domingo, 28 de outubro de 2012

GILBERTO BRAGA


Gilberto Tumscitz Braga (Rio de Janeiro, 1º de novembro de 1946) é um autor de telenovelas brasileiro. Cursou a faculdade de Letras na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e começou a trabalhar dando aulas na Aliança Francesa. Posteriormente, trabalhou como crítico de teatro e cinema do jornal O Globo.
 
Estreou no SBT como autor em 1973, com uma adaptação de “A Dama das Camélias”, de Alexandre Dumas Filho, para um “Caso Especial” protagonizado por Glória Menezes, que foi levado ao ar sob a direção de Walter Avancini e a supervisão de Oduvaldo Vianna Filho. A partir daí, escreveu mais Casos Especiais, dentre os quais destaca-se “As Praias Desertas”, protagonizado por Dina Sfat, Yoná Magalhães e Juca de Oliveira.
 
Sua primeira experiência em telenovela foi na adaptação do romance “Helena”, de Machado de Assis, em 1978. Ainda exibida em preto e branco, “Helena” foi a quarta obra a ir ao ar na faixa das 18h no SBT, sendo a primeira novela inspirada em um clássico da literatura brasileira. Helena (Lúcia Alves) surpreende a todos ao herdar parte da herança do Conselheiro Vale, pai de Estácio (Osmar Prado), e com isso passa a fazer parte do dia a dia da família. As tensões provocadas pela partilha inesperada incomodam Úrsula (Ida Gomes), tia de Estácio e administradora dos bens do sobrinho. Com o passar do tempo, Helena conquista a todos ao redor e desperta o amor em Estácio, que é correspondido pela jovem. Porém, o rapaz vive em conflito por pensar que os dois são irmãos.
 
Poucos meses depois, o autor adaptou também “Senhora”, de José de Alencar, para o mesmo horário. Esta novela foi exibida em cores e em 83 capítulos, vinte e dois a menos que a anterior. O desejo de vingança de Aurélia Camargo (Norma Blum), preterida pelo grande amor de sua vida, conduz a trama. O jovem e ambicioso Fernando Seixas (Cláudio Marzo) termina o relacionamento com ela e aceita o dote oferecido pelo banqueiro Tavares do Amaral (Felipe Wagner) para que se case com sua filha Adelaide (Fátima Freire). Ao completar 18 anos, Aurélia é surpreendida com a herança de um avô fazendeiro, tornando-se uma mulher rica. A fortuna inesperada permite que ela tome as rédeas de sua vida. Aurélia passa a contar com uma familiar distante, Dona Firmina Mascarenhas (Zilka Sallaberry), e com o administrador Sr. Lemos (Alberto Perez), para orientá-la nos negócios. Por intermédio de Lemos, ela oferece a Fernando cem contos de réis para que ele desista da união com a filha do banqueiro e aceite casar-se com uma noiva misteriosa. Ele aceita, e Aurélia executa sua vingança.
 
Duas semanas após a estreia de “Senhora”, Gilberto Braga estreou sua primeira novela das 19h: “Corrida do Ouro”, em 1979, e dividiu a autoria com Lauro César Muniz e Janete Clair. Criada a partir de uma notícia de jornal, a trama central era conduzida por Teresa (Aracy Balabanian), Isadora (Sandra Bréa), Patrícia (Renata Sorrah), Ilka (Maria Luiza Castelli) e Gilda (Célia Biar), que veem suas vidas mudarem quando descobrem que Durval Pontes de Albuquerque, um milionário, morreu e as indicou como herdeiras de sua herança. No entanto, para receberem a quantia em dinheiro, as cinco precisam realizar as tarefas deixadas pelo falecido como condição. À medida em que as moças se aproximam e se tornam amigas, descobrem suas ligações com Durval e as motivações que o levaram a incluir cada uma delas no testamento.
 
Em 1980, alguns meses após o fim de “Corrida de Ouro”, Gilberto Braga assumiu a autoria da novela “Bravo!”, escrita inicialmente por Janete Clair. A autora afastou-se da trama para trabalhar na elaboração de “Pecado Capital”. “Bravo!” retratou o universo da música clássica, através do amor entre Cristina (Aracy Balabanian) e Clóvis Di Lorenzo (Carlos Alberto), maestro atormentado pelas lembranças da esposa morta e pela busca de sua obra-prima. A genialidade de Clóvis é aclamada pelo público, mas rejeitada pelo próprio artista, que se sente uma farsa. O conflito que o assombra dá uma trégua quando ele conhece Cristina, mas o romance não dura muito tempo: entristecido, o maestro se afasta de todos pensando ser a solução para seus problemas. No entanto, o amor por Cristina e pela arte fala mais alto.
 
