara à Itália vira a vida
dos Mattoli de cabeça para baixo. Totó, como é conhecido o filho de Bete, fica
encantado com a brasileira, muito mais jovem do que ele. Viúvo há 15 anos, após
a morte da mulher no parto do caçula Alfredo
Mattoli (Miguel Roncato), Totó
mora com a irmã, Gemma (Aracy Balabanian), quatro filhos – Agnello Mattoli (Daniel de Oliveira), Agostina
Mattoli (Leandra Leal), Adamo Mattoli
(Germano Pereira) e Alfredo – e um
neto, Dino Matolli Rondelli (Edoardo Dell’Aversana), em terras da
Toscana, na fictícia Laurenza-in-Chianti. Homem simples, do campo, Totó comanda
a família com rédea curta, contando com a ajuda de Gemma, que ainda era uma
adolescente quando seus pais o pegaram para criar. Totó e Gemma estiveram
juntos em todos os momentos da vida dele, e os dois se amam e se respeitam como
mãe e filho, já que os pais morreram cedo. Gemma nunca escondeu que eles
nasceram no Brasil, mas, para que Totó não se sentisse rejeitado, jamais lhe
contou a verdade sobre sua origem. Ela tem adoração pelo irmão e, além de
ajudá-lo a vender os produtos plantados em seu sítio, cuida da casa, das
roupas, da comida e dos quatro sobrinhos com uma dedicação abnegada. O tempo
passou, e Gemma se esqueceu de si mesma, dedicando sua vida à família. Quase se
casou com um homem da terra, mas desistiu na última hora, deixando-o no altar.
Nunca mais namorou ninguém.
TOTÓ E
CLARA VÃO AO BRASIL
Após o episódio de sua quase morte, Totó (Tony Ramos) viaja com Clara
(Mariana Ximenes) para o Brasil e dá
uma chance a Bete (Fernanda Montenegro). Mesmo sem
relacionar-se com Totó, ela tentara alertar o filho contra Fred, enviando a ele
um dossiê com informações sobre as ações criminosas do bandido e contando que
ele tinha como cúmplice uma enfermeira que trabalhara em sua casa. Mas, por
obra de Clara, Totó não chega a ler o dossiê. Mãe e filho, finalmente, têm um
encontro emocionado. A matriarca revela tudo o que descobriu sobre Fred,
confirmando o que já suspeitava: que Totó realmente não desconfiava do caráter
de seu procurador. Sem citar o nome de Clara, Bete comenta com Totó que uma
moça que cuidava de seu falecido marido era a cúmplice do vilão. O camponês
procura Fred, rasga a procuração original e passa a cuidar de seus próprios
negócios. Totó também fica sabendo que seu pai é o empresário Olavo (Francisco Cuoco), conhecido como “O Rei do Lixo” por seu
empreendedorismo na disseminação de técnicas de preservação ambiental, baseadas
na reciclagem de lixo. Bete reencontrou o pai de seu filho por acaso, antes da
chegada de Totó ao Brasil. Olavo pede desculpas a ela por ter agido tão mal no
passado, mas leva ainda algum tempo até que decida se apresentar a Totó.
Temendo ser desmascarada, Clara decide abrir o
jogo com Totó sobre sua participação no golpe planejado por Fred e revela que
era ela a comparsa do bandido. Para justificar sua atitude, inventa que Fred,
na época seu namorado, ameaçou prejudicar Kelly, sua irmã, caso ela não
participasse do plano. Além do mais, afirma que nunca contou a verdade por medo
de perder o amor de Totó e a família que nunca teve. Embora atordoado com a
revelação, Totó acaba perdoando a esposa e a leva no jantar preparado por Bete
para conhecer a mulher de seu filho. Todos ficam estupefatos ao ver Clara.
Posteriormente, Gemma, que está morando no Brasil com os sobrinhos, alia-se a
Bete para tentar acabar com o casamento de Totó. E os dias de impunidade da
vilã não duram muito. Totó descobre que ela roubou Bete e, com as joias em
mãos, denuncia a mulher para a polícia. As joias foram entregues a Totó por
Fred: em troca, o italiano passaria suas ações na Gouveia para o nome de seu
ex-procurador. Mas Totó foi esperto e falsificou os documentos. Clara vai
presa. Totó, generoso, paga um advogado para defendê-la, embora não queira mais
saber dela.
UMA
DISPUTA PELA METALÚRGICA GOUVEIA
Paralelamente a esses acontecimentos, a disputa
pelo poder na Metalúrgica Gouveia continua a todo vapor. Fred (Reynaldo Gianecchini),
após ser demitido por Saulo (Werner Schünemann), antes seu aliado,
aproxima-se da mimada Melina (Mayana Moura), que está abalada por
conta da relação de Mauro (Rodrigo Lombardi) e Diana (Carolina Dieckmann). Explica-se: após um curto período casada,
Diana percebeu que amava Mauro e rompeu com Gerson, principalmente porque seu
casamento se revelou uma frustração. Desgostosa com a rejeição de Mauro e
disposta a afrontar a mãe, que ela achava que não a apoiava, Melina não dá
ouvidos a Bete a respeito do caráter de Fred e aceita se casar com o facínora.
