Aguinaldo
Silva
nasceu em Carpina, Pernambuco, em 7 de junho de 1943. Aos 13 anos, começou a
escrever os primeiros poemas, passando depois aos romances. Em 1961, com apenas
17 anos, lançou o livro “Redenção para
Job”. No mesmo ano, começou a trabalhar como jornalista em Pernambuco, na
sucursal do Última Hora. Em 1964,
após o golpe militar, mudou-se para o Rio, passando a trabalhar na redação
carioca do mesmo jornal e, depois, no Jornal
do Brasil, quase sempre fazendo reportagens policiais. Em 1969, Aguinaldo
Silva ingressou em O Globo, onde
exerceu funções de redator, subeditor e editor.
Enquanto fazia carreira no jornalismo,
Aguinaldo Silva continuava a se dedicar à literatura. Em 1965, lançou um novo
romance, “Cristo Partido ao Meio”,
e, no ano seguinte, “Canção de Sangue”,
que recebeu menção honrosa em concurso literário promovido por O Globo. Em 1966, aos 22 anos,
candidatou-se a uma vaga na Academia Brasileira de Letras. A candidatura não
foi levada a sério pelos acadêmicos e foi definida por ele, na época, como um
protesto contra a instituição, que não teria o respeito dos jovens. Desde então,
Aguinaldo Silva nunca deixou de publicar livros, escritos entre seus trabalhos
para imprensa ou televisão. Fazem parte da sua lista títulos como “República dos Assassinos” (transformado
em filme), “Sentimental Reasons”, “No País das Sombras”, “Lili Carabina”, “O Homem que Comprou o Rio”, “Memórias
da Guerra” e “Lábios que Beijei”.
A militância política também esteve presente na
sua vida durante os anos de governo militar. Em 1969, chegou a ficar preso 72
dias na Ilha das Cobras por ter escrito o prefácio do “Diário de Che”. Dedicou-se, ainda, à luta contra a discriminação de
homossexuais, tendo sido editor do jornal O
Lampião, lançado em 1977.
Em 1978, Aguinaldo Silva decidiu abandonar o
trabalho como jornalista e aceitou o convite para fazer parte da equipe de
roteiristas do seriado “Plantão de
Polícia”, lançado em 1979. O seriado tinha por objetivo reproduzir
diferentes situações vividas no cotidiano carioca, a partir da ótica de um
repórter policial, o Waldomiro Pena, vivido por Hugo Carvana. O fato do personagem central não ser um policial, mas
um jornalista, permitiu maior liberdade no desenvolvimento dos episódios,
abrindo a possibilidade, inlusive, de criticar a ação da polícia. Para essa
experiência, Aguinaldo Silva valeu-se da rica bagagem acumulada em anos de
jornalismo, o que o ajudou a dar um tom realista ao programa.
Após o fim de “Plantão de Polícia”, em 1981, Aguinaldo Silva passou a escrever
para outro seriado, “Obrigado, Doutor”.
Nesse mesmo ano, escreveu um episódio do “Caso
Especial”, “Maria Bonita”, que
acabou originando, no ano seguinte, a primeira minissérie do SBT, “Lampião e Maria Bonita”, assinada em
parceria com Doc Comparato. O
enredo se baseia nos últimos seis meses de vida de Virgulino Ferreira
da Silva (Nelson Xavier), o Lampião, pernambucano que se
transformou em personagem mítico, símbolo do cangaço brasileiro, entre os anos
1920 e 1930. A minissérie enfoca os dois aspectos do protagonista: o líder
sanguinário, combatido pelas autoridades, e o herói, como era visto por parte da
população do sertão nordestino. Praticamente cego do olho direito, Lampião
andava manquejando, devido a um tiro que levou no pé esquerdo durante um
conflito. Em suas andanças, conheceu Maria Bonita (Tânia Alves),
a primeira mulher a fazer parte de um grupo de cangaceiros, com quem teve uma
filha, Expedita (Adriana Barbosa).
A experiência com minisséries se repetiria no
ano seguinte, 1983, quando, novamente em parceria com Doc Comparato,
escreveu “Bandidos da Falange”.