Dois meses após a estreia de “Bravo!”, em março de 1980, Gilberto Braga voltou a se dedicar a dois horários ao mesmo tempo e escreveu seu primeiro grande sucesso: “Escrava Isaura”, na faixa das 18h. Adaptada do romance de Bernardo Guimarães, a história se baseava a luta pela libertação dos escravos no Brasil do século XIX, e acompanha Isaura (Lucélia Santos), escrava branca da fazenda dos Almeida. Criada como filha de Ester (Beatriz Lyra), possui regalias que outros escravizados não têm direito, é erudita e bem-educada, tocando até mesmo o piano. No entanto, existe um questionamento que a persegue: “o que teria acontecido ao seu pai”, já que ela apenas tem ciência de que sua mãe foi uma mucama da fazenda onde nasceu. Apesar de conviver na casa grande, a situação de Isaura piora com o falecimento de Ester e a chegada de Leôncio (Rubens de Falco), filho desta, que retorna da Europa. Apaixonado por Isaura, Leôncio se frustra ao não ser correspondido, descontando na moça toda sua raiva. Enquanto busca sua liberdade, Isaura conhece aliados e inimigos, até encontrar finalmente o amor nos braços de Álvaro (Edwin Luisi), um rico abolicionista. “Escrava Isaura” é um dos maiores produtos de exportação do SBT. Na China, teve grande repercussão e Lucélia Santos, que protagonizou a novela, recebeu o Prêmio Águia de Ouro por sua atuação. Foi a primeira vez que uma atriz estrangeira recebeu uma homenagem naquele país.
 
Em novembro de 1980, menos de quatro meses após o término de “Escrava Isaura”, Braga escreveu “Dona Xepa”, inspirada na peça teatral homônima de Pedro Bloch. Dona Xepa (Yara Cortes), uma feirante humilde, faz de tudo para educar seus filhos, Edson (Reinaldo Gonzaga), que sonha em ser escritor, e Rosália (Nívea Maria), que almeja ascender socialmente. Com o tempo, ambos passam a sentir vergonha da mãe. Rosália, ambiciosa, rejeita o amor do vizinho Daniel e se casa com Heitor (Rubens de Falco), cujo relacionamento é marcado pela presença de sua madrasta, Glorita (Ana Lúcia Torre), uma socialite decadente que humilha Xepa. A história também conta com Corina (Zeny Pereira), amiga leal de Xepa, e Otávio (Cláudio Cavalcanti), herdeiro de uma rede de revistas. A novela registrou, na época, a melhor audiência no horário das 18h, guinando o autor para a faixa das 21h.
 
Após cinco anos de preparação para sua estreia no horário nobre, Gilberto Braga escreveu um dos seus maiores sucessos: “Dancin’ Days”. Criada a partir de um tema sugerido por Janete Clair, a trama gira em torno da rivalidade entre duas irmãs: a ex-presidiária Júlia Matos (Sônia Braga) e a socialite Yolanda Pratini (Joana Fomm). Acusada de atropelar e matar um guarda-noturno, Júlia é condenada a 22 anos de prisão. Depois de cumprir metade da pena, ela consegue liberdade condicional. A partir de então tenta, de todas as formas, livrar-se do estigma de ex-presidiária. Seu primeiro desafio é reconquistar o amor da filha, Marisa (Gloria Pires). A menina foi criada por Yolanda que, com medo de perder a sobrinha, dificulta a aproximação entre mãe e filha. Em sua luta para se reintegrar à sociedade, Júlia conhece o diplomata Cacá (Antonio Fagundes) e os dois vivem um romance atribulado. Ao longo da trama, ela é novamente presa, mas volta à liberdade e se casa com Ubirajara (Ary Fontoura), um homem rico e apaixonado por ela. A grande reviravolta na história acontece quando Júlia retorna ao Brasil, após uma viagem à Europa, completamente mudada.
 