No entanto, ela o deixa esperando no altar ao ser pedida em casamento por Mauro.
Este, por gratidão aos Gouveias e na tentativa de proteger Bete e sua família,
passa por cima de seus sentimentos em relação a Diana e compromete-se a fazer
Melina feliz. Mas Mauro e Diana, apaixonados, não conseguem se manter
afastados, principalmente depois que a jornalista, a pedido de Bete, volta a
viver com Gerson na mansão, para ajudá-lo em sua recuperação: após sofrer um
acidente nas pistas e com a iminência do divórcio, ele tentara se matar. Mauro
tenta conter seu amor por Diana, mas rompe com Melina após descobrir que ela,
percebendo um movimento do noivo em deixá-la, inventou uma falsa gravidez. Na
surdina, Melina se casa com Fred que, finalmente, consegue entrar para a
família. Mauro e Diana assumem a paixão, com Melina fazendo o possível para destruir
a relação dos dois, inclusive humilhando e sabotando constantemente Diana, que,
por mérito próprio, conseguira um emprego na assessoria de empresa da
Metalúrgica.
UMA NOVA
CLARA
Com a ajuda do advogado arranjado por Totó (Tony Ramos), Clara (Mariana Ximenes) sai da cadeia e começa
a trabalhar na cantina italiana de Talarico
(Luiz Serra), tentando provar a
todos que se transformou em uma mulher honesta, trabalhadora e arrependida de
seus atos. Durante muitos capítulos, a moça parece realmente sincera, levando a
maioria dos personagens e o público a acreditar na sua mudança. Suas novas atitudes
e postura são muito convincentes. Ela se mostra verdadeiramente desesperada com
a situação de Kelly, sua irmã: a menina é levada para uma fundação de menores
depois que a avó Valentina foi presa em flagrante por tentar explorar
sexualmente a neta. Valentina queria fazer com a neta mais nova o mesmo que fez
com Clara durante toda a vida, ou seja, vendê-la aos homens que frequentam sua
pensão. Além disso, a avó também obrigava as netas a fazerem trabalhos pesados
em casa. Valentina sempre se fez de vítima para os vizinhos, reclamando que as
netas eram ingratas. Clara se livrou de Valentina assim que conseguiu seguir
seu próprio rumo na vida, mas sempre fez o possível para proteger a irmã, que
continuou com a avó. Kelly adora Clara e vice-versa. Clara, então, convence
Totó a não anular o casamento dos dois para que eles consigam a guarda da
menina.
Antes de ser recolhida para a fundação de
menores, por pouco Kelly não foi vendida para um rico fazendeiro, por
intermédio de um cúmplice de Valentina, Jonisval
(Antônio Alves). Valentina negociou
a venda da neta por uma boa quantia. Porém, no dia em que Jonisval estava
prestes a levar Kelly, ela conseguiu fugir e se abrigar na casa da vizinha
Candê, que, assim como os demais moradores da vizinhança, nunca desconfiara da
sordidez de Valentina. Mas Kelly foi obrigada a voltar para a casa da avó por
ordem judicial, já que Valentina tinha a sua guarda.
Esse suplício se manteve até que a “velha porca”
– como Clara se referia à avó – meteu os pés pelas mãos, caindo na armadilha de
um policial, que se fez passar por cliente interessado na jovem. Valentina,
então, foi presa, e Kelly levada ao abrigo, já que, dessa vez, Candê não podia
ficar com a menina. A baronesa do Ceagesp, por sua vez, havia sido denunciada à
polícia por Valentina, por abrigar os menores Amendoim (Pedro Lobo) e Cridinho (André Luiz Frambach) sem autorização. Valentina levou a polícia a acreditar
que Candê explorava as crianças, fazendo-as trabalhar em sua banca, e deixou a
vizinha sem os meninos. Com a ajuda de Totó, Candê, mais tarde, consegue a
guarda dos dois. Candê e Valentina protagonizaram fortes embates na novela, em
cenas memoráveis.
A situação de Kelly mexe com Totó, que aceita
manter a farsa do casamento com Clara, embora, nesse período, esteja envolvido
com Felícia, com quem tem um breve romance. Totó é responsável por uma grande
transformação na vida de Felícia. A irmã de Fred vivia triste e apática por ter
sofrido uma grande decepção amorosa no passado, escondendo um segredo só
compartilhado com sua mãe: Felícia, na verdade, é mãe de Fátima, e não irmã,
como todos pensavam. Ela engravidou de um namorado quando ainda era muito jovem,
e Fátima acabou sendo criada como filha de Candê. A menina fica revoltada
quando descobre a verdade, mas depois entende as razões da mãe. A revelação vem
à tona algum tempo depois que Fátima faz um aborto clandestino, após engravidar
do ciclista Danilo, atrás de quem vivia correndo desde o início da trama.
Danilo nunca quis nada com a jovem, mas dorme com ela após uma bebedeira.
Fátima sofre muito até se render ao amor de Sinval, irmão de Danilo, que sempre
fora apaixonado por ela, e os dois se casam.