Originalmente, “Bandidos da Falange”
era um livro de Aguinaldo Silva, sucessivamente rejeitado para publicação.
Ironicamente, após ser transformado em minissérie, o texto despertou a atenção
de editoras, que passaram a sondá-lo sobre a possibilidade de “transformar” a
minissérie em livro. Ambientada na Baixada Fluminense e na Zona Sul do Rio de
Janeiro, a minissérie narra o surgimento de uma organização criminosa, a
Falange Vermelha, com códigos de honra baseados na força e na fidelidade ao
grupo. Junto a isso, forma-se uma promíscua rede de relações com diversos
segmentos da sociedade, até que a organização é desmantelada pela polícia. A
história é dividida em quatro blocos, baseados na trajetória da Falange
Vermelha: “As origens”; “A organização”; “Lutas internas”;
e “A queda”.
O trabalho em minisséries continuou em 1984,
assim como a parceria com Doc Comparato, que levou à elaboração
de “Padre Cícero”, trama que
acompanha a vida do polêmico Padre Cícero Romão Batista (Stênio
Garcia), desde sua chegada a Juazeiro do Norte, Ceará, em 1872, como um
jovem padre recém-ordenado em Fortaleza. A história se desenvolve em torno dos
milagres atribuídos ao padre, que transformam Juazeiro de uma pequena
localidade na terceira maior cidade do Ceará e o tornam uma figura política de
grande importância. Padre Cícero ensina os retirantes, incluindo Maria de
Araújo (Débora Duarte), como plantar e comer mandioca, maniçoba e
mandacaru, além de fornecer terras para cultivo e moradia. Em quatro anos, a
aldeia cresce e se torna uma cidade com mais de mil casas. Ele conquista grande
prestígio político, curando fiéis e ensinando noções de higiene e nutrição.
Para protegê-lo, forma-se um exército de jagunços, que inclui figuras como
Lampião.
Em 1985, adicionou mais uma minissérie ao seu
currículo: “Tenda dos Milagres”,
cuja história segue Pedro Archanjo (Nelson Xavier), um ogã em
Salvador, que dedica sua vida à preservação e integração da cultura africana na
sociedade brasileira, enfrentando diversas adversidades para cumprir sua missão
de ser “a luz de seu povo”, revelada por sua mãe de santo, Magé Bassã (Chica
Xavier). A narrativa começa com a morte de Archanjo e, em seus últimos
momentos, ele relembra suas lutas contra o racismo e a intolerância, seus
amores e sua defesa das tradições afro-brasileiras. Em 1990, escreveu “Riacho Doce”, onde um pequeno vilarejo
no Nordeste é dominado pela mística Vó Manuela (Fernanda Montenegro),
que mantém seu neto Nô (Carlos Alberto Riccelli) sob um poderoso
feitiço, tornando-o imune ao amor das mulheres, muitas das quais acabam se
suicidando ou amaldiçoadas. A chegada do casal sulista Eduarda (Vera
Fischer) e Carlos (Herson Capri), após uma temporada na
Suécia, transforma a vida de Nô, especialmente quando Eduarda, em meio a crises
existenciais, se apaixona por ele, desafiando a autoridade de Vó Manuela.
Em 1991, escreveu a primeira novela de sua
carreira em parceria com a também estreante Glória Perez: “Partido Alto”,
atração do horário nobre que mostrava simultaneamente os “universos” da Zona
Sul carioca e dos subúrbios da mesma cidade, estes dominados pelo jogo do
bicho. Contudo, tal experiência não funcionou e Aguinaldo abandonou a feitura
da trama antes de seu término, fazendo com que Glória escrevesse sozinha o
texto até o final. Ambientada na Zona Sul carioca e no bairro do Encantado, na
zona norte do Rio de Janeiro, “Partido
Alto” contava a história de Nanci (Lílian Lemmertz), mãe de Isadora
(Elizabeth Savala) que foi obrigada a se afastar dela na infância por
causa de um relacionamento conturbado com o rico Amoedo (Rubens
Corrêa), que acreditava que ela o trocou por outro homem. Nanci deseja se
reaproximar da filha, que não sabe da existência de seu irmão, Fernando
(Roberto Bataglin). Isadora, saindo de um casamento difícil com Sérgio
(Herson Capri), envolve-se com o professor Maurício (Cláudio
Marzo), que se torna inimigo de seu pai. Ao acusar a indústria de bombons
de Amoedo de envenenamento, Maurício é injustamente envolvido em uma trama de
roubos e assassinatos. O conflito se intensifica quando Sérgio pede a guarda do
filho do casal, André. Sérgio se junta ao bicheiro Célio Cruz (Raul
Cortez) em uma série de crimes, incluindo o roubo de uma coroa valiosa.