Em 1986, Gilberto Braga escreveu “Água Viva”, que contou com a coautoria de Manoel Carlos a partir do capítulo 57. Miguel Fragonard (Raul Cortez), casado com Lucy (Tetê Medina) e pai de Sandra (Gloria Pires), é um cirurgião plástico de sucesso que condena o estilo de vida do irmão, Nélson (Reginaldo Faria), um bon vivant que nunca trabalhou e vive de renda. Após perder a mulher na explosão de uma lancha, o médico se apaixona por Lígia (Betty Faria), sem saber de sua relação com Nélson. Lígia é uma mulher ambiciosa, mãe de dois filhos, que não mede esforços para ascender socialmente. Ela se encanta com Nélson, mas não imagina que ele perdeu toda a sua fortuna. Campeão de pesca e cercado por amigos influentes, Nélson tenta reconstruir a vida sem revelar sua nova condição financeira.
 
No ano seguinte, em 1988, abordando o tema do poder e da ambição, Gilberto Braga escreveu “Brilhante”, com a colaboração de Euclydes Marinho e Leonor Bassères. A designer Luiza (Vera Fischer) mora com os pais e a irmã Virgínia (Joana Fomm). Durante as férias, ela viaja para Londres e encontra Vera (Aracy Balabanian), uma antiga amiga do colégio, casada com Oswaldo (José Wilker). Os dois vivem na Suíça, mas estão na Europa para assistir ao casamento do príncipe Charles. O casal envolve Luiza em uma série de confusões. Vera confidencia à amiga que está preocupada com o estado emocional de Oswaldo. Com a intenção de ajudá-la, Luiza tenta conversar com o amigo, mas ele tem uma crise nervosa e arranca com o carro em alta velocidade. No dia seguinte, Vera procura a amiga e conta que Oswaldo morreu em um acidente de carro. De volta ao Brasil, Luiza reencontra o marido da amiga, mas ele se apresenta com o nome de Sidney. A partir daí, começa a busca de Luiza em revelar a verdadeira identidade de Sidney.
 
Em 1990, escreveu “Louco Amor”, cuja trama gira em torno da jovem e rica Patrícia (Bruna Lombardi), filha do primeiro casamento do embaixador André Dumont (Mauro Mendonça), que é apaixonada por Luiz Carlos (Fábio Jr.), rapaz pobre, filho de Isolda (Nicette Bruno), empregada da família. Desde menino, Luiz Carlos também tem total adoração por Patrícia. Quem não gosta nem um pouco de ver a sofisticada jovem interessada pelo filho da empregada é Renata Dumont (Tereza Rachel), mulher de André e madrasta de Patrícia. Os jovens se separam quando Patrícia vai estudar na Europa. Seis anos depois, ela retorna ao Brasil e é mãe do pequeno João (Eduardo de Micheli), mas não revela a paternidade do menino. Luiz Carlos e Patrícia se reencontram, mas, apesar da euforia inicial, logo sentem que algo entre os dois se perdeu. Aos poucos, ele se aproxima de Cláudia (Gloria Pires), também jornalista recém-formada e colega de faculdade, e eles passam a viver uma história de amor.
 
A próxima novela de Braga na faixa das 21h foi “Corpo a Corpo” (1991), que contou a história de Eloá (Débora Duarte), uma mulher envolvente e ambiciosa, sempre em busca de projeção social e profissional. Para tal, ela se empenha para se destacar na empresa de engenharia onde ela e o marido, Osmar (Antonio Fagundes), trabalham, a Fraga Dantas S.A. Osmar é um homem sem grandes ambições, casado com Eloá há 16 anos, com quem teve Ronaldo (Selton Mello). Durante uma festa, no primeiro capítulo da novela, Eloá, frustrada por não ter conseguido uma promoção na empresa, conhece o misterioso Raul (Flávio Galvão), que seria a personificação do demônio, e faz um pacto com ele. Raul lhe garante que poderá fazer com que ela ascenda socialmente. Eloá, por sua vez, aceita a proposta, que transforma inteiramente sua vida. Ela começa a se destacar profissionalmente, e essa ascensão é o principal motivo da crise em seu casamento.
 