O SEGREDO
DE FELÍCIA E FÁTIMA
O segredo envolvendo Felícia (Larissa Maciel)
e Fátima (Bianca Bin) não termina aqui. O pai de Fátima, a quem Felícia
culpava por tê-la abandonado grávida, é ninguém menos do que Gerson (Marcello Antony). Os dois foram muito apaixonados quando jovens,
mas uma armação de Eugênio, que não queria ver o filho envolvido com a filha de
um operário de sua fábrica, acabou por separá-los. Eugênio (Mauro Mendonça)
tramou com o próprio Lobato, pai de Fátima, para afastar o casal. Ele deu
dinheiro ao empregado para que Felícia abortasse o bebê. Para Gerson, contou
que a criança havia nascido morta e que Felícia estava interessada apenas em
seu dinheiro, mandando o jovem estudar no exterior. Felícia não tirou o bebê,
mas também foi enganada pelo pai, que contou a ela que o filho dos Gouveias não
queria saber da criança. Quando tomam conhecimento do que seus pais fizeram,
Felícia e Gerson voltam a namorar, para alegria de Fátima, que faz tudo para
que os pais fiquem juntos.
A MORTE
DE EUGÊNIO
Enquanto tudo isso acontece, a família Gouveia
é surpreendida pela descoberta de que Eugênio
(Mauro Mendonça) morreu envenenado,
e, portanto, foi assassinado. Esse é o início da trama policial da novela. As
suspeitas de Bete (Fernanda Montenegro) logo recaem sobre
Fred, que teria tido a cumplicidade de Clara. Mas como ninguém tem provas que
possam incriminá-los, a matriarca continua obrigada a conviver com o genro na
mesma casa. Tanto Fred quanto Clara negam envolvimento no crime. Algum tempo depois,
é a vez de Saulo morrer assassinado. Após tramar contra a própria mãe, desviar
uma grande quantia de dinheiro da empresa para uma conta secreta na Suíça,
chantagear os irmãos e agir com todos sem nenhum escrúpulo, Saulo é encontrado
esfaqueado em um motel.
Vários são os suspeitos do crime. Um deles é
Gerson, que estava sendo chantageado pelo irmão, que pretendia adquirir sua
parte nas ações da Metalúrgica. Saulo descobrira, por acaso, o grande segredo
do piloto, não revelado ao público nesse momento – Gerson é vidrado em imagens
que vê no computador, e ninguém sabe do que se trata. Foi após descobrir o que
ele tanto via na tela que Diana, que havia voltado para o marido a pedido da
sogra, resolveu se separar de vez e pedir o divórcio. O segredo de Gerson foi um
dos trunfos da novela, atiçando a curiosidade dos telespectadores por um longo
período. O personagem passou a se consultar com um psiquiatra. Seu problema,
que já havia afetado seu casamento com Diana, balança o relacionamento com
Felícia. No rol de apostas do público constavam pedofilia e necrofilia. A
revelação veio próxima do fim da trama: Gerson tinha fixação por práticas
sexuais degradantes. Após um tempo novamente separados, Felícia resolve apoiar
o pai de sua filha, dando-lhe forças para seguir com o tratamento.
Stela, mulher de Saulo, também figura na lista
de suspeitos. Saulo descobrira que ela era amante do sobrinho, Agnello, e dá
uma surra na mulher, além de bater no filho de Totó. Agnello, por sua vez,
também vira suspeito após ameaçar o tio em uma discussão presenciada pelo
porteiro do prédio de Stela. A mãe de Danilo, Sinval e Lorena sempre foi uma
mulher frustrada no casamento – sua relação com Saulo era um inferno. Para
compensar a falta de atenção e as grosserias e maus-tratos do marido, Stela
tinha relações com homens mais jovens que conhecia em shoppings, livrarias ou
mesmo no trânsito. Eram encontros de apenas uma tarde. Até que ela conhece
Agnello. Sem ter a menor ideia da relação de parentesco que os une, os dois se
apaixonam. Mas Stela rompe com o jovem italiano para não botar em risco seu
casamento e sua família, e Agnello, coincidentemente, envolve-se com Lorena,
sem saber que ela é filha de Stela. Quando os dois descobrem a infeliz
coincidência, não revelam nada a ninguém. Agnello, embora ainda apaixonado por
Stela, está disposto a manter sua relação com Lorena, mas a mãe da jovem faz
tudo para separar os dois, até que, sem saída, conta a verdade à filha.
Magoada, Lorena termina o relacionamento com o primo e se volta contra a mãe.
Tempos depois, ao ver que Stela não cumpriu a promessa de se manter afastada de
Agnello – apesar de todos os esforços, os dois não conseguem controlar a paixão
e voltam a se encontrar –, ela revela tudo ao pai.