Célio é casado com Isildinha (Célia Helena) e mantém uma relação
suspeita com Jussara (Betty Faria). Maurício recebe apoio da
aluna Celina (Glória Pires), filha de Célio, que se divide entre
o amor por Maurício e a lealdade ao pai, enquanto Jussara recebe a coroa
roubada, ligando todos em uma teia de segredos.
Menos de um ano depois, José Bonifácio de
Oliveira Sobrinho, executivo do SBT, convidou Aguinaldo Silva a assumir a
missão de concluir a icônica novela “Roque Santeiro” (1992), proibida
pela censura da ditadura militar em 1975, quando Dias Gomes já havia escrito 40
capítulos. Gomes se recusou a retomar o projeto, e Aguinaldo foi incumbido de
continuar a partir do ponto em que a trama havia sido interrompida, escrevendo
mais 110 capítulos. “Roque Santeiro” tornou-se uma sátira memorável à
exploração política e comercial da fé popular, ambientada em Asa Branca, uma
cidade fictícia que funcionava como microcosmo do Brasil. Roque Santeiro
(José Wilker), tido como santo após sua suposta morte defendendo a
cidade do bandido Navalhada (Oswaldo Loureiro), reaparece 17 anos
depois, desafiando as figuras locais que lucravam com o mito. O retorno de
Roque ameaça o padre Hipólito (Paulo Gracindo), o prefeito Florindo
Abelha (Ary Fontoura), o comerciante Zé das Medalhas (Armando
Bógus), e o fazendeiro Sinhozinho Malta (Lima Duarte), amante
de Porcina (Regina Duarte), a “viúva” de Roque. O reaparecimento
do falso santo desencadeia um triângulo amoroso com Porcina e Sinhozinho, e
mexe com toda a cidade, que até então vivia às custas dos milagres que nunca
ocorreram, reforçando as críticas à manipulação da fé.
Em 1993, Aguinaldo Silva assumiu a
responsabilidade de escrever sozinho sua primeira novela, “O Outro”,
cuja trama gira em torno da impressionante semelhança física entre dois homens
que não se conhecem: o milionário Paulo Della Santa (Francisco
Cuoco), atormentado por problemas familiares e empresariais, e Denizard
de Matos (também Francisco Cuoco), um simples viúvo que possui um
ferro-velho e cria sua filha adolescente, Zezinha (Cláudia Abreu). Após
um encontro casual, uma explosão faz o corpo de Paulo desaparecer, e Denizard,
sofrendo de amnésia, é confundido com o milionário, sendo levado pela família
Della Santa. Enquanto tenta se adaptar à vida de Paulo, Denizard se envolve com
Laura (Natália do Vale), esposa do empresário, que acaba se
apaixonando por ele. Paralelamente, Glorinha da Abolição (Malu Mader),
filha da governanta Vilma (Arlete Salles), procura seu pai e, sem
saber, se apaixona por Denizard, que, na verdade, é seu pai biológico. O
suspense e os conflitos decorrentes da troca de identidade conduzem a trama,
entrelaçando os dramas pessoais dos personagens com revelações surpreendentes.