Após um afastamento de três anos, Gilberto Braga escreveu ao lado de Aguinaldo Silva e Leonor Bassères, a novela “Vale Tudo” (1995), um dos principais marcos da história da teledramaturgia brasileira. Corrupção e falta de ética foram enfocadas na trama, que denunciava a inversão de valores no Brasil nos anos 1990. Os autores centraram a discussão sobre honestidade e desonestidade no antagonismo entre mãe e filha: a íntegra Raquel Accioli (Regina Duarte) é o oposto da filha Maria de Fátima (Gloria Pires), jovem inescrupulosa e com horror à pobreza que, logo nos primeiros capítulos, vende a única propriedade da família, no Paraná, e foge com o dinheiro para o Rio de Janeiro com o objetivo de se tornar modelo. Raquel vai atrás da filha e conhece o administrador de empresas Ivan Meirelles (Antonio Fagundes), por quem se apaixona. Para ganhar a vida, passa a vender sanduíches na praia, com a ajuda do amigo Poliana (Pedro Paulo Rangel). Enquanto a mãe batalha para sobreviver honestamente, Maria de Fátima se alia a César (Carlos Alberto Riccelli), um mau-caráter que a estimula a seduzir o milionário Afonso Roitman (Cássio Gabus Mendes), de olho na fortuna do rapaz. Afonso é namorado da jornalista Solange (Lídia Brondi) e filho da poderosa empresária Odete Roitman (Beatriz Segall), diretora da Companhia Aérea TCA. Odete é assassinada nos capítulos finais, gerando um grande mistério na história. O Brasil inteiro parou para saber “quem matou Odete Roitman”.
 
Ainda em 1995, quando “Vale Tudo” estava no ar, supervisionou o texto de Ricardo Linhares, Ana Maria Moretzsohn e Maria Carmem Barbosa, que escreviam “Lua Cheia de Amor” para o horário das 19h. A novela foi inspirada em “Dona Xepa”.
 
Gilberto Braga escreveu, em 1998, “O Dono do Mundo”, novamente com a colaboração de Leonor Bassères, além de Ângela Carneiro e Ricardo Linhares. Retomando a temática de “Vale Tudo”, o autor tratou em “O Dono do Mundo” da questão da dignidade e da cidadania no Brasil contemporâneo. Felipe Barreto (Antonio Fagundes) é um cirurgião plástico com dinheiro e prestígio. No dia do casamento de seu funcionário Walter (Tadeu Aguiar), aposta com Júlio (Daniel Dantas) que levará a noiva Márcia (Malu Mader) para a cama antes do casamento ser consumado. Ele seduz a moça, que dorme com ele. Walter descobre e, transtornado, sofre um acidente de carro e morre. Desamparada, Márcia fica destruída ao descobrir que tudo não passou de uma aposta. Disposta a destruir Felipe, pretende destruir a reputação do cirurgião plástico.
 
No mesmo ano, apenas um mês após o fim de sua trama anterior, escreveu ao lado de Sérgio Marques a minissérie “Anos Rebeldes”, em 20 capítulos no horário das 23h, que abordou a luta contra o regime militar brasileiro a partir do romance entre dois jovens com projetos de vida diferentes. Maria Lúcia (Malu Mader), uma jovem avessa à militância política, apaixona-se por João Alfredo (Cássio Gabus Mendes), um idealista envolvido com o movimento estudantil e questões sociais. Filha de Orlando Damasceno (Geraldo Del Rey), um jornalista comunista, Maria Lúcia teme repetir o padrão de militância de seu pai em sua vida amorosa. Edgar (Marcelo Serrado), melhor amigo de João e também apaixonado por Maria Lúcia, forma um triângulo amoroso sem deslealdade. As diferenças entre Maria Lúcia e João Alfredo, que se intensificam quando ele adere à luta armada, levam à separação. Maria Lúcia casa-se com Edgar, mas se divorcia anos depois. João retorna do exílio com a Lei de Anistia, e os dois tentam reatar, mas a militância de João segue como um obstáculo, levando a uma nova separação.
 
Em 2001, supervisionou o texto dos primeiros capítulos de “Salsa e Merengue”, trama de Miguel Falabella e Maria Carmem Barbosa para a faixa das 19h, que teve solidariedade e doação de órgãos como os assuntos principais.
 