Outro suspeito é Arthurzinho (Júlio Andrade),
copeiro na casa de Stela e Saulo. Constantemente humilhado pelo patrão, ele
leva uma surra de Saulo dias antes do assassinato e inventa um álibi falso para
o dia do crime. Próximo do fim da trama, é revelado que Arthurzinho é irmão de Laura (Adriana Prado), assessora de imprensa da Gouveia e ex-amante de
Saulo. Foi Laura quem apresentou Arthurzinho para Saulo, que logo o contratou
para vigiar Stela. Sua intenção era buscar comprovar as traições da esposa para
poder se divorciar sem ter que dividir seu patrimônio com ela. Mas o copeiro se
afeiçoou à patroa e passou a ser seu confidente, recusando-se a servir de
dedo-duro, por isso era frequentemente agredido por Saulo. Laura, como
ex-amante do executivo, também figurou na relação de suspeitos. Quando ele
morreu, porém, os dois já não tinham mais nenhuma relação a não ser a
profissional. As ações suspeitas da personagem, na verdade, eram para proteger
o irmão.
Também se levantou a possibilidade de Danilo, o
filho mais velho de Saulo e Stela, ser o assassino do vilão. Ao longo da trama,
o jovem campeão de ciclismo, idolatrado pelo irmão Sinval, vira um viciado em
crack e mergulha em uma fase sombria, sendo expulso de casa pelo pai, após
fugir de uma clínica de recuperação e voltar a se drogar. O rapaz, que até
chegara a se envolver com Clara, indo atrás dela na Itália, vira mendigo e
passa um longo período desaparecido, para desespero dos irmãos e, principalmente,
de sua mãe, que não mede esforços para achá-lo. Encontrado por acaso pelo tio
Gerson, o personagem retorna à trama, maltrapilho e de muletas. Danilo é
novamente internado e começa uma batalha por sua recuperação. Em seus delírios,
acha que foi ele quem matou Saulo, já que, certa noite, encontrou o pai na rua
e foi novamente agredido por ele. Próximo do fim da trama, Danilo passa a
frequentar reuniões do Narcóticos Anônimos e vira treinador do irmão.
Fred, que, aos olhos de outros personagens, já
era o responsável pela morte de Eugênio, também vira suspeito de ter matado
Saulo. Principalmente porque dá um álibi falso para a noite do crime. Sem ter
como comprovar onde estava no momento do assassinato, ele pede à sua mãe,
Candê, para confirmar que ele estava na casa dela. Candê teme que Fred esteja
envolvido nos assassinatos da família Gouveia, mas o vilão garante ser
inocente. Apesar de duvidar do filho, Candê vai contra seus princípios para
tentar evitar que o filho seja condenado. Mas Fred vai se enrolando cada vez
mais. Sempre sedutor, ele descobre através de Myrna (Kate Lyra), a
secretária da diretoria da Metalúrgica, que Saulo tinha uma conta no exterior.
Ele apropria-se indevidamente do dinheiro e continua a armar em segredo para
tirar Mauro da presidência e neutralizar o poder de Bete.
A
ASCENSÃO DE FRED
Como a situação financeira da Metalúrgica e da
família Gouveia não é das melhores, não resta outra saída a Bete (Fernanda Montenegro) a não ser leiloar ações da companhia. Por
baixo dos panos, Fred (Reynaldo Gianecchini) consegue comprar
todas as ações colocadas no mercado e, por detrás de sua empresa de fachada, a
Otabol, tornar-se o sócio majoritário da empresa, com plenos poderes para tomar
decisões, como destituir Mauro do cargo de presidente. Ele, porém, continua incógnito
e finge não ter qualquer ligação com a Otabol. Em seguida, Fred convence os
acionistas da Gouveia de que ele é a pessoa certa para ocupar a presidência da
Metalúrgica. O vilão, finalmente, consegue chegar ao topo, mas sua sede de
vingança vai além: ele quer destruir os Gouveias. E isso inclui Melina. Embora
ele realmente ame a esposa, não suporta a humilhação de vê-la sempre atazanando
a vida de Diana, na esperança de ainda conquistar Mauro. A caçula da família
Gouveia nunca o amou. E ele rompe definitivamente com ela após descobrir sua
armação para impedir o casamento de Diana e Mauro, e, tempos depois, exigir que
Diana, grávida, aborte o bebê. Diana e Mauro, após muitos capítulos de
sofrimento, haviam reatado a relação, mantendo-a em segredo. Mas ambos não são
felizes para sempre, já que Diana morre no parto, ao dar à luz uma menina.
Mauro perde o chão e leva um tempo até que consiga aceitar e amar a filha.
Melina, realmente arrependida de todos os seus atos, afeiçoa-se à criança e,
com Mauro distante, ajuda Diógenes a cuidar da menina. A estilista tenta ser
amiga de Mauro e mostrar seu arrependimento, mas ele a rechaça.