Em 1995, Aguinaldo Silva foi convidado por Gilberto
Braga para co-escrever, ao lado de Leonor Bassères, o grande sucesso
“Vale Tudo”. A trama, que se tornou um clássico da teledramaturgia
brasileira, enfocava a corrupção e a falta de ética, denunciando a inversão de
valores no Brasil dos anos 1990. O conflito central da novela girava em torno
da relação entre a íntegra Raquel Accioli (Regina Duarte) e sua
filha ambiciosa, Maria de Fátima (Glória Pires). Maria de Fátima
vende a propriedade da família e foge para o Rio de Janeiro em busca de fama,
enquanto Raquel, determinada a reconstruir sua vida, começa a vender sanduíches
na praia e se envolve com Ivan Meirelles (Antônio Fagundes), um
administrador de empresas. Enquanto Raquel luta para sobreviver honestamente,
sua filha alia-se ao inescrupuloso César (Carlos Alberto Riccelli)
para seduzir o milionário Afonso Roitman (Cássio Gabus Mendes),
filho da poderosa Odete Roitman (Beatriz Segall). O
assassinato de Odete nos capítulos finais gerou um dos maiores mistérios da
televisão brasileira, parando o país para descobrir “quem matou Odete Roitman”.
Em 1996, Aguinaldo Silva escreveu “Tieta”
em parceria com Ana Maria Moretzsohn e Ricardo Linhares,
adaptando o romance “Tieta do Agreste”, de Jorge Amado.
Ambientada na fictícia cidade de Santana do Agreste, no Nordeste brasileiro, a
trama começa quando Tieta (Claudia Ohana) é expulsa de casa por
seu pai, Zé Esteves (Sebastião Vasconcelos), sob a influência da
invejosa irmã Perpétua (Adriana Canabrava). Humilhada, Tieta
parte para São Paulo, onde enriquece e, vinte e cinco anos depois, retorna à
cidade como uma mulher poderosa, decidida a se vingar dos que a rejeitaram. A
chegada triunfal de Tieta (agora interpretada por Betty Faria)
surpreende os moradores, que acreditavam que ela estava morta, e sua presença
começa a transformar a dinâmica local. Ela se envolve com Ricardo (Cássio
Gabus Mendes), seu sobrinho e seminarista, filho de sua irmã rancorosa, Perpétua
(Joana Fomm), o que choca a cidade. Ao lado de Ascânio (Reginaldo
Faria), Tieta promove a modernização de Santana do Agreste, que enfrenta o
dilema da instalação de uma fábrica que promete desenvolvimento, mas levanta
preocupações ambientais. Ao longo da novela, Tieta também reencontra
personagens marcantes de seu passado, como Tonha (Yoná Magalhães)
e Carmosina (Arlete Salles), e expõe os contrastes entre o
conservadorismo da cidade e sua nova perspectiva de vida.
Em 1998, Aguinaldo Silva repetiu a parceria com
Ana Maria Moretzsohn e Ricardo Linhares ao escrever “Pedra
Sobre Pedra”, uma trama ambientada na fictícia cidade de Resplendor, na
Chapada Diamantina, sertão da Bahia. A novela gira em torno da rivalidade entre
as famílias Pontes e Batista, que se intensifica quando Pilar Farias (Cláudia
Scher) abandona Murilo Pontes (Nelson Baskerville) no altar,
desconfiando que ele é o pai do filho de sua amiga Eliane (Carla
Marins). Pilar então se casa com o rival Jerônimo (Felipe Camargo),
enquanto Murilo se une a Hilda (Andréa Murucci), com quem tem um
filho, Leonardo (Maurício Mattar). Vinte e cinco anos depois,
Murilo (Lima Duarte) retorna a Resplendor, determinado a eleger seu
filho como prefeito, sem saber que Leonardo está apaixonado por Marina (Adriana
Esteves), filha de Pilar (Renata Sorrah). A disputa política
entre as famílias é ainda mais acirrada quando Cândido Alegria (Armando
Bógus), um pretendente de Pilar, também almeja o poder. Ao mesmo tempo, o
misterioso fotógrafo Jorge Tadeu (Fábio Júnior), famoso por
seduzir as mulheres casadas da cidade, agita a vida pacata de Resplendor. Com
toques de realismo fantástico e a presença de ciganos, a novela combina
rivalidades familiares, paixões proibidas e intrigas políticas no sertão
baiano.