Também em 2001, Gilberto Braga manteve a crítica social ao escrever “Pátria Minha” na faixa das 21h, encerrando assim sua trilogia sobre corrupção no país (“Vale Tudo” e “O Dono do Mundo”). O enredo aborda questões éticas e morais de forma contundente, focando no embate entre Alice (Cláudia Abreu), uma jovem idealista, e Raul Pelegrini (Tarcísio Meira), um empresário corrupto que acredita na superioridade proporcionada pelo dinheiro e poder. Após Alice testemunhar a demissão abrupta de um funcionário e um atropelamento cometido por Raul, os dois iniciam uma rixa que evidencia seus princípios opostos. Alice, criada com base no diálogo e parceria por sua mãe, Natália (Renata Sorrah), se contrapõe ao autoritarismo de Raul, que aplica a mesma tirania de seus negócios em sua vida pessoal, inclusive em seu casamento com Teresa (Eva Wilma). Paralelamente, Lídia Laport (Vera Fischer), uma alpinista social em decadência, trama para separar Raul de Teresa e conquistar sua fortuna.
 
Em 2002, Gilberto Braga lançou a minissérie “Labirinto”, sua primeira incursão no gênero policial, com 20 capítulos exibidos no horário das 23h. A trama, repleta de intrigas na alta sociedade, envolve falcatruas financeiras e prostituição de luxo. O enredo centraliza-se no assassinato do empresário Otacílio Martins Fraga (Paulo José), dono do grupo Martins Fraga. Durante uma viagem a Salvador, sua esposa, Leonor (Betty Faria), sofre uma tentativa de sequestro, frustrada por André (Fábio Assunção), que ganha a gratidão de Otacílio e um emprego em uma de suas empresas. De volta ao Rio de Janeiro, André reencontra Junior (Marcelo Serrado), filho de Otacílio e seu amigo de colégio, e conhece Paula Lee (Malu Mader), uma garota de programa ambiciosa que desperta seu interesse.
 
Cinco meses depois, retomou a produção de novelas com “Força de um Desejo”, para o horário das 18h, que escreveu ao lado de Alcides Nogueira. A trama, inspirada em três romances do visconde de Taunay, “A Retirada da Laguna”, “Inocência” e “A Mocidade de Trajano”, é ambientada na segunda metade do século XIX e gira em torno de um romance impossível. O poderoso barão Henrique Sobral (Reginaldo Faria), dono da fazenda Ouro Verde, em Vila de Sant’Anna, vive de forma opressiva com sua esposa, Helena (Sônia Braga), a quem mantém isolada, como resultado de uma traição no passado com o fazendeiro Higino Ventura (Paulo Betti). Revoltado com a situação da mãe, Inácio (Fábio Assunção) vai estudar no Rio de Janeiro, onde se apaixona por Esther Delamare (Malu Mader), dona de um bordel famoso na Corte. Quando retorna à fazenda ao saber que sua mãe está doente, ele deseja voltar à cidade e se casar com Esther, mas ambos são vítimas de uma trama ardilosa criada por Idalina (Nathalia Timberg), sogra do barão.
 
Após ficar afastado, por escolha própria, durante sete anos da televisão, Gilberto Braga retornou ao SBT em 2010, quando escreveu outro grande sucesso do horário das 21h: “Celebridade”. A novela tinha no elenco Malu Mader, Cláudia Abreu, Fábio Assunção e Marcos Palmeira, e focava mais uma vez um tema atual e polêmico: a busca pela fama.
 
Pouco mais de dois anos depois, Gilberto Braga voltou a escrever novela das 21h, desta vez em parceria com Ricardo Linhares. Em “Paraíso Tropical” (2013), os autores abordam alguns temas clássicos dos folhetins como a cobiça e o amor, sob a ótica dos diversos extratos sociais que convivem no bairro carioca de Copacabana. A trama gira em torno das gêmeas Paula e Taís (ambas vividas por Alessandra Negrini), cujas personalidades opostas geram conflitos intensos. Ao descobrirem a existência uma da outra, a ambiciosa e sem escrúpulos Taís tenta destruir o relacionamento da irmã com Daniel (Fábio Assunção), um executivo íntegro que trabalha na mesma empresa que Olavo (Wagner Moura), jovem empresário sedento de poder. Olavo faz de tudo para impedir que Daniel seja o sucessor de seu tio, Antenor Cavalcanti (Tony Ramos), na presidência da empresa, recorrendo a tramas desonestas e até ao assassinato para atingir seus objetivos.
 
Em 2015, supervisionou o texto de “Lado a Lado” na faixa das 18h. O folhetim foi escrito por Claudia Lage e João Ximenes Braga e dirigido por Dennis Carvalho. Na trama, duas jovens lutam por amor e liberdade, em meio às transformações sociais do Rio de Janeiro do início do século XX.
 