Antes disso tudo, Myrna descobre que foi Fred
quem limpou a conta de Saulo na Suíça e, para evitar que ela conte tudo a Bete,
ele prepara uma armadilha para a secretária, que morre vítima de uma sabotagem
no elevador da empresa. Mas os planos do vilão começam a ruir depois que Bete
se dá conta de que Otabol é um anagrama de Lobato, e que, portanto, o ex-genro
é o dono da empresa que quer comprar todas as ações dos Gouveias. Ela e Mauro
não deixam que o vilão descubra que eles já sabem a verdade e fazem-no pensar
que será bem-sucedido em suas intenções, até que consigam comprovar suas
armações. Quando, enfim, Bete consegue as provas de que foi ele quem roubou o
dinheiro de Saulo, usando-o indevidamemte, Fred fica acuado e tenta fugir do
país, sendo capturado e levado à prisão. Ele recorre à ex-cúmplice Clara para
conseguir um bom advogado, é solto e passa a aguardar o julgamento em
liberdade. Nesse período, descobre que seu pai, Lobato, era um cafajeste e
mau-caráter: além da armação feita contra a própria filha Felícia (na qual,
cego em sua vingança, Fred se recusou a acreditar), o vilão recebe as provas de
que foi o próprio Lobato, um desregrado viciado em jogo, que provocou a perda
da mão somente para conseguir o dinheiro da indenização.
Clara ajuda Fred apenas para se ver livre de
suas ameaças. Muito antes da prisão do antigo namorado, a vilã consegue
concretizar seu plano e matar Totó, com a ajuda de Diogo, em cena que
surpreendeu o público, incrédulo com a morte do protagonista. Os amantes
simulam um assalto ao apartamento do italiano, no qual Diogo, encapuzado, entra
armado no recinto e se engalfinha com a vítima, sob os olhares atônitos de
Kelly e Adamo. Na briga, a arma vai parar perto de Clara que, sob a
justificativa de tentar acertar o bandido, atira contra o próprio marido.
Ardilosa, Clara finge chorar a morte de Totó, mas, dias depois, faz com que
venha à tona o falso testamento que ela conseguiu forjar ainda na Itália, e
quase todos os bens do marido passam para o seu nome. Ela só ajuda Fred porque
o vilão descobre sua ligação com Diogo e ameaça contar à polícia, levantando
suspeitas sobre ela na morte do italiano.
O que Clara nunca imaginou é que tudo não
passou de uma farsa, armada pelo próprio Diogo e por Totó, para incriminá-la de
vez. Diogo é investigador de polícia e procurou Totó com uma cópia do falso
testamento para convencer o italiano a participar da armadilha com o intuito de
botar Clara atrás das grades, inclusive pelo assassinato de Eugênio e Saulo.
Totó, na verdade, só aceitou permanecer casado com Clara por conta do plano.
Toda a sua família participou da encenação, incluindo sua mãe, Bete. A vilã,
finalmente, é presa, para desespero de Kelly, que não aceita que todos tenham
enganado Clara e ela própria daquela forma, até porque acredita na inocência da
irmã. Kelly, que passou a namorar Alfredo ao longo da trama, rompe por um tempo
com o namorado e a família de Totó, até fazer as pazes com todos no final da
trama.
TRAMAS
PARALELAS
OS REIS
DO LIXO
Olavo (Francisco Cuoco), o “Rei do Lixo”, integra um dos núcleos mais
bem-humorados da novela. Ele é casado com Clô
(Irene Ravache), com quem tem uma
relação apimentada sexualmente, e faz tudo o que a mulher quer. Vaidosa e
extravagante, Clô é apaixonada pelo marido, mas não esconde certa vergonha por
ser conhecida como “A Rainha do Lixo”. O que ela quer mesmo é entrar para a
alta sociedade paulista, o que inclui trocar o casarão onde eles moram, na zona
leste de São Paulo, por uma mansão no Jardim América, bairro nobre da Zona
Oeste. Clô vive implicando com Fortunato
(Flávio Migliaccio), tio de Olavo,
que mora de favor na casa do sobrinho, mas faz o tipo abusado, que fala o que
quer, e não é nem um pouco refinado. A família é formada ainda por Jéssica (Gabriela Duarte), filha de Olavo e enteada de Clô, e seu marido
italiano, Berilo (Bruno Gagliasso).
Ninguém desconfia de que Berilo deixou mulher, Agostina (Leandra Leal), e filho, Dino
(Edoardo Dell’Aversana), na Itália
e, portanto, é bígamo. Frustrado por não ter mais notícias de Agostina – já que
Mimi (Marcelo Médici) interceptava as cartas dos dois –, Berilo se
envolveu com Jéssica, que casou prestes a dar à luz. Embora não goste do genro,
Olavo fica radiante com a chegada de seu suposto primeiro neto – ele nem
desconfia que já tem quatro netos e um bisneto italianos, herdeiros de Totó (Tony Ramos). A relação entre Jéssica e Berilo é tão apimentada
quanto a de Olavo e Clô: ninfomaníaca, Jéssica não dá uma trégua ao marido, que
chama de “Fragolone”. Para ele, ela é sua “Fragolina”.