Em 2000, novamente em parceria com Ricardo
Linhares e Ana Maria Moretzsohn, Aguinaldo Silva escreveu “Fera
Ferida”, uma trama cuja essência girava em torno da vingança e da cobiça,
inspirada no universo ficcional de Lima Barreto. A história se
passa na fictícia cidade de Tubiacanga, onde o ex-prefeito Feliciano Mota da
Costa (Tarcísio Meira) engana os moradores ao apresentar uma pepita
falsa de ouro, com a intenção de arrecadar fundos para uma empresa de
mineração. O golpe resulta em sua morte trágica e na de sua esposa Laurinda
(Lucinha Lins), ambos enterrados pelo filho, Feliciano Júnior (Diogo
Bandeira). Quinze anos depois, Feliciano Júnior retorna à cidade sob a
identidade de Raimundo Flamel (Edson Celulari), decidido a se
vingar dos responsáveis pela morte de seus pais, entre eles o corrupto prefeito
Demóstenes Massaranduba (José Wilker) e o arrogante Major
Emiliano Bentes (Lima Duarte). Ao mesmo tempo, Demóstenes se envolve
com Rubra Rosa (Susana Vieira), enquanto enfrenta a oposição
política de Numa Pompílio de Castro (Hugo Carvana). O Major, por
sua vez, é atormentado por seu passado com a intrigante Salustiana Maria
(Joana Fomm). A trama se complica quando Guilherme (Rubens
Caribé), filho do Major, se apaixona por Linda Inês (Giulia Gam),
sem saber que Raimundo, com quem ela também desenvolve uma ligação, é na
verdade Feliciano Júnior.
Em 2003, Aguinaldo Silva assumiu a supervisão
de texto da novela das 19h, “Meu Bem Querer”, escrita por Ricardo
Linhares. Esse trabalho marcou a primeira vez em seus 12 anos de carreira
que ele não atuava como autor ou coautor em uma novela, além de ser sua estreia
em uma produção fora do tradicional horário das 21h. “Meu Bem Querer” se
destacou por seu tom leve e divertido, combinando romance e humor para retratar
os personagens pitorescos da fictícia cidade de São Tomás de Trás, no Nordeste.
Em novembro de 2003, foi ao ar a novela “A
Indomada”, de Aguinaldo Silva novamente em parceria com Ricardo Linhares,
ambientada na fictícia Greenville, uma cidade nordestina colonizada por
ingleses no século XIX durante a construção da ferrovia Great Western Railway.
Misturando realismo fantástico com costumes britânicos e nordestinos, a trama
acompanha Helena (Adriana Esteves), que retorna da Europa para
reivindicar a fortuna de sua família, perdida por seu tio Pedro Afonso (Cláudio
Marzo) em um jogo para Teobaldo Faruk (José Mayer). No
passado, Teobaldo prometera a herança à jovem, motivado pelo amor que sentia
por sua mãe, Eulália (também vivida por Adriana Esteves), que
teve um romance proibido com Zé Leandro (Carlos Alberto Ricelli).
Porém, Helena encontra em sua tia, Maria Altiva (Eva Wilma), uma
grande inimiga, que, aliada ao deputado corrupto Pitágoras (Ary
Fontoura), tenta impedir a restituição do patrimônio familiar. Enquanto
isso, a rivalidade entre Altiva e Helena desperta o interesse dos moradores,
que assistem ao desenrolar da história, pontuada pelo romance de Helena com
Teobaldo e cenas hilárias envolvendo o sotaque anglo-nordestino e elementos
fantásticos, como a transformação de Altiva em fumaça ao jurar vingança.