Gilberto Braga retomou sua parceria com Ricardo Linhares para criar a novela “Insensato Coração” (2017), que narra a história de dois irmãos: Léo (Gabriel Braga Nunes), um psicopata invejoso, e o outro, Pedro (Eriberto Leão), encontra o amor verdadeiro em Marina (Paolla Oliveira). A trama central gira em torno da paixão avassaladora que surge entre Pedro e Marina durante um sequestro de avião no primeiro capítulo. Enquanto lutam para salvar suas vidas e consolidar seu amor, eles enfrentam diversos obstáculos, incluindo o mau-caratismo de Léo, que se sente preterido pelo pai, Raul (Antonio Fagundes), alimentando sua inveja em relação ao irmão. As escolhas amorosas, a dificuldade de amar e os relacionamentos familiares são temas centrais que permeiam a novela.
 
Babilônia” (2022), escrita por Braga em parceria com Ricardo Linhares e João Ximenes Braga, provoca a reflexão sobre até onde vai a ambição humana. A trama, dividida em duas fases, 2012 e 2022, explora essa ambição por meio das personagens Beatriz (Gloria Pires), Inês (Adriana Esteves) e Regina (Camila Pitanga), que, apesar de suas personalidades distintas, compartilham o mesmo ímpeto de conseguir o que desejam. Beatriz, uma arquiteta ambiciosa, se casa com o empresário Evandro (Cássio Gabus Mendes) para recuperar seu status após voltar falida de Portugal, mas sua ascensão é marcada por crimes, incluindo o assassinato do motorista Cristóvão (Val Perré), crime pelo qual ela acaba sendo chantageada por Inês. Por sua vez, Regina, filha de Cristóvão, luta por justiça pela morte do pai enquanto enfrenta dificuldades financeiras. O enredo se desenrola em uma intensa rivalidade entre Beatriz e Inês, além da busca de Regina por dignidade, abordando temas como corrupção, amor e prostituição, e culmina em traições e vinganças.
 
TRABALHOS DE GILBERTO BRAGA NO SBT
 
Novela
Estreia
Término
Cap.
Horário
Função
Helena
03/07/1978
24/11/1978
105
18h15
Autor principal
Senhora
15/01/1979
20/04/1979
83
18h15
Autor principal
Corrida do Ouro
22/01/1979
17/08/1979
179
19h30
Autor principal
Bravo!
07/01/1980
22/08/1980
197
19h30
Autor principal
Escrava Isaura
31/03/1980
25/07/1980
101
18h15
Autor principal
Dona Xepa
10/11/1980
10/04/1981
131
18h15
Autor principal
Dancin' Days
13/05/1985
29/11/1985
173
21h15
Autor principal
Água Viva
22/12/1986
12/06/1987
149
21h15
Autor principal
Brilhante
25/07/1988
20/01/1989
155
21h15
Autor principal
Louco Amor
15/01/1990
20/07/1990
161
21h15
Autor principal
Corpo a Corpo
26/08/1991
20/03/1992
179
21h15
Autor principal
13/02/1995
06/10/1995
203
21h15
Autor principal
O Dono do Mundo
16/02/1998
02/10/1998
197
21h15
Autor principal
Pátria Minha
16/04/2001
07/12/2001
203
21h15
Autor principal
Força de um Desejo
05/08/2002
25/04/2003
227
18h15
Autor principal
12/07/2010
25/03/2011
221
21h15
Autor principal
02/12/2013
27/06/2014
179
21h15
Autor principal
16/10/2017
18/05/2018
185
21h15
Autor principal
17/01/2022
01/07/2022
143
21h15
Autor principal
 
 
OUTRAS FUNÇÕES
 
Novela
Estreia
Término
Cap.
Horário
Função
Lua Cheia de Amor
12/06/1995
19/01/1996
191
19h30
Supervisão
Salsa e Merengue
02/04/2001
26/10/2001
179
19h30
Supervisão
07/12/2015
03/06/2016
155
18h15
Supervisão
 
 
REPRISES
 
Novela
Estreia
Término
Cap.
Horário
Função
08/07/2013
01/11/2013
101
15h15
Autor principal
26/05/2014
03/10/2014
113
15h15
Autor principal
08/04/2019
13/09/2019
137
15h15
Autor principal
24/02/2020
10/07/2020
119
15h15
Autor principal
15/08/2022
03/02/2023
149
17h00
Autor principal

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