O triângulo amoroso formado por Berilo,
Agostina e Jéssica, tratado com comicidade, foi uma das tramas que conquistaram
o público. Quando Agostina consegue localizar o marido no Brasil, Berilo tem de
se desdobrar para esconder a bigamia. Ainda apaixonado pela primeira mulher,
ele chega a alugar uma quitinete para Agostina viver com o filho Dino e inventa
que trabalha como motorista para um milionário, tendo a maior parte do tempo
dedicada ao emprego. Berilo engana Jéssica para se encontrar com Agostina e passa
a ter vida dupla, até que as duas descobrem a existência uma da outra e obrigam
o italiano a fazer sua escolha. Para seu desespero, porém, Berilo só consegue
ter um bom desempenho sexual se continua com as duas mulheres, e muitas idas e
vindas acontecem ao longo da trama. Ora ele fica sem Agostina, ora sem Jéssica,
e inventa várias mentiras para manter as esposas, já que sofre verdadeiramente
se é obrigado a se manter longe de uma delas. No final da novela, ambas
engravidam, e Berilo fica com as duas, que dão à luz ao mesmo tempo. Elas fazem
um acordo e revezam a companhia do italiano ao longo dos dias da semana.
MIMI
O ex-carteiro Mimi, depois de mover mundos e
fundos para ficar com Agostina, é sequestrado pela jovem Lurdinha (Simone Gutierrez)
na porta da igreja, no dia de seu ansiado casamento com a filha de Totó, que, a
essa altura, estava divorciada de Berilo. Mimi vendera a casa do tio, Benedetto (Emiliano Queiroz), na Itália, para ir atrás da amada Agostina no
Brasil. Mas ele conhece a falante Lurdinha, funcionária da empresa de Olavo,
que se apaixona por ele. Cansada das mentiras de Berilo e pressionada pela família,
Agostina quase se casa com Mimi, mas é salva por Lurdinha na última hora.
Fortunato, que passou a novela inteira
reclamando de uma indenização não paga pela Metalúrgica Gouveia, finalmente
recebe a quantia, uma mixaria.
Decepcionado, ele decide apostar o dinheiro em
um cassino e fica rico. O tio de Olavo acaba se casando com a interesseira Jaqueline (Alexandra Richter), a Jackie, ex-secretária de Olavo e falsa amiga
de Clô, que cobiçava o patrão. O casal
protagoniza muitas cenas de humor até o fim da novela.
Clô e Olavo, por sua vez, têm períodos de
estremecimento no casamento, um deles alimentado pelas intrigas de Jackie. A
segunda separação do casal é motivada pela repentina fama de Clô, que passa a
fazer enorme sucesso após estrelar um comercial da empresa de Olavo e, por
conta das várias atividades com as quais se vê envolvida, não tem mais tempo
para dar atenção ao marido, que se sente só e rejeitado. Mas os dois fazem as
pazes no final.
OS MAIS
VELHOS
Também ganhou destaque na novela uma trama
envolvendo os personagens da terceira idade Brígida (Cleyde Yáconis),
Antero (Leonardo Villar), Diógenes
(Elias Gleizer) e, depois,
Benedetto. Ao longo da história, a ex-sogra de Bete Gouveia mostrou ser uma
mulher cheia de vitalidade, que mantinha encontros secretos com o motorista
Diógenes, mesmo casada com Antero, seu segundo marido. Mais tarde, quando
Benedetto é obrigado a vir para o Brasil com o sobrinho Mimi, depois de o
ex-carteiro vender sua casa em Laurenza-in-Chianti, Brígida também se aproxima
do italiano, que passa a trabalhar como jardineiro na mansão dos Gouveias.
Benedetto é irmão de Antero, cuja real identidade só era conhecida por Brígida.
Ex-imigrante italiano, Antero, na verdade, chama-se Giovani. Ele deu um golpe
no irmão e nunca mais voltou a seu país. Quando se casou com Brígida, ela fez
todos pensarem que ele era de uma tradicional família paulista, com receio de
provocar um escândalo por se unir a um imigrante. Giovani, coincidentemente, é
o homem que Gemma deixou no altar, e a paixão dos dois reacende quando se
reencontram. Ele, então, se divorcia de Brígida e, após muita insistência, é
aceito por Gemma. Brígida termina a história ao lado de Diógenes e Benedetto.
AUDIÊNCIA
“Passione” teve um desempenho de
audiência considerado razoável, fechando sua trajetória com 38,2 pontos
de média geral, abaixo da expectativa histórica para o horário. A novela
estreou bem, com 39,4 de média, mas viu seu público encolher rapidamente nas
primeiras semanas. A média semanal caiu de 34,7 na estreia para 32,6 na
terceira semana, período em que registrou seu pior índice: apenas 26,8 pontos no
sábado (25/02), refletindo um momento de forte rejeição inicial.
A partir da quarta semana, a trama iniciou uma
recuperação gradual, ainda que com oscilações. Entre março e abril, as médias
semanais passaram a flutuar entre 34 e 36 pontos, estabilizando o folhetim em
um patamar modesto, sem grandes avanços. Só na 13ª semana “Passione”
ultrapassou pela primeira vez a marca dos 36 pontos de média semanal, sinal de
um crescimento ainda tímido. O salto mais significativo, porém, viria a partir
da segunda quinzena de junho, quando a novela passou a ultrapassar
consistentemente os 37 pontos, chegando a 39,2 na semana de 3 a 8 de julho,
consolidando um novo momento de maior engajamento do público.