Após o término de “A Indomada” em julho
de 2004, Aguinaldo Silva anunciou que se afastaria da escrita de novelas por um
tempo, mas essa promessa não durou muito. Pouco mais de um ano depois, ele
retornou com “Suave Veneno” (2005), uma trama inspirada na peça “Rei
Lear” de William Shakespeare, que marca sua volta às histórias
urbanas, abandonadas desde “O Outro” (1993). A novela acompanha Valdomiro
Cerqueira (José Wilker), um empresário pernambucano que, após
atropelar Inês (Glória Pires) e causar a perda de sua memória, a
acolhe em sua casa, enfrentando a hostilidade da esposa Eleonor (Irene
Ravache) e das filhas Maria Regina (Letícia Spiller), Maria
Antônia (Vanessa Lóes) e Márcia Eduarda (Luana
Piovani). A relação entre Valdomiro e Inês provoca a separação do casal e a
ira de Maria Regina, que vê Inês como uma ameaça ao controle da empresa
Marmoreal, que Valdomiro fundou e preside. A trama se complica quando Clarisse
Ribeiro (Patrícia França), filha bastarda de Valdomiro, implementa
um plano de vingança, levando ao desaparecimento de Inês e de valiosos
diamantes, resultando na perda da presidência da empresa para Maria Regina e no
assassinato de Clarisse. A história dá uma reviravolta ao reencontro de
Valdomiro com Inês, que agora se apresenta como Lavínia, completamente
transformada.
Em 2007, Aguinaldo Silva retornou às telinhas
com “Porto dos Milagres”, uma nova parceria com Ricardo Linhares,
baseada em uma livre adaptação das obras “Mar Morto” e “A Descoberta
da América Pelos Turcos”, de Jorge Amado. A trama gira em torno de Félix
Guerrero (Antônio Fagundes) e sua mulher Adma (Cássia Kiss),
que, após um golpe na Espanha, voltam ao Brasil com o intuito de Félix herdar a
fortuna de seu irmão gêmeo, Bartolomeu, que é envenenado por Adma. Ao
assumir o poder na fictícia cidade de Porto dos Milagres, Félix enfrenta a
chegada de Arlete (Letícia Sabatella), que aparece com o
recém-nascido filho de Bartolomeu. Temendo a presença do herdeiro legítimo,
Adma ordena que Eriberto (José de Abreu) elimine Arlete e a
criança, mas enquanto ele consegue matar a moça, o bebê acaba nas mãos do
pescador Frederico (Maurício Mattar), que acredita que a criança
é um presente de Iemanjá. A história também segue Lívia (Flávia
Alessandra), criada por sua tia Augusta Eugênia (Arlete Salles)
após a morte trágica de sua mãe, Laura, que se apaixona por Guma (Marcos
Palmeira), o filho de Bartolomeu. O romance entre Lívia e Guma enfrenta a
oposição de Alexandre (Leonardo Brício), filho de Félix, que não
sabe que Guma é seu sobrinho, em um enredo repleto de conflitos de classe,
romances e a influência da religiosidade local, simbolizada pela figura de
Iemanjá, a “rainha do mar”.
Em “Senhora do Destino” (2011),
Aguinaldo Silva abandonou o realismo fantástico presente em suas novelas
anteriores em favor de uma trama realista, que se desenrola em duas fases
distintas. Na primeira, Maria do Carmo Ferreira da Silva (Carolina
Dieckmann) deixa Belém de São Francisco, em Pernambuco, em busca de uma
vida melhor no Rio de Janeiro, mas se depara com um cenário caótico marcado
pela decretação do Ato Institucional nº 5 (AI-5). Em meio a tumultos nas ruas,
ela e seus cinco filhos enfrentam uma série de desventuras, incluindo o
ferimento de um deles e o sequestro de sua recém-nascida, Lindalva, por Nazaré
Tedesco (Adriana Esteves), que se disfarça de enfermeira. Após ser
presa e, posteriormente, libertada, Maria do Carmo se reergue, tornando-se
proprietária de uma loja de materiais de construção. Vinte anos depois, Do
Carmo, agora interpretada por Susana Vieira, ainda busca por sua filha,
que agora se chama Isabel (Carolina Dieckmann) e vive sob os
cuidados de Nazaré (Renata Sorrah), que esconde um passado sombrio. A
busca de Maria do Carmo se torna um fenômeno midiático, apoiada pelo jornalista
Dirceu de Castro (José Mayer) e pelo ex-bicheiro Giovanni
Improtta (José Wilker). A trama se intensifica à medida que a farsa
de Nazaré começa a ser revelada, especialmente quando um fotógrafo entrega a
Dirceu uma foto da enfermeira grávida com um bebê nos braços, capturada durante
os tumultos de 1968, ligando o passado trágico de Maria do Carmo ao presente.