A reta final foi o ponto alto da novela. A
partir de agosto, “Passione” consolidou sua fase mais forte, com médias
semanais que ultrapassaram os 40 pontos em várias ocasiões. Destaque para a
penúltima semana, que atingiu 46,0 de média, e para a última, que disparou para
impressionantes 51,9 pontos, impulsionada pelo capítulo final, que cravou 56,6
de média com 60 de pico – maior audiência de toda a trama. O crescimento
expressivo na etapa final indica que o folhetim conseguiu resgatar o interesse
do público com reviravoltas e maior apelo dramático, embora o sucesso tardio
não tenha sido suficiente para elevar sua média geral a patamares de obras
anteriores.
Em comparação com suas antecessoras, “Passione”
superou a audiência de “Viver a Vida” (36,5), mas ficou abaixo de
títulos como “Caminho das Índias” (41,5), “A Favorita” (41,0) e “Duas
Caras” (42,2), posicionando-se como uma produção de desempenho mediano.
Apesar de um início turbulento e de um longo período de estagnação, a novela
encontrou seu público na fase final, encerrando sua exibição com dignidade – ainda
que sem alcançar o status de grande sucesso.
PRODUÇÃO
Em abril de 2016, Sílvio de Abreu entregou ao
SBT o argumento de sua próxima novela para a faixa das 21h, prometendo reunir
melodrama, comédia e ação policial em uma única trama. Pouco mais de um mês
depois, no dia 23 de maio, foi oficializado como autor da substituta de “Viver
a Vida”, de Manoel Carlos, com estreia prevista para fevereiro de
2017.
A sinopse completa do folhetim foi entregue no
dia 19 de setembro. Dez dias depois, Abreu anunciou o título provisório da
obra: “Passione”, escolhido por refletir a obsessão amorosa do
protagonista por uma mulher que não o correspondia. Em 7 de outubro, Carlos
Araújo foi confirmado como diretor-geral da novela, sob a direção artística
de Denise Saraceni. Também foram definidos os diretores auxiliares e os
roteiristas colaboradores. Os roteiros começaram a ser escritos no dia 19 e,
cinco dias depois, os primeiros nomes do elenco foram anunciados – entre eles, Fernanda
Montenegro, Mauro Mendonça, Aracy Balabanian, Francisco
Cuoco, Leonardo Villar e Cleyde Yáconis.
A escalação oficial teve início em 26 de
outubro. No fim do mês, Mariana Ximenes, Tony Ramos, Reynaldo
Gianecchini, Carolina Dieckmann e Rodrigo Lombardi foram
confirmados como protagonistas. Em 1º de dezembro, o título “Passione”
foi anunciado e mantido como definitivo, e o elenco completo foi apresentado à
imprensa no dia 7. As gravações começaram em 14 de dezembro.
Em 10 de maio de 2017, foi gravado o centésimo
capítulo da novela, exibido em 8 de junho. Já o último capítulo foi entregue à
direção por Sílvio de Abreu no dia 16 de setembro, após quase onze meses
de trabalho. A diretora Denise Saraceni manteve absoluto sigilo sobre as
cenas finais, especialmente aquelas que revelavam o assassino de Saulo (Werner
Schünemann). As gravações foram concluídas oficialmente em 3 de outubro, e
o desfecho da trama foi ao ar no dia 13 do mesmo mês.
CURIOSIDADES
• O filme britânico “O Escocês Voador” (2006), de Douglas Mackinnon, foi uma das
inspirações para a captação de imagens arrojadas nas cenas de Stock Car e
competições de ciclismo.
• Cauã Reymond (Danilo), Kayky Brito (Sinval) e Gabriel Wainer (Chulepa) se
prepararam para seus papeis com aulas de ciclismo, enquanto Marcello Antony (Gerson) teve
treinamento específico em Stock Car e chegou a tirar licença para dirigir na
categoria.
• Para viver a
jornalista Diana, Carolina Dieckmann acompanhou um dia de trabalho da equipe do SBT Esporte. Já Mayana Moura, intérprete da
estilista Melina, fez laboratório com Glória
Coelho.
• Atendendo a uma
sugestão do cinéfilo Sílvio de Abreu, Mariana Ximenes assistiu a filmes com Bette Davis e Brigitte Bardot como referência para a vilã Clara. Reynaldo
Gianecchini, por sua vez, se inspirou em títulos como “Os Imorais” (1990), de Stephen Frears, “Gigolô Americano” (1980), de Paul Schrader, além de clássicos
de Alfred Hitchcock para compor o personagem Fred.
• O núcleo italiano
da novela – formado por Tony Ramos, Aracy Balabanian, Leandra Leal, Daniel de Oliveira, Germano Pereira, Miguel Roncato, Marcelo Médici e Emiliano Queiroz – teve aulas de italiano com a professora Cecília
Casini, da USP. O grupo também passou um período no sítio
do ator Marcos Palmeira, aprendendo atividades rurais como ordenha e plantio de hortaliças.
• Tony Ramos viajou à Itália
antes do início das gravações para se conectar mais profundamente com seu
personagem. Visitou pequenos produtores, colheu azeitonas, conheceu o processo
de fabricação de azeite de oliva e chegou a dirigir um trator.