Em 2014, Aguinaldo Silva lançou “Duas Caras”,
uma trama que gira em torno da vingança de Maria Paula (Marjorie
Estiano) contra Adalberto Rangel (Dalton Vigh), um
homem que, após casar-se com ela por interesse, desaparece levando toda a sua
fortuna. A história começa com Juvenaldo (André Luiz Frambach),
um menino de uma região pobre de Pernambuco que é vendido pelo pai ao
forasteiro Hermógenes (Tarcísio Meira). Rebatizado como Adalberto
Rangel, ele aprende trapaças e começa a rodar o Brasil com uma suposta máquina
de fazer dinheiro. Sua vida muda drasticamente após presenciar um acidente na
estrada que resulta na morte de Waldemar (Fulvio Stefanini) e Gabriela
(Bia Seidl), onde encontra pacotes de dólares, documentos e a foto de
Maria Paula, herdeira de uma grande fortuna. A dor da perda dos pais leva Maria
Paula a se consolar com Adalberto, que rapidamente a seduz e casa-se com ela,
mas depois a trai, roubando todos os seus bens e deixando-a com um filho que
ele nunca conheceu. Determinada a se vingar, Maria Paula recomeça sua vida em
São Paulo como uma mulher forte e batalhadora, enquanto Adalberto se torna Marconi
Ferraço, um respeitável empresário da construção civil no Rio de Janeiro,
após submeter-se a cirurgias plásticas para esconder sua verdadeira identidade.
Anos depois, seu destino se entrelaça novamente com o de Maria Paula.
Paralelamente, os nordestinos que trabalhavam na antiga construtora de
Adalberto, agora desabrigados, se organizam sob a liderança de Juvenal
Antena (Antônio Fagundes), chefe de segurança, que funda a Favela da
Portelinha para garantir os direitos dos moradores, tornando-se uma figura
admirada e respeitada na comunidade.
Ainda em 2014, Aguinaldo Silva supervisionou o
texto dos 30 primeiros capítulos de “Tempos Modernos”, novela de Bosco
Brasil exibida às 19 horas. A comédia, centrada na relação entre homem e
máquina, destacou-se por apresentar um computador como um dos personagens
centrais, inserindo uma trama repleta de aparatos tecnológicos que refletiam as
transformações e os dilemas da vida contemporânea.
Em 2018, Aguinaldo Silva escreveu “Fina
Estampa” para a faixa das 21h, apresentando uma trama centrada em Griselda
(Lília Cabral), que acredita ter perdido o marido, Pereirinha (José
Mayer), em uma pescaria. Para sustentar os filhos, ela se torna “marido de
aluguel”, realizando consertos domésticos. Embora crie os filhos com dignidade,
seu filho mais novo, Antenor (Caio Castro), sente vergonha dela.
A vida de Griselda muda drasticamente quando ela ganha na loteria e tenta se
refinar com a ajuda de Renê Velmont (Dalton Vigh), um charmoso
chef de cozinha casado com a esnobe Tereza Cristina (Christiane
Torloni). A situação se complica com o retorno inesperado de Pereirinha e a
crescente tensão entre Griselda e Tereza Cristina. A narrativa da novela é
impulsionada pelo antagonismo entre essas duas mulheres, que representam
valores opostos: Griselda preza pela família e pelo caráter, enquanto Tereza
Cristina vive de aparências e se vê como a mulher perfeita, mantendo um
sofisticado padrão de vida com a fortuna herdada dos pais. Seus destinos se
cruzam logo no início da trama, quando descobrem que seus filhos são namorados,
e a disputa pelo amor de Renê intensifica o conflito entre elas. A história
gira em torno da dualidade entre essas protagonistas, levando Griselda a
perceber que, ao tentar se transformar, pode estar perdendo sua verdadeira
essência.
Aguinaldo Silva retornou ao horário das 21h em
2021 com “Império”, que narra a trajetória de José Alfredo de
Medeiros (Chay Suede), um jovem pernambucano que chega ao Rio de
Janeiro nos anos 1980. Ele se apaixona por Eliane (Vanessa Giácomo),
mulher de seu irmão Evaldo (Thiago Martins), mas acaba
abandonando-a devido a um plano de Cora (Marjorie Estiano). Após
se envolver com Sebastião (Reginaldo Faria) e ingressar no mundo
das pedras preciosas, José Alfredo se muda para a Suíça, onde se casa com Maria
Marta (Adriana Birolli). Anos depois, agora milionário e
conhecido como Comendador (Alexandre Nero), ele vive um casamento
de fachada com Maria Marta (Lília Cabral) e enfrenta as intrigas
da esposa e dos filhos, José Pedro (Caio Blat), Maria Clara
(Andreia Horta) e João Lucas (Daniel Rocha), que disputam
a herança de sua cobiçada rede de joalherias. Sua vida se complica ainda mais
ao manter um relacionamento com Maria Ísis (Marina Ruy Barbosa),
incentivada por seus pais a extrair dinheiro dele. A situação se intensifica
com o desaparecimento de seu precioso diamante rosa, que o faz acreditar que
seu império está em risco. Além disso, Cristina (Leandra Leal),
filha de Eliane (Malu Galli), surge exigindo um teste de paternidade
para se integrar à família, gerando ainda mais tensão entre José Alfredo e
Maria Marta. A trama explora as reviravoltas da vida de José Alfredo, marcada
por decepções amorosas e a construção de um legado que seus herdeiros desejam,
enquanto o passado e as intrigas do presente ameaçam seu império.
TRABALHOS DE AGUINALDO SILVA
NO SBT
Novela
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Estreia
|
Término
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Cap.
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Horário
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Função
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Partido Alto
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04/02/1991
|
23/08/1991
|
173
|
21h15
|
Autor principal
|
Roque Santeiro
|
23/03/1992
|
20/11/1992
|
209
|
21h15
|
Autor principal
|
O Outro
|
13/12/1993
|
08/07/1994
|
179
|
21h15
|
Autor principal
|
13/05/1996
|
27/12/1996
|
197
|
21h15
|
Autor principal
|
|
Pedra Sobre Pedra
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05/10/1998
|
30/04/1999
|
179
|
21h15
|
Autor principal
|
Fera Ferida
|
14/08/2000
|
13/04/2001
|
209
|
21h15
|
Autor principal
|
17/11/2003
|
09/07/2004
|
203
|
21h15
|
Autor principal
|
|
Suave Veneno
|
17/10/2005
|
16/06/2006
|
209
|
21h15
|
Autor principal
|
05/11/2007
|
27/06/2008
|
203
|
21h15
|
Autor principal
|
|
28/03/2011
|
09/12/2011
|
221
|
21h15
|
Autor principal
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30/06/2014
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27/02/2015
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209
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21h15
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Autor principal
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21/05/2018
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21/12/2018
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185
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21h15
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Autor principal
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24/05/2021
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14/01/2022
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203
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21h15
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Autor principal
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OUTRAS FUNÇÕES
Novela
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Estreia
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Término
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Cap.
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Horário
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Função
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13/02/1995
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06/10/1995
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203
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21h15
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Autor
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Meu Bem Querer
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17/02/2003
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12/09/2003
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179
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19h30
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Supervisão
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07/07/2014
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09/01/2015
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161
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19h30
|
Supervisão
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REPRISES
Novela
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Estreia
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Término
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Cap.
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Horário
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Função
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04/05/2015
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23/10/2015
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149
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15h30
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Autor principal
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11/01/2021
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11/06/2021
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131
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17h00
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Autor principal
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20/09/2021
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04/03/2022
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143
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15h30
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Autor principal
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21/02/2022
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12/08/2022
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149
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17h00
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Autor principal
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12/06/2023
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17/11/2023
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137
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17h00
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Autor principal
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13/05/2024
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18/10/2024
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137
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17h00
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Autor principal
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