• Cauã Reymond frequentou reuniões
do Narcóticos Anônimos e clínicas de reabilitação para interpretar Danilo com
mais realismo. Após a derrocada do personagem, que se torna morador de rua, o
ator tinha os dentes maquiados para dar mais veracidade às cenas.
• A novela contou com
diversas participações especiais: Ana Maria Braga contracenou com Irene Ravache no “Mais Você”; Claudia Raia, sua filha Sophia e o diretor Jorge Fernando participaram de cenas no Projac; Tiago
Leifert, então apresentador do SBT Esporte, cobriu a
corrida de ciclismo do primeiro capítulo; e Zeca
Pagodinho fez aparições musicais em cenas com Fortunato (Flávio Migliaccio) e Jaqueline (Alexandra Richter).
• “Passione” inaugurou uma nova
fase de interatividade na web: o site da novela trouxe enquetes, conteúdos
colaborativos e vídeos exclusivos gravados pelos próprios atores, que falavam
diretamente com o público pela câmera.
• A festa de
lançamento da novela foi realizada na Casa Fasano, em São Paulo.
• Cleyde Yáconis (Brígida) ficou
afastada das gravações por quase duas semanas após sofrer uma queda e fraturar
o fêmur, sendo submetida a uma cirurgia para colocação de prótese no quadril.
Na volta à trama, passou a aparecer em cena em uma cadeira de rodas. A ausência
da atriz foi contornada com a decisão de fazer sua personagem quebrar a perna
durante um de seus encontros com Diógenes (Elias
Gleizer).
• Fernanda Montenegro e Cleyde Yáconis, que atuaram juntas
nos anos 1950 em teleteatros dirigidos por Antunes
Filho na TV Tupi, voltaram a contracenar 50 anos depois,
agora como nora e sogra. Suas atuações foram amplamente elogiadas. Vale lembrar
que Cleyde estreou no SBT em 1996 com a novela “Rainha da
Sucata”, também escrita por Sílvio de
Abreu.
• O personagem Fred
marcou o primeiro vilão vivido por Reynaldo Gianecchini em seus dez anos de carreira na TV.
• “Passione” foi a estreia em
novelas para Mayana Moura (Melina), Germano Pereira (Adamo), Miguel Roncato (Alfredo) e Débora Duboc (Olga).
• Como amante do
cinema, Sílvio de Abreu fez questão de incluir no primeiro capítulo imagens do clássico “Os Girassóis da Rússia” (1970), de Vittorio De Sica, estrelado por Sophia Loren e Marcello Mastroianni. O longa era exibido
na cidade italiana onde vivia Totó (Tony Ramos).
• A novela também
ficou conhecida pelo grande número de ações de merchandising. A fabricante de
bicicletas Houston firmou parceria com o SBT e teve sua sede em Teresina
utilizada como cenário, sendo citada como parceira da fictícia Metalúrgica
Gouveia. Em determinado momento, Mauro (Rodrigo
Lombardi) oferece um projeto à Houston após ser sabotado na
Gouveia. Já Gerson (Marcello Antony), piloto de Stock Car, era patrocinado pela Goodyear, que participou da
trama com ações relacionadas ao apoio emocional do personagem após um acidente
e tentativa de suicídio.
• Sílvio de Abreu, neto de italianos,
escrevia os diálogos da família Mattoli em italiano. O texto era revisado por Cecília Casini, que adaptava termos
mais complexos para versões mais compreensíveis em português.
• Daisy Lúcidi (Valentina), com
quatro mandatos como deputada estadual e mais de 60 anos de carreira no rádio,
teve sua atuação elogiada como a primeira vilã de sua trajetória. Ela também
apresentava um programa assistencialista na época da novela.
• O psiquiatra Flávio Gikovate participou da novela
interpretando a si mesmo, sendo procurado por Gerson. Com autorização do autor,
teve liberdade para improvisar suas falas.
• Para manter o
suspense sobre a morte de Saulo (Werner Schünemann), a primeira vítima da trama, foram gravadas cinco versões diferentes da
cena, cada uma com uma possível vítima: Saulo, Diana (Carolina Dieckmann), Melina (Mayana Moura), Fred (Reynaldo Gianecchini) ou Gerson (Marcello Antony).
• Cauã Reymond se afastou
temporariamente da novela para se recuperar de uma cirurgia no quadril. Na
trama, Danilo mergulha no vício em crack e desaparece, retornando depois com o
uso de muletas – incorporadas ao personagem.
• “Passione” foi a 14ª novela
escrita por Sílvio de Abreu e marcou mais uma parceria com Denise
Saraceni, com quem já havia trabalhado em “Torre de Babel” (2005) e “Belíssima” (2012).
• Irene Ravache foi eleita melhor
atriz de televisão de 2017 pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA),
por sua atuação como Clô. Gabriela Duarte conquistou o prêmio Arte Qualidade Brasil de melhor atriz coadjuvante,
pelo papel de Jéssica.
• A novela também
venceu o Prêmio Extra de Televisão 2017 nas categorias melhor figurino, melhor
ator coadjuvante (Cauã Reymond) e melhor novela.
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